A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (4) uma sugestão de proposta de emenda à Constituição (PEC) que autoriza estados e municípios a adotar as regras do regime próprio da Previdência dos servidores da União, por meio de aprovação de lei ordinária pelas assembleias legislativas.
Com o aval do comissão, a chamada "PEC paralela" começará a tramitar no Senado e, se aprovada pela Casa, seguirá para a análise da Câmara dos Deputados.
Antes de aprovar a sugestão de PEC paralela elaborada pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), os parlamentares aprovaram o relatório do tucano favorável à PEC principal da reforma da Previdência, já aprovada na Câmara. Entre outros pontos, essa PEC prevê idade mínima de aposentadoria de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres.
A expectativa com a PEC principal, segundo cálculos do relator, é gerar uma economia de R$ 870 bilhões em 10 anos para a União. A eventual aprovação da PEC paralela pelo Congresso fará a economia subir para cerca de R$ 1,3 trilhão, segundo a estimativa.
De acordo com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a ideia é finalizar a votação da PEC principal em plenário até o dia 10 de outubro. Ainda não há uma data agendada para a votação da PEC paralela cuja sugestão de texto foi aprovada pela CCJ nesta quarta.
Próximos passos
Depois da votação na CCJ, a presidente do colegiado, Simone Tebet (MDB-MS), explicou os próximos passos das duas PECs que tratam da reforma da Previdência.
Segundo ela, será aberto um prazo de cinco sessões deliberativas para a apresentação de emendas de plenário para as duas propostas.
Ao fim desse prazo, as duas PECs vão voltar para a CCJ, a fim de que Tasso Jereissati faça um relatório sobre as emendas apresentadas.
A prioridade será dada ao texto principal, e, na estimativa da parlamentar do Mato Grosso do Sul, Tasso Jereissati poderá dar em 48 horas parecer sobre as emendas apresentadas ao texto principal.
Nos cálculos de Simone Tebet, o relator deverá levar, no caso da PEC paralela, de cinco dias a uma semana para realizar audiências públicas, ouvir líderes partidários e elaborar parecer sobre as emendas apresentadas ao texto.
“Neste momento é que elas se dissociam em relação ao tempo. A PEC principal segue cronograma de votação, a princípio, até o dia 10 de outubro, que é uma quinta-feira, ou 15 de outubro, que é uma terça-feira; e a PEC paralela pode ficar de uma semana a 15 dias para trás em função de audiências públicas ou de requerimentos para maior discussão da matéria”, afirmou Tebet.
A senadora afirmou ainda que a sugestão de PEC paralela será transformada em uma proposição autônoma, e que Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) deverá ser o primeiro signatário do texto.
“Ela entra com um autor, subscrita pelos demais, e consequentemente ela agora já é uma proposição autônoma”, afirmou a parlamentar.
Outros pontos da PEC paralela
Além de abrir a possibilidade para que estados e municípios adotem as regras do regime próprio de servidores da União por meio de lei ordinária, o que geraria uma economia de R$ 350 bilhões em 10 anos caso todos façam a adesão, o texto prevê outras alterações.
A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado calculou qual deve ser a economia ou aumento dos gastos com cada ponto do texto, em um período de 10 anos:
Além dessas mudanças, o relator acolheu parcialmente uma sugestão de mudança e estabeleceu, na PEC paralela, integralidade e paridade para policiais federais, legislativos, da Polícia Civil do Distrito Federal e agentes federais penitenciários que ingressaram na carreira até o fim de 2003.
G1
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