O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse nesta segunda-feira (26) que a decisão da cúpula do G7 em ajudar os países atingidos pelas queimadas da Amazônia é "sempre bem-vinda". Salles participou de um evento no Secovi, o sindicato do mercado imobiliário de São Paulo.
"Acho uma excelente medida, é muito bem-vinda", disse Salles. "Eu queria aproveitar inclusive para lembrar que desde 2005 o Brasil tem cerca de 250 milhões de toneladas de gás carbônico, mecanismo de desenvolvimento limpo, para receber, e isso gera mais ou menos uma receita de US$ 2,5 bilhões. Essa é também uma medida que nós pedimos que os países desenvolvidos, o G7, nos ajudem a quitar essa fatura do Protocolo de Kyoto, esse crédito que o Brasil tem, o que seria muito bem-vindo para nós."
Mais cedo, grupo de países ricos ofereceram 20 milhões de euros, mas o presidente Jair Bolsonaro questionou o 'interesse' de Macron no esforço contra queimadas.
A maior parte do dinheiro será destinada ao envio de aviões Canadair de combate a incêndios, anunciou a presidência francesa, segundo a agência France Press.
Além desta frota aérea, o G7 concordou com uma assistência de médio prazo para o reflorestamento, a ser apresentado na Assembleia Geral da ONU no final de setembro, para o qual o Brasil terá que concordar em trabalhar com ONGs e populações locais, disse o Palácio do Eliseu (governo francês).
O ministro destacou que "quem vai decidir como usar recursos para o Brasil é o povo brasileiro e o governo brasileiro."
Durante o discurso para empresários do setor imobiliário, Salles destacou que "não foi o governo Bolsonaro que liberou mineração, por exemplo, na Amazônia".
"Os 850 garimpos ilegais estão lá há 20 anos. Quando vai um ex-ministro do Meio Ambiente e me criticam, porque no governo deles estava lá. Estava lá também a exploração ilegal de madeira. Ou começou tudo isso no dia 1 de janeiro de 2019? Claro que não."
"O que faltou e agora a gente consegue colocar esta discussão como gente grande e madura, austéra, transparente, como fizemos aqui, é como dar desenvolvimento econômico sustentável para uma região onde vivem 20 milhões de brasileiros. É fazer de conta que eles não estão lá? Congelar a Amazônia? Não me parece que funcionou."
G1
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