O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, voltou a criticar nesta quarta-feira (3) as invasões de terra, mas defendeu diálogo e inclusão do Movimento dos Trabalhadores Rurais e Sem Terra (MST) no "Conselhão" do governo federal.
Fávaro participou de uma audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, e foi questionado sobre as invasões de terras pelo MST e reforma agrária.
"A gente tem que conversar com toda a sociedade. O MST vai fazer parte do Conselhão? Que bom que vai fazer parte do Conselhão, que tem lá o fórum apropriado para discutir os seus anseios, os seus desejos. Se fizer discussão dentro do Conselhão, dentro do diálogo, não vai precisar invadir terra", afirmou o ministro.
De janeiro até 23 de abril deste ano, 33 imóveis rurais foram ocupados pelo movimento, número que já supera o total de ações em cada um dos últimos 5 anos. O grupo exige um Plano Nacional de Reforma Agrária, com previsão de quantas famílias serão assentadas nos próximos 4 anos.
Na semana passada, a Câmara dos Deputados também determinou a criação de uma CPI para investigar as ações do MST.
Conab e Cadastro Ambiental Rural
Durante a audiência, o ministro também voltou a defender que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) esteja diretamente vinculada ao Ministério da Agricultura. A empresa saiu do controle da pasta e passou para o Ministério do Desenvolvimento Agrário no início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Fávaro, "não existe política agrícola sem vínculo com a Conab" e "esse ponto precisa ser corrigido".
O ministro também foi questionado sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR), banco de dados que reúne as informações ambientais das propriedades e posses rurais referentes às áreas de proteção ambiental.
O cadastro serve para controlar, monitorar e fazer o planejamento ambiental e econômico das áreas, além do combate ao desmatamento. No início da gestão, Lula também retirou o CAR do controle do Ministério da Agricultura, e o repassou ao Ministério do Meio Ambiente.
Questionado sobre o impacto dessa troca na gestão, Fávaro disse que a discussão sobre quem deve ser responsável pelo cadastro é "menos relevante", e que o debate mais importante é sobre o sistema a ser utilizado.
g1
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