O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quarta-feira (2) que a redução de R$ 76,4 bilhões na economia prevista com a reforma da Previdência não significa uma perda. Para ele, o "fundamental" da reforma "está garantido" e as mudanças nas regras de aposentadoria vão economizar, para os cofres públicos, R$ 800 bilhões em dez anos.
Na noite de terça (1º), senadores governistas não conseguiram impedir que fosse aprovada uma alteração sobre a regra proposta para o pagamento de abono salarial.
Atualmente, o abono é pago uma vez ao ano para quem recebe até dois salários mínimos (R$ 1.996,00). O texto que havia saído da Câmara previa que o pagamento ficaria restrito aos trabalhadores de baixa renda, que ganham até R$ 1.364,43. No entanto, os senadores aprovaram um destaque retirando esse dispositivo. Com isso, permanecerá a regra atual.
Segundo cálculo da equipe econômica do governo, a medida reduzirá em R$ 76,4 bilhões a economia em dez anos com a reforma.
“Eu acho que a perda de um destaque não significa nenhuma perda. Todo mundo esperava que a economia dessa reforma fosse da ordem de R$ 500 bilhões. Vai sair uma reforma com uma economia acima de R$ 800 bilhões”, disse o presidente da Câmara.
O texto-base da reforma da Previdência foi aprovado em primeiro turno no Senado por um placar de 56 votos a 19. Na noite de terça, os senadores analisaram três destaques, e a conclusão da votação ficou para esta quarta.
Articulação
Indagado se via a aprovação do destaque como um problema na articulação do governo, Maia disse que não e ponderou que se trata de "uma matéria muito difícil".
Logo após a aprovação na terça do destaque sobre o abono, o secretário de Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, afirmou que a mudança no texto não é boa para o país, mas ressaltou que a decisão do Congresso precisa ser respeitada.
Frustrado com a derrota, o secretário admitiu que os governistas precisavam se reorganizar para analisar os demais destaques.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que o governo precisava ter acompanhado "atentamente" a votação do destaque.
G1
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