A reforma ministerial no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para acomodar mais legendas do centrão só vai ser efetivada depois que o chefe do Executivo tiver um encontro pessoal com os presidentes dos partidos. Apesar de já ter concordado com o ingresso de legendas na Esplanada, o presidente espera uma conversa reservada com os líderes das siglas para confirmar as mudanças.
O governo já anunciou que os deputados Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA) serão ministros de Lula. No entanto, falta decidir quais pastas serão comandadas por eles. Lula tem dito que ainda analisa quais ministérios vai entregar aos partidos e que não tem pressa para sacramentar as trocas.
A demora do presidente em dar um ponto-final ao tema, contudo, tem causado incômodo às partes envolvidas na negociação. Por um lado, os partidos aguardam a oficialização das nomeações dos dois deputados para destravar a análise de projetos de interesse do governo, em especial para a área econômica. Por outro, Lula tem relatado à equipe dele que as trocas não vão acontecer de um dia para o outro nem na hora que o Congresso quiser. De acordo com o presidente, como os ministérios pertencem ao governo, cabe a ele definir quando a reforma será feita. Ainda assim, o centrão pressiona por uma solução nesta semana.
Entretanto, Lula já vinha sendo aconselhado pela própria equipe a não retardar o processo de trocas na Esplanada para não comprometer a votação de propostas importantes para o governo. O Ministério da Fazenda, por exemplo, aguarda a aprovação ainda neste mês do chamado arcabouço fiscal, norma que define novas regras para as contas públicas do país.
A pasta considera que o projeto é fundamental para que o governo possa apresentar uma proposta de Orçamento para 2024 que viabilize o controle da meta de resultado primário, indicador que é obtido a partir da diferença entre o que é arrecadado e o que é gasto pelo governo, excluída a parcela referente aos juros da dívida pública. Para o ano que vem, o Executivo espera zerar o déficit primário.
A reforma ministerial demora a ser concretizada porque Lula resiste em ceder as pastas que o centrão deseja. O grupo está de olho em ministérios como Esportes, Saúde e Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, mas Lula quer manter o controle dessas pastas.
Para que não demita atuais ministros e amplie a presença do centrão na Esplanada, a equipe do presidente estuda a viabilidade de criar ministérios. As conversas no Palácio do Planalto giram em torno do desmembramento da pasta de Portos e Aeroportos. Caso isso aconteça, o atual ministro, Márcio França, ficaria responsável apenas por Portos.
Além disso, o governo analisa a possibilidade de criar o Ministério da Pequena e Média Empresa, que hoje é uma secretaria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
R7
Portal Santo André em Foco
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