O homem suspeito de matar a ex-esposa a tiros, na última segunda-feira (26), em Guarabira, no Brejo Paraibano, se apresentou à polícia neste domingo (2) e teve a prisão decretada. De acordo com o delegado Wagner Dorta, Luciano Gonçalo dos Santos, de 43 anos, está detido na Penitenciária João Bosco Carneiro, em Guarabira.
De acordo com o delegado Walter Brandão, que atendeu a ocorrência no dia do crime, o suspeito não aceitava o novo relacionamento da vítima. Ele se apresentou na delegacia na presença de uma advogada. Já existia um mandado de prisão preventiva expedido contra ele desde a última quarta-feira (28).
A vítima foi identificada como Maria José Ferreira da Silva, de 42 anos. Ela foi morta com vários tiros quando saía da casa da mãe. Segundo Wagner Dorta, o crime foi premeditado pelo ex-marido.
De acordo com a polícia, ela tinha três filhos com o suspeito e eles estavam separados há cerca de três anos.
Como denunciar violência contra a mulher
Denúncias de estupros, tentativas de feminicídios, feminicídios e outros tipos de violência contra a mulher podem ser feitas por meio de três telefones:
197 (Disque Denúncia da Polícia Civil)
180 (Central de Atendimento à Mulher)
190 (Disque Denúncia da Polícia Militar - em casos de emergência)
Além disso, na Paraíba o aplicativo SOS Mulher PB está disponível para celulares com sistemas operacionais Android e IOS e tem diversos recursos, como a denúncia via telefone pelo 180, por formulário e e-mail.
As informações são enviadas diretamente para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que fica encarregado de providenciar as investigações.
g1 PB
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Já são 1.200 as medidas administrativas aplicadas a correspondentes bancários por irregularidades na concessão do crédito consignado desde o início de vigência das regras de autorregulação, em janeiro de 2020. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Associação Brasileira de Bancos (ABB), em março, foram aplicadas 22 sanções aplicadas, entre advertências (6), suspensões temporárias (14) e definitivas (2). Em abril, foram seis sanções.
A autorregulação é um conjunto de regras voltadas à transparência, ao combate ao assédio comercial e à qualificação de correspondentes bancários, que se aplicam a empréstimos consignados, cartão consignado e cartão benefício. São consideradas faltas graves formas de captação e tratamento inadequado ou ilícito dos dados pessoais dos consumidores sem autorização deste. Os bancos que participam da autorregulação assumem o compromisso de adotar as melhores práticas relativas à proteção e ao tratamento de dados pessoais dos clientes.
De acordo com a Febraban, bancos que não seguirem as regras podem ser multados com valores entre R$ 45 mil e R$ 1 milhão. O consumidor que se sentir desrespeitado pode fazer a reclamação nos canais internos dos bancos, nos Procons, no Banco Central ou na plataforma ConsumidorGovBr. “Além da análise das reclamações, são avaliadas as ações judiciais e indicadores de uma consultoria independente, que leva em conta questões de governança, política de relacionamento com o consumidor e gestão de dados”, diz a Febraban.
A entidade alerta que o consumidor também pode verificar se o correspondente bancário é certificado e está apto a oferecer crédito consignado em nome dos bancos. A consulta é realizada por meio do CPF do profissional na base de dados da Central de Registros de Certificados Profissionais.
Agentes de crédito
Os agentes de crédito passam a ser monitorados pela Autorregulação do Consignado neste mês. A fiscalização será semelhante à que é feita junto aos correspondentes bancários, com avaliação mensal do desempenho dos profissionais. “As instituições financeiras vão reunir registros de reclamações e ações judiciais, e o agente de crédito não poderá superar o índice de 1% sobre a base de contratos dos últimos 12 meses”, explica a Febraban.
Se superar o índice de 1%, o agente será considerado não conforme e acumulará 5 pontos, com registros válidos por 12 meses. Caso somem pontos em 12 meses, as instituições financeiras deixarão de operar com o profissional pelo período de um ano. Para os cálculos, são considerados agentes de crédito com mais de 50 contratos produzidos no período de 12 meses e mais de 1 reclamação ou ação procedente no mês.
