Diante da crise no PSL, gerada pelo embate direto do presidente Jair Bolsonaro com uma ala do seu partido, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, vão buscar blindar a agenda econômica no Congresso para evitar que seja contaminada pelo ambiente de turbulência política.
Interlocutores de Alcolumbre e Maia disseram ao blog que o presidente, “infelizmente”, tem o estilo de sempre buscar resolver problemas com “enfrentamento’ e “tensionamento”. No caso atual, o pior é que Bolsonaro acabou saindo derrotado, pelo menos até agora, na disputa interna no PSL.
“Ele foi derrotado dentro do seu próprio partido, algo difícil de acreditar, e não sabemos como isso pode repercutir no dia a dia do Congresso”, disse ao blog um aliado do presidente do Senado.
Agora, a meta de Maia, Alcolumbre e Guedes é buscar criar um clima dentro do Legislativo para que a pauta econômica pós-aprovação da reforma da Previdência não seja atingida pela crise dentro do PSL.
Na próxima segunda-feira (21), os três devem voltar a se reunir para discutir o encaminhamento das novas propostas na área econômica.
Na última quinta-feira (17), eles se encontraram no Ministério da Economia exatamente para tratar dessas medidas. Só que a reunião acabou sendo ofuscada pela crise política entre o presidente Bolsonaro e o presidente do PSL, Luciano Bivar.
A avaliação no Congresso é que o presidente deveria parar de atrapalhar, mas seus assessores mais próximos dizem que esse é o estilo de Bolsonaro e que ele não vai mudar.
“Ele sempre foi assim e chegou à Presidência desse modo. Não vai mudar”, diz um interlocutor presidencial.
No encontro de quinta, Paulo Guedes acertou com os presidentes da Câmara e do Senado os temas futuros que cada Casa irá cuidar.
O ministro da Economia diz que conjunto de medidas faz parte de uma transformação do Estado, com a criação de um novo regime fiscal no país.
Segundo ele, entre final de outubro e início de novembro serão enviadas ao Congresso as propostas de reforma administrativa e de mudanças na regra de ouro com criação de gatilhos para reduzir despesas. A ideia é começar a votar essas medidas ainda neste ano.
A reforma administrativa teria a tramitação iniciada agora, mas a conclusão ficaria para o próximo ano.
A mudança na regra de ouro pode ser finalizada ainda neste ano. A medida permitiria uma economia de R$ 27 bilhões com desvinculações, desindexações e desobrigações no Orçamento da União.
Parte desse dinheiro seria destinada a emendas parlamentares, como estímulo para deputados e senadores aprovarem a proposta.
O governo vai propor também a criação do Conselho Fiscal da República, que se reuniria a cada três meses para avaliar a situação fiscal brasileira e se são necessárias medidas para correções de rumo.
Participariam do conselho, por exemplo, o presidente da República, da Câmara, do Senado, do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal de Contas da União.
G1
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