Novembro 25, 2024
Arimatea

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (25) que busca um acordo para incluir os estados na reforma da Previdência ainda na comissão especial. Acrescentou que se reunirá com governadores para discutir o assunto.

A reforma está no terceiro dia de debate na comissão, e a próxima etapa é a votação do parecer do relator, Samuel Moreira (PSDB-SP), o que pode acontecer ainda nesta semana. O texto a ser aprovado pela comissão especial será enviado para o plenário da Câmara.

"Alguns governadores devem estar em Brasília entre hoje [terça] e amanhã [quarta]. Eu pretendo, antes de o relator ler a complementação de voto, que a gente possa ter dialogado com todos os governadores sobre algum acordo para inclusão dos governadores já na comissão", declarou Rodrigo Maia.

No início deste mês, quando o relatório de Samuel Moreira foi apresentado, líderes de partidos aliados do governo disseram que o objetivo deles era incluir estados e municípios na reforma quando o texto fosse analisado pelo plenário.

Nesta terça-feira, Rodrigo Maia disse que não adianta excluir os estados da reforma da Previdência, uma vez que, na opinião dele, "o problema volta" para o Congresso e para o governo federal.

"A gente vê a pressão que os estados estão fazendo por recursos. Então, não adianta excluir os governadores porque depois o problema volta para o Congresso Nacional, volta para o Executivo federal", afirmou.

Inclusão de estados e municípios
A inclusão de estados e municípios na reforma da Previdência divide os deputados.

Parlamentares a favor têm apontado a situação das contas públicas estaduais para defender a inclusão. Deputados contrários afirmam que a reforma pode perder votos se prever normas para servidores estaduais ou municipais.

"Eu entendo a posição de uma parte relevante dos deputados que, de forma majoritária, decidiu nesse momento a retirada dos estados. Mas, se a gente conseguir um grande acordo com a federação, eu acho que seria um momento histórico para a política brasileira, para os governadores, para os prefeitos, para o parlamento", disse Rodrigo Maia nesta terça.

Questionado se avalia que a negociação em torno do tema pode adiar a votação da reforma na comissão especial, Rodrigo Maia disse que "na reta final, um dia ou dois dias não vão fazer diferença".

Votos
Também nesta terça-feira, Rodrigo Maia disse avaliar que a reforma terá os votos necessários para ser aprovada pelo plenário da Câmara.

Por se tratar de emenda à Constituição (PEC), a proposta precisa dos votos de pelo menos 308 dos 513 deputados, em dois turnos de votação.

G1
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O dólar subiu nesta terça-feira (25), depois de comentários de integrantes do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) sinalizarem menores chances de cortes de juros. Os investidores também seguiram atentos à retomada das discussões sobre a reforma da Previdência na comissão especial da Câmara.

A moeda norte-americana subiu 0,64%, vendida a R$ 3,8513.

O patamar dos juros nos Estados Unidos exerce bastante influência sobre as economias de países em desenvolvimento - como é o caso do Brasil. Juros mais baixos nos EUA tendem, por exemplo, a estimular a migração de recursos para países emergentes, fortalecendo as moedas dessas economias.

"Sentando aqui hoje, penso que 50 pontos básicos seriam exagerados", disse o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, em entrevista à Bloomberg Television. "Eu não acho que a situação realmente exija isso, mas eu estaria disposto a cortar 25 (pontos básicos)", afirmou Bullard, segundo a agência Reuters.

O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a instituição está "isolada" de pressões políticas, no que foi entendido pelo mercado como uma referência à pressão do presidente norte-americano, Donald Trump, por reduções de juros.

Reforma da Previdência
De acordo com a Reuters, agentes financeiros também evitaram assumir grandes posições diante da retomada das discussões sobre o parecer do relator da reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), na comissão especial da Câmara dos Deputados.

Ao todo, segundo a Agência Câmara, 77 deputados estão inscritos para falar, fato que levanta temores sobre a possibilidade de atrasos na votação do texto.

