O presidente Jair Bolsonaro terá uma conversa com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para definir o futuro dele na pasta, após a decisão da Justiça de suspender a divulgação dos resultados do Sisu em razão de erros verificados em notas do Enem.
De acordo com um ministro do Palácio do Planalto, a "pressão" para demissão de Weintraub é "grande", mas o presidente quer ter uma conversa para ouvir a versão dele sobre os fatos e entender a extensão do problema.
Apesar da "pressão" para a demissão de Weintraub – inclusive no Congresso –, uma das teorias que já correm no governo e que podem, eventualmente, dar uma sobrevida ao ministro – é a de que o Enem pode ter sofrido "sabotagem".
"Há uma forte suspeita de sabotagem. O Ministério da Educação é um dos mais contaminados. Tem muita gente lá com interesse de sabotar. Não é algo que possa ter ocorrido por acaso, mas intencionalmente", afirmou esse ministro ao blog.
Por enquanto, não há evidências de que algo nessa linha tenha ocorrido. O próprio ministério alega que o erro foi da gráfica que imprimiu as provas, que trocou os gabaritos de diferentes provas.
Na manhã desta terça-feira (28), entretanto, Bolsonaro levantou a hipótese publicamente, ao dizer a jornalistas que falaria com Weintraub "para ver se foi alguma falha nossa, falha humana, sabotagem, seja lá o que for."
Weintraub está sob crítica de aliados do presidente, que consideram ruim a resposta que ele deu à crise envolvendo o Enem e, depois, o Sisu. Uma questão que era pontual, envolvendo 0,15% dos quase 4 milhões de provas, cresceu, colocando toda a credibilidade da avaliação em xeque. Ontem, o governo anunciou que o ProUni, programa que concede bolsas para cursar a universidade privada e que usa o Enem como um dos critérios, também está suspenso.
O presidente Bolsonaro, segundo ministros próximos, gosta de Weintraub. Mas o ministro também enfrenta o fogo amigo do palácio por causa de seu comportamento nas redes sociais – nas quais, invariavelmente, bate boca-com seguidores e faz manifestações performáticas, consideradas, por alguns, como "constrangedoras" para um ministro da Educação.
G1
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