Novembro 28, 2024

Governo quer ter maioria e indicar relator na CPI mista dos Atos Golpistas, diz vice-líder

O vice-líder do governo no Congresso, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou nesta quinta-feira (20) que, se a CPI mista sobre os atos golpistas de 8 de janeiro for criada, os aliados de Lula vão tentar ter a maioria dentro do colegiado e indicar o relator da comissão.

Antes contrários à criação de uma CPI para investigar os ataques golpistas às sedes dos Três Poderes em Brasília, governistas agora dizem ser favoráveis à instalação do colegiado.

A mudança de postura ocorreu depois que aliados do governo perceberam que não conseguiriam evitar a instalação da CPI mista, proposta por parlamentares de oposição a Lula. Sobretudo, após a divulgação de imagens da invasão ao Palácio do Planalto que resultou na demissão do general Gonçalves Dias do cargo de ministro do Gabinete de Segurança Institucional.

Em entrevista nesta quinta-feira, Lindbergh disse acreditar que a criação da CPI mista será "um tiro no pé" dos bolsonaristas.

"Há uma maioria do governo. A presidência vai ser do bloco governista. Relator também. Essa história de que autor do pedido vira presidente ou relator isso não existe. Isso é quando há acordo", afirmou o deputado.

"Estou convencido de que essa CPI vai ser um tiro no pé dos bolsonaristas. Uma coisa eles não vão conseguir mudar com falsas narrativas. Nessa CPI, vamos atrás dos financiadores [dos atos golpistas]. Primeiro nome que queremos chamar é Anderson Torres [ex-ministro da Justiça da gestão Bolsonaro]", completou o petista.

Lindbergh disse também que o governo "não aceitará" que o autor do pedido de CPI, o deputado bolsonarista André Fernandes (PL-CE), que é investigado por suposta participação nos atos golpistas, seja o relator ou o presidente da CPI mista.

"Esse André Fernandes... Estamos estudando medidas para ele não participar da CPI. Ele é investigado pelo STF", afirmou o parlamentar.

Sobre nomes que podem ser indicados para compor a CPI mista pelo lado do governo, Lindbergh citou os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Humberto Costa (PT-PE).

Todos esses senadores integraram a CPI da Covid do Senado, que apontou a suposta prática de crimes do ex-presidente Jair Bolsonaro e ministros do governo passado.

Criação da CPI mista
O presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já prometeu que irá ler o requerimento de instalação da CPMI na sessão do Congresso da próxima quarta-feira (26), se houver apoio suficiente – são necessárias 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado.

Até agora, segundo o líder da Oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ), há 194 assinaturas de deputados e 37 de senadores.

g1
Portal Santo André em Foco

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