Na véspera, o presidente do colegiado, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), disse que o ideal seria que os partidos que concordam com o parecer do relator evitassem apresentar destaques de bancada para acelerar o processo, mas reconheceu que "há pouca sensibilidade para isso".

"A expectativa ainda é de uma votação na quinta-feira, mas até o final do dia isso pode mudar, já que tudo depende de como essas falas vão ocorrer e se vai ter muito tumulto", afirmou à Reuters Jefferson Laatus, sócio-fundador do Grupo Laatus.

Atuação do BC
A terça-feira contou ainda com venda de US$ 1 bilhão em operação de linha de dólar com compromisso de recompra. O anúncio do leilão ocorreu num dia de forte alta do cupom cambial -taxa de juros em dólar que serve como referência para a percepção de liquidez no mercado.

Com a operação desta terça-feira, o estoque total de linhas de dólar do BC com compromisso de recompra subiu para US$ 14,025 bilhões.

Na semana passada, o Banco Central já havia vendido US$ 4 bilhões em linhas com compromisso de recompra, visando rolar o vencimento 2 de julho (US$ 3,375 bilhões).

Na véspera, moeda norte-americana subiu 0,03%, vendida a R$ 3,8268.

G1
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Um jovem de 20 anos foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na segunda-feira (24) após ser abordado pilotando uma moto com restrição de roubo, em Campina Grande. De acordo com a Polícia Civil, ele foi parado pela PRF enquanto seguia em uma rodovia com mais duas mulheres no veículo. A motocicleta também estava com a placa adulterada e o jovem não tinha Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A PRF fazia abordagem no bairro Mutirão quando viu o jovem com duas mulheres na moto. Ao abordar o trio que estava no veículo, os policiais descobriram que a placa da moto estava adulterada e que o veículo havia sido roubado.

O motociclista contou à polícia que não sabia que o veículo estava com restrição de roubo e que havia comprado a moto há pouco tempo de um homem em Massaranduba, no Agreste. O jovem preso e a moto apreendida foram levados pela PRF para a Central de Polícia Civil de Campina Grande, onde permanecem à disposição da Justiça.

G1 PB
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O número de homicídios caiu 69,2% no período de São João, em 2019, com relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto em 2018 ocorreram 26 homicídios, este ano foram registradas oito ocorrências de assassinatos, o que representa a redução de quase 70%. O balanço parcial é da Secretaria de Estado da Segurança e Defesa Social (Seds).

A redução do número de assassinatos neste período de São João segue a tendência do que vem ocorrendo desde o início do ano. Conforme dados do Núcleo de Análise Criminal e Estatística (Nace) da Sesds, em relação aos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), que são os homicídios dolosos ou qualquer outro crime doloso que resulte em morte, de janeiro a maio deste ano foram contabilizados 397 homicídios contra 502 ocorridos no mesmo período de 2018.

Foram 5.524 policiais militares atuando durante a operação dos festejos juninos houve um reforço, além de Campina Grande, nas cidades de João Pessoa, Guarabira, Belém, Bananeiras, Santa Luzia, Patos, Sousa, Cajazeiras e Monteiro, abrangendo 143 municípios, em um total de 562 eventos festivos.

G1 PB
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Um princípio de incêndio atingiu um hipermercado localizado na Avenida Assis Chateaubriand, no bairro da Liberdade, em Campina Grande, na noite desta segunda-feira (24). Apesar das chamas, ninguém ficou ferido.

O fogo atingiu uma quantidade de plásticos que estavam guardados no depósito do local. O Corpo de Bombeiros foi acionada e as chamas foram contidas.

Os moradores ficaram assustados com o fogo, mas nenhum outro local foi atingido. Até a manhã desta terça-feira (25), não havia informações do que teria causado o acidente.

G1 PB
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O presidente Jair Bolsonaro revogou dois decretos assinados em maio que facilitaram o porte de armas de fogo. No lugar, o presidente editou três novos decretos e enviou um projeto de lei ao Congresso Nacional sobre o mesmo tema.