Nos casos de reincidência (acúmulo de 20 pontos em um novo período de 12 meses), o agente de crédito deixa de operar definitivamente em nome dos bancos autorregulados. Nos casos de golpe ou fraude contra o consumidor, basta uma ocorrência.
“Esta é mais uma ação de melhoria contínua para promover boas práticas e evitar que problemas envolvendo o empréstimo consignado prejudiquem o consumidor. Seguiremos rigorosos com o monitoramento da qualidade dos agentes de crédito e correspondentes bancários, que atuam em nome dos bancos”, afirmou o presidente da Febraban, Isaac Sidney.
Ofertas indesejadas
Os pedidos de bloqueio de ligações de ofertas indesejadas sobre crédito consignado na plataforma Não me Perturbe chegaram a 3.870.586 entre 2 de janeiro de 2020 e 10 de abril de 2023. Já os pedidos feitos a todas as instituições financeiras somaram 3.028.356.
Por meio da plataforma, os consumidores podem proibir que instituições financeiras e correspondentes bancários façam contato proativamente para oferecer crédito consignado.
Agência Brasil
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O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) fechou o mês de junho com deflação (queda de preços) de 0,10%. Em maio, o indicador havia registrado inflação de 0,08%. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (3) pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o IPC-S acumula taxa de inflação de 2,22% em 12 meses.
Dos oito grupos de despesa, dois apresentaram deflação e contribuíram para a taxa negativa do IPC-S, alimentação (0,36%) e transportes (1,14%).
Entre os seis grupos com inflação, o principal destaque foi educação, leitura e recreação, que teve alta de preços de 0,87%. Em maio, o grupo havia tido a maior deflação (3,37%).
Os demais grupos de despesas apresentaram as seguintes taxas: vestuário (0,50%), habitação (0,23%), saúde e cuidados pessoais (0,19%), comunicação (0,14%) e despesas diversas (0,12%).
Agência Brasil
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A Câmara dos Deputados realiza esforço concentrado a partir desta segunda-feira (3) para votar a pauta econômica do governo. A prioridade é a votação da reforma tributária. A proposta prevê, entre outros pontos, a substituição de cinco tributos (IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS) por uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), gerida pela União, e um Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), gerido pelos estados e municípios. Também será criado o Imposto Seletivo.
O Plenário também pode analisar as alterações do Senado ao projeto do arcabouço fiscal (PLP 93/23), o voto de qualidade no Carf (PL 2384/23) e a recriação do Programa de Aquisição de Alimentos (PL 2920/23), além da discussão da reforma tributária (PEC 45/19). A sessão do Plenário desta segunda está marcada para as 16 horas.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou que as pautas econômicas foram negociadas com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Conversei hoje com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para acertamos os temas econômicos que a Câmara dos Deputados vai apreciar semana que vem. Reforma tributária, Carf e arcabouço fiscal estão na pauta que queremos aprovar”, disse Lira em publicação no Twitter na sexta-feira (30).
Pauta trancada
Até o momento, a pauta do Plenário está trancada pela proposta que retoma o voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), última instância de recursos administrativos sobre as punições da Receita Federal. Esse deverá ser o primeiro item em votação, a não ser que o governo retire a urgência para liberar a análise de outras matérias.
O voto de qualidade permite que o presidente da turma de julgamento, um representante da Fazenda Nacional, desempate as votações dos recursos. Em 2020, uma alteração legal determinou que os empates fossem resolvidos em favor dos contribuintes. O governo alega que a medida gerou R$ 59 bilhões de perdas para os cofres públicos com a reversão de decisões da Receita.
O relator, deputado Beto Pereira (PSDB-MS), ainda não apresentou o seu parecer sobre o projeto.
Outra proposta do Executivo, que tranca a pauta a partir do dia 2, é a criação do Programa Escola em Tempo Integral (PL 2617/23). O objetivo é ampliar em 1 milhão as vagas de tempo integral nas escolas de educação básica de todo o Brasil.
