O ministro da Economia, Paulo Guedes, se reuniu nesta terça-feira (20) com alguns senadores para detalhar as propostas da pasta sobre o chamado novo pacto federativo.
Na semana passada, os líderes partidários decidiram dar andamento a propostas que tratam do tema e já estão no Congresso. São propostas de emenda à Constituição (PECs) e projetos de lei.
De acordo com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o Senado quer aprovar descentralização de recursos para ajudar estados e municípios.
Após o encontro com Paulo Guedes, nesta terça-feira, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), afirmou que o documento com detalhes das propostas será entregue pelo governo ao Congresso na próxima segunda-feira (26).
Bezerra antecipou que o debate terá dois eixos principais:
Entre as propostas que compõem o novo pacto, estão:
Segundo Bezerra Coelho, o governo exigirá como contrapartidas:
'Cessão onerosa'
Mais cedo, nesta terça-feira, Davi Alcolumbre afirmou que a proposta sobre a "cessão onerosa" poderá ser votada na Casa já na próxima semana.
O acordo de cessão onerosa foi fechado pela Petrobras com a União em 2010 e permitiu à estatal explorar 5 bilhões de barris de petróleo em campos do pré-sal na Bacia de Santos (SP), sem licitação. Em troca, a empresa pagou R$ 74,8 bilhões.
O governo estima, porém, que a área pode render mais 6 bilhões de barris e quer fazer um megaleilão, que pode render R$ 100 bilhões aos cofres públicos.
Ainda segundo Davi Alcolumbre:
Repasse de R$ 500 bilhões
Na apresentação aos senadores, o Ministério da Economia estimou em R$ 500 bilhões o repasse, em até 15 anos, para estados e municípios.
Segundo Fernando Bezerra, essa é uma receita estimada a partir da projeção da exploração de petróleo.
"O que o governo está admitindo partilhar, transferir, é receita nova. É tudo aquilo que vem através de royalties e de participação especial da exploração de petróleo", afirmou.
Segundo o Ministério da Economia, desses R$ 500 bilhões:
Fundos de financiamento
No encontro desta terça-feira, também foi discutida a possibilidade de reduzir o número de fundos de financiamento. O líder do governo afirmou que hoje existem 248 fundos e que a ideia de Guedes seria, por exemplo, reduzir o número a 80 ou 90 e uma parte ser transformada em transferência direta para estados e municípios.
Outra possibilidade é que parte dos recursos dos fundos possa financiar o novo Fundeb (Fundo de Manutenção da Educação Básica).
Bezerra, porém, afirmou que se tratou apenas de uma discussão e que "não há nenhuma proposta concreta" a ser apresentada em relação aos fundos.
G1
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