Bolsonaro editou, em maio, dois decretos sobre posse e porte de armas de fogo e uso de munições. O pacote de mudanças foi alvo de críticas e, na semana passada, o plenário do Senado aprovou parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que pede a suspensão dos decretos.

Além disso, estava previsto para esta quarta (26) a análise, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de um pedido para anular os decretos.

A informação sobre a revogação e sobre os novos decretos foi dada pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em reunião com senadores na tarde desta terça-feira (25), segundo apurou a TV Globo.

Na manhã desta terça o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, havia afirmado que o presidente não revogaria os decretos.

Mais tarde nesta terça, porém, foi publicada uma edição extra do "Diário Oficial da União" que oficializou o recuo do governo.

A publicação trouxe a revogação dos decretos sobre armas e munições editados por Bolsonaro em maio e que tiveram parecer do Senado pela suspensão. Além das revogações, o governo editou três novos decretos sobre o tema.

  • Decreto 9.844: regulamenta lei sobre a aquisição, o cadastro, o registro, o porte e a comercialização de armas de fogo e de munição e sobre o Sistema Nacional de Armas e o Sistema de Gerenciamento Militar de Armas
  • Decreto 9.845: regulamenta lei sobre a aquisição, o cadastro, o registro e a posse de armas de fogo e de munição.
  • Decreto 9.846: regulamenta lei sobre o registro, o cadastro e a aquisição de armas e de munições por caçadores, colecionadores e atiradores.

Projeto de Lei
O "Diário Oficial" ainda trouxe mensagem do presidente na qual ele informa que encaminhou ao Congresso um projeto de lei que altera a legislação sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munições, sobre o sistema nacional de armas e definições de crimes.

Até a última atualização desta reportagem, o governo não havia divulgado o conteúdo do projeto de lei enviado ao Congresso.

Em uma rede social, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), informou que, segundo Onyx, o projeto de lei enviado pelo governo tratará sobre a posse de arma de fogo na zona rural.

O direito ao porte é a autorização para transportar a arma fora de casa. É diferente da posse, que só permite manter a arma dentro de casa.

Presidente da Câmara
Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a decisão do governo de revogar os decretos com regras sobre armas e editar novas normas aponta que o governo compreendeu que é o "melhor caminho".

"Nós conversamos nos últimos dias que o melhor encaminhamento era um bom acordo, que preservasse aquilo que é constitucional no decreto. Que aquilo que não couber no decreto, que o governo encaminhasse por projeto de lei. Eu acho que o governo compreendeu que é o melhor caminho, para que não pareça que é um movimento contra o governo, contra aqueles que defendem o uso de arma, mas é um tema muito difícil, muito polêmico", disse Maia.

Cronologia
Relembre a cronologia dos decretos:

  • 7 de maio: Bolsonaro edita o primeiro decreto sobre porte de armas;
  • 8 de maio: Rede aciona o STF e pede a anulação do decreto;
  • 10 de maio: Técnicos da Câmara dizem que decreto tem ilegalidades;
  • 15 de maio: Ministério Público aciona a Justiça Federal e pede suspensão do decreto;
  • 16 de maio: Ministro Sérgio Moro (Justiça) diz que, se houver 'invalidade' no decreto, revisão cabe ao STF ou ao Congresso;
  • 22 de maio: Bolsonaro recua e publica novo decreto;
  • 23 de maio: Rede aciona de novo o STF e diz que novo decreto é inconstitucional;
  • 5 de junho: AGU diz ao Supremo que decreto 'vai ao encontro da vontade popular';
  • 12 de junho: CCJ do Senado aprova relatório que pede a suspensão dos decretos sobre armas;
  • 14 de junho: Senador contrário ao decreto de armas diz receber ameaças e registra ocorrência na polícia;
  • 18 de junho: Bolsonaro pede a parlamentares manutenção dos decretos;
  • 18 de junho: Ministro da Casa Civil diz que governo 'recuperou' direito do cidadão à legítima defesa;
  • 18 de junho: plenário do Senado aprova parecer que pede suspensão dos decretos; proposta segue para a Câmara.
  • 25 de junho: Bolsonaro revoga dois decretos publicados em maio e edita outros três sobre o tema.