A meta é alcançar, até o ano de 2026, cerca de 3,2 milhões de matrículas. O relator do projeto é o deputado Mendonça Filho (União-PE).
Arcabouço fiscal
O arcabouço fiscal, principal proposta econômica do governo, também voltará à pauta após alterações feitas pelo Senado. Os senadores incluíram três novas despesas na lista de itens que não serão afetados pela meta de crescimento dos gastos: o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), a complementação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e as despesas com ciência, tecnologia e inovação.
Outra alteração permite que o governo use uma estimativa de inflação anual para ampliar o seu limite de gastos ainda na fase de elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA). O relator, deputado Claudio Cajado (PP-BA), vai analisar se a Câmara deve ou não concordar com as emendas do Senado, que permitem a ampliação dos gastos do governo nos próximos anos.
O arcabouço fiscal estabelece o regime fiscal sustentável, baseado na busca de equilíbrio entre arrecadação e despesas. Os gastos serão condicionados ao cumprimento de metas de resultado. Trata-se da regra fiscal que vai substituir o antigo teto de gastos públicos.
Aquisição de alimentos
Os deputados também vão analisar a recriação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que permite a compra de alimentos da agricultura familiar para os programas de segurança alimentar e pela rede pública de ensino (PL 2920/23).
O texto já foi discutido em junho. O relator, deputado Guilherme Boulos (Psol-SP), sugeriu a inclusão do Programa Cozinha Solidária como um dos beneficiários do PAA. O programa oferece alimentação gratuita e de qualidade à população, preferencialmente às pessoas em vulnerabilidade e risco social, incluindo aquelas em situação de rua e com insegurança alimentar.
Agência Câmara
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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, vai ser o responsável por analisar o recurso extraordinário que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve apresentar no Supremo Tribunal Federal (STF).
Isso porque como presidente do TSE ele é o responsável por analisar se há admissibilidade no recurso. Entre os pontos levados em consideração para o presidente do TSE acatar o recurso que sobe ao STF estão a presença de questões constitucionais e o fato de a matéria ter repercussão geral.
Caso o Moraes não acate o recurso, cabe ainda um instrumento para a defesa de Bolsonaro chegar ao Supremo: um agravo contra o despacho denegatório de recurso especial, que é distribuído para um outro ministro do STF.
Independentemente do recurso extraordinário ao STF, Bolsonaro pode recorrer ao próprio TSE com os chamados embargos de declaração. Esse recurso, no entanto, não tem competência para alterar a decisão da corte, que tornou Bolsonaro inelegível na última sexta-feira (30) por 5 votos a 2.
Outro elemento que deve dificultar a vida de Bolsonaro é que a praxe nos tribunais, incluindo o TSE, é não conceder a admissibilidade do extraordinário para quem está fazendo o recurso.
g1
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta segunda-feira (3), o início da primeira etapa das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL). Este trecho ligará Caetité, no sudoeste baiano, a Ilhéus – cidade na região sul da Bahia, onde houve a cerimônia para começar a construção.
A obra é integrante do novo Plano Anual de Contratações (PAC). O primeiro trecho da FIOL terá 537 quilômetros de extensão e passará por 19 municípios. Mil e duzentos empregos deverão ser gerados. A construção será feita pela Bahia Mineração (BAMIM), que arrematou a concessão da obra em leilão.
A empresa deu um prazo de conclusão desta etapa para 2027, mas o presidente Lula pediu celeridade para a entrega da obra, durante a cerimônia de início da construção.
"Eu quero fazer um pedido aos empresários: vocês têm que entregar a ferrovia antes do dia 31 de dezembro de 2026. Façam um pouco de hora extra, trabalhem no final de semana, se for necessário, para que a gente possa inaugurar logo. Senão, a gente corre o risco de uma outra 'coisa ruim' voltar nesse país, e ela [FIOL] ficar parada outra vez, então vamos tratar de inaugurar logo essa obra".
Uma das funcionárias da BAMIM, a Sandra Argolo, foi convidada ao palco para falar sobre a importância do projeto da FIOL. Emocionada, ela foi amparada por Lula, que a acompanhou durante todo o discurso.
