O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu neste sábado (26) não ter uma base de apoio sólida no Congresso Nacional e que precisa conversar até com partidos da oposição para tentar a aprovação de matérias que são de interesse do governo. De todo modo, ele agradeceu ao parlamento por ter aprovado nesta semana propostas importantes para a área econômica, entre elas a do novo marco fiscal.
“Foi aprovado tudo o que a gente queria. Quero aproveitar para agradecer ao parlamento brasileiro, que com quase 390 votos aprovou o salário mínimo, aprovou a redução da tabela do Imposto de Renda para pessoas que ganham até de R$ 2.640, aprovou o marco fiscal que a gente queria. As coisas estão funcionando porque nós estamos tentando exercitar a democracia na sua necessidade total”, comentou o presidente durante entrevista a jornalistas em Luanda, capital de Angola.
Lula disse que a bancada do partido dele tem 70 deputados e nove senadores e, dessa forma, ele tem de buscar outras legendas para garantir apoio aos projetos enviados pelo Palácio do Planalto ao Congresso.
“Quando a oposição começa a crescer, você tem que negociar, você precisa conversar com adversários. No Brasil, tem 513 deputados e meu partido tem 70. Então, me falta quase 350 deputados para fazer negociação. Senadores, de 81, eu tenho só nove. É ruim? É ruim. É ruim porque você tem que conversar mais”, disse o presidente.
“Mas quem quer fazer política tem que aprender a conversar. E a gente conversa com quem a gente gosta e quem a gente não gosta. O que a gente precisa é convencer as pessoas da importância das coisas que você quer que seja votada”, completou.
Reforma ministerial
Desde o mês passado, Lula tem prometido promover uma reforma ministerial para acomodar mais partidos do centrão no governo e, assim, melhorar a governabilidade no Congresso. O chefe do Executivo já definiu que os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) vão compor a equipe dele, mas ainda não escolheu quais pastas eles vão comandar.
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome é um dos alvos preferidos do centrão. O PP é o maior interessado e tem feito jogo duro para assumir a pasta. Lula, no entanto, resiste em ceder a pasta. Ele a considera como o coração do governo, em especial por tratar do Bolsa Família.
Na sexta-feira (25), o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o presidente deve concluir as mudanças na próxima semana. “O presidente Lula gosta de conversar ‘olho no olho’ com as lideranças políticas, com as pessoas que foram indicados pelas duas bancadas federais para compor o governo”, afirmou.
Segundo ele, “o desenho não está definido”. “O presidente Lula, na ida à África, pediu informações para decidir esse desenho. O que já está decidido é acolher as duas indicações, do Republicanos e do PP. O presidente Lula, na volta da África, vai sugerir [quais pastas os partidos vão assumir]”, comentou.
“Obviamente, tem que haver um reposicionamento de duas pastas, mas isso é o presidente quem vai definir. Não definiu ainda”, completou.
R7
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