G1
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Dados do Ministério da Saúde revelaram que 19,3% da população das capitais brasileiras usam o celular enquanto dirigem. Isso significa que de cada cinco pessoas, uma afirmou que comete esse ato. A informação é do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2018, divulgada hoje (24). O ministério alertou ainda que os acidentes de trânsito são a segunda maior causa de mortes externas no país.

A pesquisa também mostrou que as pessoas com idades entre 25 e 34 anos (25%) e com maior escolaridade (26,1%), com 12 anos de estudo ou mais, são as que mais assumem esse comportamento de risco. Os motoristas com nível superior também são os que mais recebem multas por excesso de velocidade e que associam o consumo de bebida alcoólica e direção.

O Vigitel é uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde que, desde 2006, monitora diversos fatores de risco e proteção relacionados à saúde, incluindo a temática de trânsito nas capitais dos 26 estados e no Distrito Federal. Nesta edição foram entrevistadas por telefone 52.395 pessoas, maiores de 18 anos, entre fevereiro e dezembro de 2018.

As capitais que apresentaram maior percentual de uso de celular por condutores foram Belém (24%), Rio Branco (23,8%) e Cuiabá (23,7%), seguido por Vitória (23,3%), Fortaleza (23,2%), Palmas (22,4%), Macapá e São Luís (22,3%). Por outro lado, as capitais com menor uso de celular durante a condução de veículo foram: Salvador (14,1%), Rio de Janeiro (17,1%), São Paulo (17,2%) e Manaus (17,7%).

Além do uso do celular associado à direção, a pesquisa abordou também outros três importantes indicadores para a ocorrência de acidentes de trânsito: consumo abusivo de álcool, consumo de álcool em qualquer dose e multa por excesso de velocidade.

Velocidade
O Vigitel 2018 mostra que 11,4% da população entrevistada afirmou já ter recebido multas de trânsito por excesso de velocidade. O comportamento de risco foi identificado mais em homens (14%) do que em mulheres (7%), na população de 25 a 34 anos (13,4%), e de maior escolaridade (13%).

O Distrito Federal é a capital com a maior proporção de casos (15,6%), seguida de Fortaleza (14,5%); Porto Alegre (14,1%); Belo Horizonte (13,7%); e Goiânia (13,6%). Já as capitais com menores índices são Manaus (0,9%); Macapá (2,7%); Belém (5,9%); Campo Grande (6,9%) e Porto Velho (7,1%).

Álcool e direção
A proporção de adultos que informaram que conduziram veículos motorizados após consumo de qualquer quantidade de bebida alcoólica foi de 5,3%, sendo maior entre homens (9,3%) do que mulheres (2%). A associação entre consumo de álcool e direção ocorreu principalmente em indivíduos de maior escolaridade (8,6%) e com idade entre 25 e 34 anos (7,9%).

Dentro desta categoria, as capitais com maior proporção são: Palmas (14,2%); Teresina (12,4%); Florianópolis (12,1%); Cuiabá (9,9%) e Boa Vista (9,3%). Já as com menores prevalências são: Recife (2,2%); Rio de Janeiro (2,9%); Vitória (3,2%); Salvador (3,6%) e Natal (4,2%).

Mortes no trânsito
Os acidentes de trânsito são a segunda maior causa de mortes externas no país. Em 2017, de acordo com o Ministério da Saúde, 35,3 mil pessoas morreram em decorrência de acidentes de trânsito e 166.277 foram internadas. Os gastos com as internações foram de R$ 229,2 milhões. Além das sequelas emocionais, muitos pacientes ficam com lesões físicas, sendo as principais consequências amputações e traumatismo cranioencefálico, segundo a pasta.

