O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) vai apresentar denúncia contra o presidente Lula ao Tribunal Penal Internacional de Haia por falas que comparam as ações de Isral contra o grupo terrorista Hamas com o Holocausto. Para o deputado, as falas do presidente "fomentam o discurso de ódio e o antissemitismo".

“É inadmissível e irresponsável comparar situações incomparáveis, especialmente considerando o direito legítimo de Israel de se proteger e se defender”, afirma. A peça deve ser protocolada ainda essa semana na corte internacional.

A declaração de Lula foi dada durante entrevista coletiva depois da participação do presidente na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Abeba, capital da Etiópia. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler decidiu matar os judeus”, afirmou o petista.

Repercussões
Lula foi considerado "persona non grata" em Israel que haja uma retratação sobre as declarações feitas por ele. Diante disso, o embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, foi chamado por Lula para voltar ao Brasil para consultas.

O presidente se reuniu nsta segunda-feira (19) no Palácio da Alvorada com diversos membros do governo, entre eles Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Celso Amorim (Assessor Especial). A reunião envolveu também a presença de Marco Aurélio Santana Ribeiro (chefe de gabinete) e de Fernando Igreja (cerimonial).

A FPE (Frente Parlamentar Evangélica) do Congresso Nacional repudiou comentários do presidente Lula sobre Israel e afirma que falas "comprometem a política internacional de forma desnecessária". Lideranças políticas condenaram a fala e pediram que Lula se retrate.

Um levantamento realizado pelo instituto Real Time Big Data divulgado nesta segunda-feira (19) indica que 83% dos entrevistados discordam da declaração do presidente Lula. A pesquisa também revela que 89% dos entrevistados têm acompanhado as notícias sobre a guerra e que 57% acreditam que Israel está "certo" no conflito.

R7
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