Sobre a FIOL
Ao todo, a FIOL terá três trechos, com 1.527 km de extensão. A ferrovia ligará o futuro Porto de Ilhéus à cidade tocantinense de Figueirópolis, fazendo a conexão com a Ferrovia Norte-Sul.
A ferrovia será um corredor para o escoamento de milhares de toneladas de minério da região sul da Bahia e de grãos da região oeste. A estimativa é de que, quando estiver em operação, a emissão de gases do efeito estufa seja reduzida em 86%.
O governo federal, junto com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), trabalha para a concessão dos outros dois trechos: a FIOL II, entre Caetité e Barreiras, com obras em andamento, e a FIOL III, de Barreiras a Figueirópolis, que aguarda licença de instalação.
O governador da Bahia e os ministros da Casa Civil, Rui Costa; do Integração e Desenvolvimento Regional do Brasil, Waldez Góes; dos Transportes, Renan Filho; dos Portos e Aeroportos, Márcio França; Minas e Energia, Alexandre Silveira; da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro; e o Chefe da Secretaria-Geral, Marcio Macedo, também participaram da cerimônia.
g1
Portal Santo André em Foco
Houve uma redução na nebulosidade em praticamente todo estado da Paraíba. No decorrer do dia o tempo deverá permanecer com nebulosidade variável. Por outro lado, na faixa leste poderão ocorrer chuvas passageiras e pontuais. As temperaturas máximas registradas na tarde de ontem em Areia; 25,9ºC, Cabaceiras; 28,0ºC, Campina Grande; 26,0ºC, João Pessoa; 28,1ºC, Monteiro; 27,7ºC e Patos; 33,5ºC e, as mínimas registradas na madrugada de hoje em Areia; 18,9ºC, Cabaceiras; 18,4ºC, Campina Grande; 19,3ºC, João Pessoa; 22,2ºC, Monteiro; 17,5ºC e Patos; 21,9ºC.
LITORAL
29ºMÁX
21ºMIN
CÉU PARCIALMENTE NUBLADO. PODERÃO OCORRER CHUVAS PASSAGEIRAS E PONTUAIS.
BREJO
26ºMÁX
18ºMIN
CÉU PARCIALMENTE NUBLADO. PODERÃO OCORRER CHUVAS PASSAGEIRAS E PONTUAIS.
AGRESTE
26ºMÁX
19ºMIN
CÉU PARCIALMENTE NUBLADO. PODERÃO OCORRER CHUVAS PASSAGEIRAS E PONTUAIS.
CARIRI/CURIMATAÚ
28ºMÁX
18ºMIN
PARCIALMENTE NUBLADO.
SERTÃO
31ºMÁX
21ºMIN
PARCIALMENTE NUBLADO A CLARO.
ALTO SERTÃO
30ºMÁX
20ºMIN
PARCIALMENTE NUBLADO A CLARO.
Fonte: INMET e AESA.
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O mercado financeiro aumentou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano pela oitava vez. Segundo projeção do Boletim Focus, divulgada hoje (3) pelo Banco Central, o país crescerá 2,19% em 2023. Há uma semana, a previsão era de crescimento de 2,18%. Para o próximo ano também houve aumento na estimativa do PIB para 1,28%, ante os 1,22% da semana passada.
Para a inflação, o boletim manteve a tendência de recuo pela sétima semana consecutiva. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar este ano em 4,98%. Há uma semana, a projeção do mercado era de que a inflação este ano ficasse em 5,06%%. Há quatro semanas, a previsão era de 5,69%.
A previsão continua acima da meta de inflação para este ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.), para cima ou para baixo. Dessa forma, a meta será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. Para 2024, a projeção é de que o IPCA fique em 3,92%.
Para alcançar a meta de inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, a taxa básica de juros, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.
A próxima reunião do Copom está marcada para o início do mês de agosto. Para o mercado financeiro, a expectativa é que haja uma diminuição na taxa. A projeção aponta que a Selic termine o ano em 12%.
