O presidente Jair Bolsonaro admitiu, nesta segunda-feira (11), que realizou negociações com o Centrão, partidos que dão sustentação ao governo no Congresso Nacional, e afirmou que as emendas secretas, alvo de questionamentos por falta de transparência, ajudam a "acalmar" o Parlamento.
"É outra parte de emenda que ajuda a acalmar o Parlamento. O que eles querem, no final das contas, é mandar recurso para sua cidade. Não tenho nada a ver com isso. E quando fala em orçamento secreto é mau-caráter, porque é publicado no Diário Oficial da União. Eles têm acesso a tudo que é feito com esses aproximadamente R$ 15 bilhões", afirmou Bolsonaro, durante entrevista a um podcast.
O presidente reconheceu as negociações feitas com o Centrão e disse que "convive" com os partidos, conhecidos pelo aspecto pragmático e que já apoiaram políticos adversários do atual comandante do Palácio do Planalto.
"Vou ter que negociar com o Parlamento, são 513 deputados e 81 senadores. Não vou ser ditador. E o Centrão, na Câmara [dos Deputados], equivale aproximadamente a 300 deputados federais. Então, para se aprovar qualquer coisa, em especial emenda à Constituição, passa por eles. O nosso relacionamento não é como no passado. Alguns cargos foram dados para partidos de centro. Sim, não vou negar isso aí", disse.
Apesar da resistência apresentada de parlamentares, o Congresso enviou, no início deste mês, ao STF (Supremo Tribunal Federal) documentos sobre o orçamento secreto – as informações estavam até então restritas ao relator-geral, que foi obrigado, por decisão da ministra Rosa Weber, a dar mais transparência aos nomes dos responsáveis pelas demandas.
As informações revelam o papel do ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos. O militar aprovou 26 ofícios com pedidos de recursos da pasta, alguns deles superando os R$ 70 milhões.
R7
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