Em parceria com estados e municípios, o Ministério da Saúde desenvolve, desde 2010, o Programa Vida no Trânsito, uma resposta do governo brasileiro aos desafios da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de Ações pela Segurança no Trânsito, cuja meta é reduzir 50% dos óbitos por acidentes de trânsito entre 2011 a 2020. Entre 2010 e 2017, o Brasil reduziu em 17,4% o número de mortes por acidentes de trânsito, passando de 42.844 para 35.374.

Nas capitais que mais se engajaram no programa, houve redução superior à 40%, como: Aracajú (55,8%); Porto Velho (52,0%); São Paulo (46,7); Belo Horizonte (44,7); Salvador (42,7%) e Maceió (42,9%).

Agência Brasil
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Já se sabe que treinar demais e descansar de menos causa problemas como insônia, enfraquecimento da imunidade e dores.

Um grupo de pesquisadores brasileiros tem sido pioneiro em ir além - na verdade, para dentro do corpo: eles buscam os efeitos do exercício físico excessivo em órgãos vitais como o coração e o fígado.

Os cientistas, das universidades estaduais de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto e de Campinas (Unicamp) em Limeira, já estudam há uma década o impacto deste excesso no organismo - e reuniram suas principais descobertas em um artigo recém-publicado no periódico internacional Cytokine. As pesquisas receberam apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Coração, fígado, músculos e sistema nervoso mostraram, em experimentos com camundongos conduzidos pelos pesquisadores, alterações - algumas prejudiciais - após treinos muito intensos. Os testes incluíram corridas no plano, na subida e na descida por oito semanas.

A prática é nociva para o organismo, alertam os autores, caso não haja um período adequado de descanso e recuperação.

Fígado entra em cena para ajudar o músculo
Nos músculos, as células demonstraram mais dificuldade em captar a glicose no sangue - substância que é fonte de energia para as células, como o combustível do nosso corpo. Na modalidade de descida, os animais apresentaram ainda sinais de atrofia e má formação de proteínas no interior das células.

Mas, se nas células musculares, houve maior dificuldade de captar glicose, como o organismo supriu esta falta? Novos testes mostraram que o fígado teve um papel nisso, já que o órgão é um dos mais importantes no controle do açúcar no organismo.

O órgão pode "estocar" glicose - para situações como a percebida pelos pesquisadores, em que o treino intenso levou a uma dificuldade dos músculos absorverem glicose. Cobaias, no experimento, mostraram aumento deste estoque.

Mas, como efeito negativo do excesso de esforço físico, os cientistas constataram também maior acúmulo de gordura no fígado e sinais de inflamação. Isto pode estar relacionado à atuação compensatória do fígado na administração do estoque de glicose, mas ainda não foi confirmado pelos estudiosos.

"O aumento da gordura no fígado é muito ruim, pois tem relação com uma série de doenças, como obesidade e diabetes. Mas é importante destacar que, nos experimentos, não constatamos estas doenças, apenas o acúmulo de gordura", destaca Adelino Sanchez Ramos da Silva, coordenador da pesquisa e professor da USP.

Até mesmo o coração incrementou sua participação na captação da glicose, com maior acúmulo da substância em seus tecidos.

Mas, como efeito negativo no coração, após as oito semanas de treino excessivo, foi observado também sinais de fibrose (endurecimento do tecido) no ventrículo esquerdo - alteração presente em condições patológicas como a insuficiência cardíaca.

Tanto neste órgão, quanto no fígado, sangue e músculos, foram detectados ainda substâncias que indicam ter ocorrido inflamações.

A importância do descanso
O coordenador da pesquisa destaca ainda que o problema não está no exercício intenso em si - "ele é necessário, inclusive" -, mas quando ele não é combinado com um período de recuperação adequado.

Um repouso de duas semanas, por exemplo, foi suficiente nos experimentos para que camundongos recuperassem seu peso e apetite, duas alterações clássicas no estudo dos exercícios de intensidade.

