O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (19), durante discurso em São José dos Campos (SP), que diz "todo dia" para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que "as coisas vão dar certo".
Os últimos dias têm sido de intensa atividade para o ministro da Fazenda. Nesta quinta (18), Haddad anunciou congelamento do Orçamento para 2024, em meio às dificuldades que o governo está enfrentando para controlar as contas públicas.
Na última semana, Haddad também viu sua figura envolvida em memes nas redes sociais que o chamam de "Taxad". Os memes satirizam o que seria uma prática comum do ministro: criar novos impostos, taxar empresas e consumidores. O governo rebate e diz que impostos não estão sendo criados (veja mais abaixo).
Em meio a esse contexto, Lula fez um aceno a seu ministro. A equipe do governo inaugurou uma obra na Via Dutra e na Rio-Santos, e Lula discursou no evento.
"Eu vivo um momento político muito especial. Mas, muito especial. Eu digo pra todo mundo, e digo para o Haddad todo dia. Não se preocupe, que as coisas vão dar certo", afirmou Lula, dirigindo-se ao ministro da Fazenda.
Em reunião na terça, no Palácio do Planalto, Lula já havia usado um raciocínio parecido para confortar Haddad.
"Eu falo para o Haddad: 'Haddad, você, de vez em quando, Haddad... Você fica trnaquilo. E se tudo der errado, vai dar certo. Isso não é economia, não. É que acredito em outras coisas", disse Lula.
O presidente demonstrou otimismo com a economia também ao comentar o investimento privado feito na obra da Dutra.
"Quando a gente vê uma empresa aceitar fazer o investimento, como a CCR está fazendo na Dutra, a gente é obrigado a dizer que, Haddad, cada vez menos, quem sabe, a gente vá precisar de dinheiro do orçamento público para fazer as obras de infraestrutura deste país", afirmou o presidente.
De onde vem 'Taxad'
O apelido "Taxad" ganhou força após os desdobramentos da votação da reforma tributária, que pode aumentar as alíquotas cobradas sobre produtos e serviços (embora reduza e até zere para outros, como os alimentos da cesta básica).
Na quarta (17), o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento e da Indústria, disse que a carga tributária do país não aumentou, como sugerem os memes, e que a taxação de compras internacionais ajuda a preservar empregos no Brasil. "Se pegarmos a carga tributária de 2022 para 2023, ela não aumentou, pode até dar uma conferida, acho até que caiu, afirmou.
Presidente do PT sai em defesa de Haddad
Haddad também foi tema de uma fala da presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), nas redes sociais. Gleisi saiu em defesa do ministro e atacou os memes contra ele. Para ela, se trata de um movimento de desinformação.
"O que está compartilhando sobre o ministro Fernando Haddad não é meme, é material de desinformação. A verdade é que a carga tributária do governo Lula não aumentou", disse Gleisi.
Ela repetiu o argumento de Alckmin.
"Como explicou bem o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Em 2023, a carga tributária bruta foi de 32,4% do PIB. Até 2022, quando Bolsonaro governava, ela era de 33.7%. Ou seja, a carga tributária não só não aumentou, como também diminuiu", continuou a presidente do PT.
Agência Câmara
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