O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vai solicitar ao Supremo Tribunal Federal a lista de parlamentares que possam ter sido monitorados ilegalmente com o uso do sistema da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A iniciativa atende a um pedido feito pelos próprios congressistas após a operação da Polícia Federal que revelou o suposto uso ilegal de ferramentas de espionagem por servidores da agência.
"Encaminharei ao Supremo Tribunal Federal ofício solicitando os possíveis nomes de parlamentares clandestinamente monitorados pela Agência Brasileira de Inteligência, dada a gravidade que um fato dessa natureza representa", disse Pacheco, em nota.
A apuração da PF mostrou que os investigados criaram uma estrutura paralela dentro da Abin. "[O grupo] utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal", explicou a PF.
De acordo com a corporação, o sistema teria sido usado em milhares de monitoramentos ilegais e chegou a acompanhar os passos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e políticos. A informação foi confirmada ao R7 pelo diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues.
A ferramenta permitia acompanhar até 10 mil celulares a cada 12 meses e criava históricos de deslocamento e alertas em tempo real da movimentação dos aparelhos cadastrados. Em outubro, a PF informou que a investigação apontava a possibilidade de 30 mil acessos. Na semana passada, a corporação disse não ser possível precisar esse número porque os dados estão em análise.
R7
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