Na rotina de exercícios de atletas ou amadores, diz Silva, o tempo de descanso recomendado varia. Para os primeiros, costuma-se indicar redução do tempo e da carga dos treinos e um possível aumento no período de recuperação; para os amadores, o intervalo recomendado depende da pessoa e dos exercícios realizados, mas tende a ir de 24 a 48 horas.

"A prática de exercício físico de maneira regular, moderada e supervisionada por um profissional de educação física é extremamente benéfica, uma vez que pode servir como estratégia não-farmacológica de prevenção e tratamento de uma série de doenças", aponta.

"No entanto, caso ocorra um desequilíbrio entre o excesso de exercício físico e os períodos de recuperação, o efeito do exercício pode se tornar prejudicial à saúde".

O papel das citocinas
Uma outra inovação proposta pelos pesquisadores diz respeito ao papel das citocinas, proteínas produzidas por células de defesa e que têm papel importante nas inflamações.

Uma explicação bem aceita na literatura científica até agora é a de que as citocinas seriam liberadas com o exercício excessivo, levando a várias mudanças no organismo e à queda na performance.

Mas a equipe liderada por Silva vem demonstrando que, mesmo quando as citocinas já estão em níveis normais após uma alta, a performance pode continuar prejudicada.

Assim, os cientistas brasileiros defendem que as citocinas não são a única explicação para a queda na performance - agora, a busca por outras justificativas continua.

BBC
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Mais de 53,5 milhões de pessoas dos grupos prioritários, entre eles, professores, gestantes, profissionais das forças de segurança de salvamento, crianças e idosos, procuraram os postos de saúde, onde se vacinaram contra a gripe, até essa segunda-feira (24). Também foram vacinadas 5,6 milhões de pessoas que não integram os grupos prioritários.

De acordo com o Ministério da Saúde, os dados mostram ainda que 18 estados e o Distrito Federal conseguiram vacinar 90% do público-alvo. No total, foram distribuídas 59,5 milhões de doses para todo o país. Os grupos prioritários tiveram entre os dias 10 de abril e 31 de maio para se vacinar com exclusividade.

“Apesar de atingir a meta nacional, nem todos os grupos conseguiram alcançar os 90% de cobertura: crianças (82,8%), gestantes (81,8%), pessoas com comorbidades (86,3%), profissionais das forças de segurança e salvamento (48,5%) e população privada de liberdade (74,8%) ficaram com a vacinação abaixo do ideal. Isso significa que mais de 2,6 milhões de crianças e 3,8 milhões de gestantes deixaram de se vacinar”, informou o ministério.

Atingiram a meta de vacinação os trabalhadores de saúde (90%), puérperas (103,4%), indígenas (95,2%), idosos (98,2%), professores (104,4%) e funcionários do sistema prisional (124,2%).

Quanto à cobertura vacinal nos estados, oito não alcançaram a meta de 90%: Acre (86,7%), Bahia (86%), Rio de Janeiro (86,9%), São Paulo (84,7%), Paraná (86,9%), Santa Catarina (86,8%), Rio Grande do Sul (86,5%) e Mato Grosso do Sul (89,8%).

Agência Brasil
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A 445 km de João Pessoa fica Santa Cruz, cidade do sertão da Paraíba. De lá, saiu Maria da Conceição rumo à capital, uma doceira de 35 anos e mãe de 3 filhos, que parou de estudar aos 15 anos de idade após o casamento. Ceiça, como é chamada, faz parte dos 58 mil alunos da rede estadual da Paraíba matriculados na categoria de Educação para Jovens e Adultos (EJA), segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Os 58 mil alunos na modelidade EJA da rede estadual de ensino estão divididos em 481 escolas, segundo a Secretária de Educação da Paraíba. De acordo com o Inep, na Paraíba, de 2014 a 2017 mais de 30 mil de alunos se formaram no EJA na rede estadual.

