O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta terça-feira (22) a recontagem de votos na eleição da Bolívia.
Bolsonaro está no Japão e, ao conceder uma rápida entrevista, disse ter dado "sinal verde" para o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, questionar a apuração.
A contagem preliminar, interrompida na noite de domingo, foi retomada nesta segunda (21) e chegou a apontar vantagem suficiente para garantir a vitória de Evo Morales no primeiro turno, mas depois a diferença diminuiu, e o resultado era incerto até a publicação desta reportagem.
"A OEA [Organização dos Estados Americanos] emitiu uma nota colocando em xeque a lisura das eleições. Conversei com o Ernesto, acho que ele fez a mesma coisa, dei sinal verde para ele fazer. [...] Realmente, foi muito suspeito como estava caminhando. Quase na retal final, a suspensão da apuração. Depois da retomada, deu vitória à situação. Acho que todo mundo fica preocupado com uma eleição sendo apurada dessa maneira", declarou.
O presidente, então, foi questionado se defende uma nova apuração e respondeu: "Com as informações que tenho até o momento, seria bom uma revisão da apuração, uma recontagem de votos."
Diplomacia
Desde que tomou posse, em janeiro, Bolsonaro se envolveu em uma série de polêmicas envolvendo líderes de outros países.
Além das críticas frequentes que faz aos governos de Cuba e da Venezuela, o presidente também se envolveu em polêmicas com líderes de França, Alemanha, Noruega e Chile e com um candidato a presidente da Argentina.
PSL
Ainda na entrevista concedida no Japão, Bolsonaro foi questionado sobre a crise que atinge o PSL, partido ao qual ele é filiado.
Nas últimas semanas, se intensificou uma disputa pela liderança do partido, o que opôs os grupos ligados a Bolsonaro e a Luciano Bivar, presidente da legenda.
"Um lado, você sabe qual é, está atropelando. Se fala tanto em democracia dentro do parlamento e não é como fizeram há pouco, se é que já expulsaram gente. Não entro no mérito, até porque sou apenas filiado ao partido, nada mais além disso. Então, acredito que isso tem q ter um ponto final", declarou.
Reforma da Previdência
Bolsonaro também abordou a aprovação do texto-base da reforma da Previdência, no Senado, em segundo turno.
A conclusão da votação da proposta deve acontecer nesta quarta (23), e Bolsonaro disse esperar que os dois destaques que faltam ser analisados não sejam aprovados para não "desidratar" a proposta.
Segundo o presidente, as próximas reformas que o governo tocará serão a tributária e a administrativa.
Chile
O presidente da República também comentou os protestos no Chile, afirmando que o país está em "ebulição".
Segundo Bolsonaro, o governo monitora eventuais manifestações no Brasil motivadas pelos protestos no Chile.
"Nós nos preparamos. Ontem conversei com o ministro da Defesa sobre a possibilidade de termos movimentos como já tivemos no passado parecidos com o que estão acontecendo no Chile e como devemos nos preparar para isso. [...] A gente se prepara para usar o artigo 142, que é para manutenção da lei e da ordem, caso [os militares] venham a ser convocados", declarou.
G1
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