O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (8) que o governo federal vai criar um centro de cooperação internacional para que as polícias de países que têm a floresta amazônica em seu território possam atuar no enfrentamento dos crimes que ocorrem na região.
“Vamos estabelecer, em Manaus [AM], um centro de cooperação policial internacional para enfrentar os crimes que afetam a região. O novo Plano de Segurança para a Amazônia vai criar 34 novas bases fluviais e terrestres, com a presença constante de forças federais e estaduais”, anunciou o presidente durante a Cúpula dos Países Amazônicos, realizada em Belém (PA).
Ainda de acordo com Lula, o governo vai escalar as Forças Armadas para combater o crime na Amazônia. “O apoio das Forças Armadas, sobretudo na faixa de fronteira, também será essencial nesse esforço. Ele também permitirá a futura criação de um sistema integrado de controle de tráfego aéreo na região amazônica”, ressaltou o chefe do Executivo.
O presidente afirmou que “redes criminosas se organizam transnacionalmente, aumentando a insegurança por toda a região” e enfatizou que a gestão dele está empenhada em reverter esse quadro. “Já podemos ver resultados. Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma redução de 42,5% nos primeiros sete meses deste ano. Assumimos o compromisso de zerar o desmatamento até 2030”, disse Lula. Ele reforçou ainda que a cooperação entre os países amazônicos é fundamental para garantir a segurança da região.
“Queremos retomar a cooperação entre nossos países e superar desconfianças. Queremos reconstruir e ampliar nossos canais de diálogo. O Tratado de Cooperação Amazônica que firmamos em 1978 é a principal plataforma para enfrentarmos juntos estes desafios, buscando o desenvolvimento harmônico entre nossos oito países e respeitando a soberania de cada nação.”
Cúpula dos Países Amazônicos
Inicialmente, a Cúpula dos Países Amazônicos iria reunir os oito chefes de Estado cujo território abriga parte da maior floresta tropical do mundo: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. No entanto, os presidentes do Equador e do Suriname não participam. Além deles, o ditador Nicolás Maduro cancelou a estada, de última hora. Nesses três casos, foram enviados representantes de governo.
Ainda nesta terça, os participantes do encontro devem assinar a Declaração de Belém, documento que reunirá o compromisso dos oito países detentores da floresta para a preservação do bioma.
A reportagem verificou que o documento deve abordar uma nova agenda comum de cooperação regional em favor do desenvolvimento sustentável da Amazônia, que concilie proteção do bioma e da bacia hidrográfica; inclusão social; fomento à ciência; tecnologia e inovação; estímulo à economia local; e valorização dos povos indígenas e de comunidades locais e tradicionais e seus conhecimentos ancestrais.
Segundo Lula, a declaração “é um plano de ação detalhado e abrangente para o desenvolvimento sustentável na Amazônia”. “A Amazônia não é e não pode ser tratada como um grande depósito de riquezas. Ela é uma incubadora de conhecimentos e tecnologias que mal começamos a dimensionar”, destacou o presidente.
“A floresta não é um vazio a ser ocupado nem um tesouro a ser saqueado. É um canteiro de possibilidades que precisa ser cultivado. Sem ela, a América do Sul que conhecemos não existiria. Dela depende o regime de chuvas que sustenta a vida e mantém a maior parte de nossas atividades econômicas. A floresta nos une. É hora de olhar para o coração do continente e consolidar, de uma vez por todas, nossa identidade amazônica”, completou.
R7
Portal Santo André em Foco
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