Quando casou, Ceiça passou a trabalhar na roça, além de fazer artesanato em casa e teve a primeira filha ainda com 17 anos. Voltar a estudar ficou ainda mais complicado com filhos, o trabalho e morando no sítio.

“No sítio era mais complicado estudar, porque precisava se deslocar do povoado para a cidade, era muito complicado porque eu tinha filho pequeno”, explica Ceiça.

Apenas 18 anos depois, já com 3 filhos e morando em João Pessoa, Ceiça pode voltar a estudar. Ela continuou seus estudos na Escola Municipal de Ensino Fundamental Índio Piragibe, em Mangabeira, onde completou os ciclos 3 e 4 - adaptações das séries para a otimização do ensino e, no caso, referem-se ao 6° e 7°; 8° e 9° anos do ensino fundamental.

Voltar a estudar foi muito difícil devido à rotina. “Esses dois anos (iniciais)... foi Deus. Nesse tempo eu estava trabalhando pra uma doceria e só tinha hora de entrar (na escola), às 20h30, não tinha hora de sair. Eu faltei muitos dias porque não dava tempo e houve dias que eu chegava e ia direto tomar banho pra vir pra escola, a sorte que lá tinha janta e a gente jantava por lá… mas, aquele cansaço”, desabafa.

Dificuldades
A rotina de trabalho é uma das dificuldades dos alunos apontada pela professora Beatriz Xavier, da Escola Municipal Rita de Miranda Henriques, em Mangabeira. Ela conta que as aulas são mais reduzidas, pois muitos alunos saem direto do trabalho para a escola. Além do cansaço, fatores como transporte e localidade interferem no rendimento da aula. “Na teoria, as aulas são de 19h às 22h, mas na realidade vai até as 21h30, com muita força de vontade”, explica Beatriz.

Em termos de avaliação, são feitas atividades e provas mais flexíveis. “Não é uma prova que pode definir o aluno, se a gente fosse se basear só em provas dificilmente teríamos um número de aprovação bom. Avaliamos muito a frequência, a participação, tudo isso importa”, diz a professora.

Apesar do cansaço, Ceiça iniciou neste ano o Ensino Médio, o ciclo 5 (1°e 2° ano), na Escola Estadual José Baptista Mello, também em Mangabeira. São 170 alunos na instituição, nos ciclos 5 e 6. A rotina dela continua sendo cuidar da casa, trabalhar e estudar. A filha caçula tem 5 anos e, para ir à escola, Ceiça ainda tem que deixá-la com alguma cunhada, caso o marido esteja trabalhando.

A estudante já sente mais responsabilidade no Ensino Médio. “É mais responsabilidade, tá sendo mais puxado. Ainda não tá tendo todas as aulas, não tá tendo todos os professores, ai quase todo dia a gente termina mais cedo, horas a gente acha bom porque tá cansado e vai pra casa, horas a gente acha ruim porque atrasa né? Mas é isso”, conta a estudante.

Nas escolas municipais de João Pessoa, foram 4.476 formados no ensino médio EJA e 5.057 desistentes. as dificuldades são sentidas por todos os alunos e é muito comum que os estudantes desistam. De acordo com os dados fornecidos pela Secretaria de Educação e Cultura de João Pessoa, na capital, de 2014 a 2017, mais de mil alunos desistiram por ano ciclo.

A vontade de desistir também foi sentida por Ceiça, que contou com o apoio dos familiares e professores para continuar:

“Sempre os professores, meu esposo, os colegas que a gente faz, sempre me incentivaram pra eu não desistir, mas eu pensei em desistir, porque muito cansada.”

Planos após escola

Após concluir o ensino médio, Ceiça pretende fazer cursos profissionalizantes em sua área, para se aperfeiçoar, algo mais curto que um curso superior, “tem que ser algo de 6 meses, 1 ano, porque é muito puxado, e essas coisas você tem que ter um tempinho pra você parar um pouquinho, ler, estudar. é tanto que digo aos meus filhos, estudem enquanto vocês tão aí novinho, não tem responsabilidade com nada”.

G1 PB
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