Novembro 24, 2024

Documento do Itamaraty orienta embaixadas a defender imagem do Brasil na área ambiental

O Ministério das Relações Exteriores enviou às embaixadas um documento com argumentos para defesa da imagem do Brasil na área ambiental.

Com 59 pontos, o documento reúne "elementos sobre a proteção do meio ambiente no Brasil e a promoção do desenvolvimento sustentável do agronegócio nacional".

O envio do documento às embaixadas ocorre no momento em que crescem as críticas e pressões internacionais ao governo brasileiro devido ao aumento do desmatamento e das queimadas no país, em especial na Amazônia.

O presidente Jair Bolsonaro também vem sendo alvo de críticas devido a declarações sobre o tema. Sem apresentar provas, Bolsonaro culpou ONGs pelo aumento das queimadas no país.

Segundo o texto do Itamaraty, "críticos buscam associar o Brasil à destruição do meio ambiente com o objetivo de pressionar o país a aceitar compromissos maiores nos regimes internacionais de que faz parte".

O Itamaraty também afirma no documento que há "grande interesse dos competidores internacionais do agronegócio brasileiro em divulgar imagem negativa da produção agrícola nacional."

"Muitos querem manter reservas de mercado o obter vantagens em mercados específicos, buscando afetar a competitividade de nossos produtos", diz o texto.

Proteção ao meio ambiente
Entre as informações que o Itamaraty repassou às embaixadas está a de que o desmatamento na região amazônica teve redução de 72% entre 2004 e 2018, de 27,7 mil km2 para 7,5 mil km2.

O Itamaraty também destaca que o Brasil possui 66,3% do seu território coberto por vegetação nativa e é "um dos países com maior extensão de áreas protegidas", que corresponde a 12% do total de áreas protegidas em todo o mundo e mais da metade do total na América Latina e Caribe.

"Na Amazônia, o principal desafio é o combate a práticas ilegais. 70% do desmatamento ocorre fora de propriedades rurais, ou seja, em áreas públicas devolutas. Não como resultado de cultivos agrícolas ou da pecuária, e sim por atividades ilegais de grilagem, roubo de madeira, entre outros", afirma o documento.

Fundo Amazônia
O documento também trata do Fundo Amazônia, abastecido com repasses de Alemanha e Noruega, e que ganhou notoriedade recentemente por conta de divergências entre o governo brasileiro e os dois países doadores.

Sem acordo com o governo Bolsonaro, Alemanha e Noruega anunciaram recentemente a suspensão dos repasses para o fundo, que recebeu US$ 1,3 bilhão desde que foi criado, em 2008. A decisão coloca em risco a manutenção de atividades de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia.

De acordo com a nota do Itamaraty, o assunto vem sendo tratado com "sensacionalismo". Ao propor mudanças no mecanismo, afirma o texto, o governo brasileiro tentou "torná-lo mais eficaz" e não acabar com ele.

"Lamentavelmente, quase 40% dos recursos do Fundo foram alocados em projetos administrados por organizações não governamentais (ONGs), que não os têm empregado de forma adequada ou suficientemente transparente. Prova disso é o aumento da taxa de desmatamento entre 2012 e 2018, período anterior ao início do atual governo", afirma o Itamaraty.

G1 
Portal Santo André em Foco

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