Divulgado semanalmente, o Boletim Focus reúne a projeção de mais de 100 instituições do mercado para os principais indicadores econômicos do país. Para 2024, o mercado diminuiu a projeção de inflação para 3,92%. Na semana passada a projeção era de 3,98%. Há quatro semanas, a previsão era de que o índice fechasse o próximo ano em 4,12%. Já para 2025, a projeção é de que o IPCA fique em 3,60%.
PIB
Em relação ao PIB, o Focus estimou uma queda para o ano de 2025, com um crescimento de 1,81%. Para 2026, o boletim também apontou uma tendência e recuo no crescimento, ficando em 1,90%.
Câmbio
O mercado manteve pela segunda semana a previsão do câmbio, com o dólar fechando o ano em R$ 5,00. Ha quatro semanas a previsão era de que a moeda norte-americana ficasse em R$ 5,10. Para 2024, a projeção é que o dólar fique em R$ 5,08, menor do que o projetado na semana anterior, quando a previsão era de R$ 5,16. Para 2025, a previsão é que o câmbio feche em R$ 5,17.
Agência Brasil
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A Venezuela segue o roteiro da Nicarágua, ao inabilitar candidatos da oposição para ocupar cargos públicos e impedi-los de enfrentar Nicolás Maduro nas eleições do próximo ano.
Conhecida como “dama de ferro”, a ex-deputada María Corina Machado desponta nas pesquisas como favorita nas primárias de outubro, mas foi alvo da decisão da Controladoria Geral da República, que a tornou inelegível por 15 anos.
Desta forma, o regime de Maduro limpa o terreno de adversários, para consolidar-se no pleito, assim como fez o ditador Daniel Ortega: prendeu todos que o ameaçavam nas urnas e concorreu praticamente sozinho nas eleições de 2021, conquistando o quarto mandato na Nicarágua.
Outros pré-candidatos populares comungam da mesma sina de María Corina, do Vem Venezuela.
O ex-governador Henrique Capriles, que concorreu duas vezes contra o chavismo, está inabilitado desde 2017, assim como Freddy Superlano, do partido Vontade Popular. Juan Guaidó, Leopoldo López e Antonio Ledezma estão entre os que fugiram do país.
Contra todos pesam supostas acusações de irregularidades e corrupção, parecidas com as que Ortega dizimou seus opositores, tornando-os apátridas e confiscando seus bens após ser reeleito.
Considerada uma das mais radicais adversárias do chavismo, María Corina Machado, de 55 anos, vem arrastando multidões em seus comícios, e desafiou a decisão do regime. “Uma desqualificação inútil que apenas mostra que o regime sabe que já está derrotado.
Agora, vamos votar com mais força, mais rebeldia e mais vontade nas primárias. Aqui, quem viabiliza é o povo da Venezuela. Até o fim é até o fim”, escreveu em suas redes sociais.
A inabilitação de adversários é usada como arma de regimes autoritários e vai de encontro ao argumento em defesa de Maduro, citado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que há uma narrativa contra a Venezuela.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, na semana passada, o presidente brasileiro observou que o país vizinho teve mais eleições do que o Brasil e considerou a democracia como um conceito relativo.
Para o cientista político Luís Vicente León, diretor do Instituto Datanalisis, as inabilitações de opositores representam uma violação da democracia e são aplicadas na Venezuela porque o governo controla as instituições. Alfredo Romero, diretor da ONG de direitos humanos Foro Penal, segue este raciocínio:
“Eleições livres e democráticas têm dois componentes essenciais: a liberdade de eleger e a liberdade de ser eleito. Não há eleições democráticas nem liberdade de eleger quando o que controla o poder decide arbitrariamente quem pode postular e quem não pode.”
Sem igualdade de condições nas disputas eleitorais, sem imprensa livre e sem respeito às liberdades individuais, a Venezuela traça a rota inversa dos países que aplicam a democracia.
Prova disso é a decisão do Tribunal Penal Internacional, de reabrir a investigação de supostos crimes contra a Humanidade na Venezuela, por considerar insuficientes os processos investigados pelo sistema judicial nacional.
g1
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