O novo líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), afirmou que enxerga um consenso se formando entre os parlamentares a favor de "reformas estruturais". Ele concedeu entrevista exclusiva Agência Senado, na qual afirmou que há “números fortes” para aprovar propostas de grande porte, que devem se estender para 2020.
— Junto com o benefício da reforma da Previdência, que é a recuperação da economia, outras medidas importantes serão cobradas pela população para criar um ambiente de crescimento. O calendário não se esgota este ano, acredito que vamos ter trabalho também no primeiro semestre do próximo — afirmou o senador.
Reformas como a tributária, a administrativa e a complementação da reforma da Previdência (PEC 133/2019) devem ser analisadas nos próximos meses. Gomes ponderou que ainda não há uma ordem definida para abordar cada um desses temas, e que isso vai depender da disposição que o Congresso seguir apresentando.
— A próxima reforma vai depender dos presidentes da Câmara e do Senado, que fazem a pauta, e da percepção dos líderes. A visão majoritária de prioridade só fica consistente depois. Mais do que isso seria tentar adivinhar.
Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia se reuniram na quinta-feira (17) com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e iniciaram a discussão da pauta pós-Previdência. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), também participou. Eduardo Gomes ainda não ocupava a liderança no Congresso quando a reunião aconteceu. Ele substitui na liderança a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), removida da função depois de uma crise interna na bancada do partido.
MDB
Com a indicação de Eduardo Gomes, o MDB passa a chefiar duas das três lideranças do governo de Jair Bolsonaro no Legislativo — a única exceção é a liderança na Câmara, exercida pelo deputado Vitor Hugo (PSL-GO). O MDB também ocupa um ministério de Bolsonaro: o da Cidadania, chefiado pelo deputado licenciado Osmar Terra.
Para Gomes, esse quadro não significa necessariamente um alinhamento do partido com a gestão de Bolsonaro. O senador afirmou que a prioridade do MDB é se identificar com “políticas públicas fortes”, e que a legenda passa por um processo de renovação. Segundo ele, ainda não há questão fechada sobre onde o MDB se localiza em relação ao governo.
— Nisso estamos submetidos à deliberação do partido, que vai ocorrer no momento adequado. Essas decisões serão tomadas com os governadores, os prefeitos de capitais e os líderes — declarou.
Eduardo Gomes está no primeiro mandato como senador, que conquistou em 2018, como o mais votado do Tocantins. Antes disso, foi deputado federal por três mandatos.
É a primeira vez desde 2011 que o MDB lidera o governo em duas frentes no parlamento. Naquele ano, o ex-deputado Mendes Ribeiro Filho (RS) passou pouco mais de um mês na liderança no Congresso, enquanto o ex-senador Romero Jucá (RR) ocupava a liderança no Senado. A dobradinha não voltou a se repetir no governo Dilma Rousseff, que tinha o MDB na base aliada, e nem no governo Michel Temer, quando o partido assumiu a Presidência.
Agência Senado
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