Ao menos 35 parlamentares federais são pré-candidatos a governador, sendo 17 deputados federais e 18 senadores. Outros dois deputados federais, André Janone (Avante-MG) e Luciano Bivar (União-PE), são pré-candidatos à Presidência da República, somando 37 parlamentares na disputa por cargos do Executivo.
A quase seis meses das eleições, o Congresso Nacional enfrenta dificuldades para votar temas importantes, com parlamentares em ritmo de campanha nos estados e no Distrito Federal.
No Senado, o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), determinou datas para esforços concentrados; A intenção é garantir a votação de indicações de autoridades a autarquias, agências, embaixadas e a outros cargos. Nessas ocasiões, os parlamentares também aproveitam para tentar discutir e votar outras matérias prioritárias.
O próximo esforço concentrado está marcado para 10, 11 e 12 de maio. Líder do PSDB e pré-candidato ao governo do DF, o senador Izalci Lucas admite que a campanha eleitoral acaba, sim, atrapalhando os trabalhos do Legislativo tanto na Câmara quanto no Senado. No caso do PSDB, quatro senadores se lançaram como pré-candidatos a governos estaduais.
“Por isso, a gente tem que mudar essa legislação. Não dá para ter eleições de dois em dois anos. No último ano [da legislatura], há dificuldade de quórum, aprovação, porque vêm os interesses eleitorais. Tem que pelo menos unificar isso. É uma reforma que está para ser feita há muito tempo”, disse ao R7. O senador pontua que, para evitar prejuízos maiores, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, organiza esforços concentrados.
Dentro do PL, hoje a maior bancada na Câmara, cinco deputados são pré-candidatos a governador. No Senado, três parlamentares, incluindo o novo líder do governo, Carlos Viana (MG), devem se lançar ao Executivo.
Vice-líder do PL na Câmara, o deputado Bibo Nunes (RS) ressaltou que, de fato, no ano de eleições presidencias, quando a Câmara também é renovada, assim como os governo estaduais, o Congresso fica esvaziado, com parlamentares atuando em suas campanhas.
"Este é meu primeiro mandato, mas eu sei que todo ano eleitoral é a mesma coisa. Quem está disputando para deputado ou governo, não tem diferença, todos estão empenhados em suas campanhas. Todos vão se empenhar ao máximo para vencer. Sei que, no segundo semestre, principalmente, os trabalhos do Congresso caem bastante, mas isso não é de hoje", pontuou.
Estratégias
Na visão do cientista político Lucio Rennó, há vantagens na estratégia de arriscar perder mandatos no legislativo para buscar postos do Executivo. “Os cargos de governador trazem mais orçamento, influência sobre política pública, têm um impacto maior na sociedade. Para os partidos políticos, é mais interessante que se tenha controle sobre isso”, analisa.
O especialista ressalta que a disputa por cargos majoritários tem menos candidatos e mais visibilidade. "Além de mais tempo de TV, há mais dinheiro e diálogo amplo com prefeitos e prefeituras. Tudo isso dá uma proeminência para o político e para o partido que pode ser vantajosa pensando no médio e no longo prazo ou mesmo em compor um governo."
"Partidos também lançam candidaturas no primeiro turno para darem apoio no segundo turno e ter chance de garantir bom desempenho e habilitar o partido a ser mais influente", acrescenta.
R7
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