O governador da Paraíba, João Azevêdo (sem partido), mudou novamente a direção do Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. Uma nova nomeação foi publicada no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (8).
Na primeira mudança, que aconteceu no dia 27 de dezembro, havia sido nomeado como diretor geral Leonardo de Lima Leite, após o fim do contrato com a organização social que estava administrando o hospital. Nesta quarta-feira, o governador tornou a nomeação sem efeito.
Foi nomeado como diretor geral da unidade de saúde Laercio Bragante de Araújo. Também já não tem mais efeito a nomeação do chefe da unidade de tratamento itensivo do Trauma de João Pessoa e a nomeação para o cargo de diretor técnico do hospital, que também aconteceu no dia 27 de dezembro. O novo diretor técnico é Luiz Gustavo César de Barros Correia, que acumula função como Diretor da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos Para Transplante.
De acordo com a assessoria da secretaria de estado da saúde, a mudança ocorreu porque os primeiros nomeados já possuíam vínculos de trabalho e não poderiam tomar posse.
Já para o Hospital Geral de Mamanguape, a nomeação do dia 27 de dezembro permanece e o diretor geral continua a ser Daniel José Gonçalves. Mais três nomeações indicaram nomes para os cargos de chefe do núcleo médico, chefe do núcleo administrativo e chefe do núcleo financeiro.
No dia 23 de dezembro, João Azevêdo informou que os contratos com as organizações sociais devem ser encerrados entre o mês de dezembro e de fevereiro, prazo final do último contrato com OS. Todas as organizações sociais devem ser notificadas sobre o fim dos contratos. Atualmente, as unidades de saúde estão incluídas em um plano emergencial, desde julho de 2019, com a gestão de outras organizações sociais.
Programa PB Saúde
O objetivo atual do governador da Paraíba é que a gestão das unidades de saúde fique sob total responsabilidade da Secretaria de Estado da Saúde. A gestão deve ser feita com a Fundação paraibana de Gestão em Saúde, a partir do programa PB Saúde. O projeto de lei complementar foi enviado à Assembleia Legislativa da Paraíba e tem personalidade jurídica e função de integrar a administração pública indireta do governo do Estado.
A proposta prevê a implantação gradativa do programa em substituição às organizações sociais envolvidas em um esquema de corrupção que desviava dinheiro das unidades de saúde. A medida irá permitir que se torne mais ágil a compra de material permanente, equipamentos e a realização de concurso ou processos seletivos simplificados.
Organizações sociais envolvidas em esquema de corrupção
A Operação Calvário foi desencadeada em dezembro de 2018 com o objetivo de desarticular uma organização criminosa infiltrada na organização social Cruz Vermelha Brasileira, filial do Rio Grande do Sul, além de outros órgãos governamentais. A operação teve sete fases, resultando na prisão de servidores e ex-servidores de alto escalão na estruturado governo da Paraíba, incluindo o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), solto após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A ex-secretária de administração do Estado da Paraíba, Livânia Farias, foi presa suspeita de receber propina paga pela Cruz Vermelha, que administrava o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. Ela teria recebido, por mês, propina na ordem de R$ 80 mil paga pela Cruz Vermelha. Depois, o esquema também se estendeu para a área da educação.
A investigação identificou que a organização criminosa teve acesso a mais de R$ 1,1 bilhão em recursos públicos, para a gestão de unidades de saúde em várias unidades da federação, no período entre julho de 2011 até dezembro de 2018.
G1 PB
Portal Santo André em Foco
Make sure you enter all the required information, indicated by an asterisk (*). HTML code is not allowed.