A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou nesta sexta-feira (23) que o impacto das queimadas na Amazônia no agronegócio é preocupante. Ela disse, porém, que queimadas acontecem todo ano e que é preciso "baixar a temperatura".
Ela foi questionada a respeito de declarações de líderes internacionais sobre a possibilidade de os incêndios inviabilizaram o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, onde o agronegócio seria um dos setores mais beneficiados. Tereza Cristina conversou com a imprensa após evento no Ministério da Agricultura sobre agronegócio regional.
Nesta sexta, o escritório do presidente francês Emmanuel Macron acusou Bolsonaro de mentir durante o encontro do G20 em Osaka, no Japão, ao minimizar as preocupações com o a mudança climática. Dado esse contexto, aponta o escritório, a França se opõe ao acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul.
"Eu acabei de saber dessas notícias. As notícias preocupam. Mas eu acho que a gente tem que baixar a temperatura", declarou a ministra a respeito das declarações do presidente da França sobre o acordo comercial.
"Primeiro, as queimadas no Brasil todo ano acontecem. Queimadas. Tem duas coisas diferentes. Uma coisa é queimada, outra é incêndio. Há um diferença entre os dois acontecimentos. Nós temos estamos vivendo uma seca grande que todo ano a região norte tem uma definição clara dessa estiagem, a gente fica às vezes até 6 meses sem chuva. Esse ano tá mais seco e as queimadas estão maiores. Acho que eles precisavam primeiro saber do Brasil o que está acontecendo antes de tomar qualquer tipo de medida", declarou Tereza Cristina.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia concentra 52,5% dos focos de queimadas de 2019. O G1 mostrou que o número de queimadas aumentou 82% em relação ao mesmo período de 2019 - de janeiro a 18 de agosto.
'Se precisar de ajuda, vai pedir'
A ministra disse que o Brasil não interfere quando há incêndios em outros países, e que o Brasil sabe da importância e cuida da Amazônia.
"Quando houveram incêndios em Portugal, esse ano tiveram incêndios na Sibéria, tiveram no mundo todo na época da seca também da Europa, o Brasil não foi lá questionar nem pedir para não receber nada. Acho que a gente precisa baixar essa temperatura. A Amazônia é importante. O Brasil sabe disso. O Brasil cuida da Amazônia", disse a ministra.
Tereza Cristina disse, ainda, que se precisar de ajuda para cuidar da Amazônia, o Brasil vai pedir.
"Os incêndios matam pessoas, queimam casas, enfim eu acho que a gente tem que separar o que é queimada, o que é incêndio e o que que o Brasil vai fazer por isso. O Brasil se precisar de ajuda, vai pedir, porque sabe da importância desse patrimônio que é a Amazônia para os brasileiros", afirmou Teresa Cristina.
Questionada sobre preocupação agronegócio sobre possíveis medidas protecionistas contra os produtos brasileiros, a ministra disse que não se pode afirmar que o "agronegócio brasileiro é o grande destruidor" da Amazônia.
"Agora nós não podemos dizer que, porque nesse momento nós temos um incêndio acontecendo ou uma queimada acontecendo na Amazônia, que o agronegócio brasileiro é o grande destruidor. E, portanto, vão fazer barreiras comerciais contra esse agronegócio", disse.
Forças Armadas
Na manhã desta sexta-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a "tendência" é a de que o governo federal envie as Forças Armadas para combater incêndios na região amazônica.
O apoio das Forças Armadas é autorizado pelo presidente da República por meio de decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Geralmente ocorre de forma pontual, em localidade específica e por tempo pré-determinado.
G1
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