O presidente Jair Bolsonaro desembarcou nesta nesta sexta-feira (14/1) no Amapá, onde participou de uma visita técnica para acompanhar a implementação da Infovia 00, um dos marcos do Programa Norte Conectado. Durante o discurso, o chefe do Executivo se dirigiu ao MST afirmando que caso o excludente de ilicitude seja aprovado pelo Congresso, não mais invadirão terras. Na prática, o excludente de ilicitude é uma espécie de salvaguarda jurídica para policiais que, porventura, matarem em serviço. A questão já foi debatida e rejeitada na Câmara dos Deputados em 2019.
"Vejo agora, meus policiais militares aqui presentes, o MST ameaçando realizar dezenas de invasões no corrente ano. Se um dia eu tiver no Congresso Nacional uma exclusão de ilicitude, pode ter certeza, aproveite para invadir agora porque no futuro não invadirão", bradou.
"O que é o excludente de ilicitude: é o militar que, ao cumprir sua missão, vai para casa descansar tendo a certeza de que não vai ter a visita de um oficial de Justiça para processá-lo. Ou nós temos lei ou não temos. Estamos mudando muitas coisas no Brasil, devagar, mas estamos mudando. Temos uma meta a atingir, temos uma caminho a percorrer", completou.
Medidas de restrição
Bolsonaro caracterizou como "projeto de pequenos ditadores" governadores e prefeitos que adotaram medidas restritivas no ano passado. "Todo o poder emana do povo, mas o povo tem que ter uma liderança do seu lado. Aprendemos durante o período da pandemia o projeto de pequenos ditadores que apareceram por todo o Brasil, desprezando o povo, maltratando o povo pelo seu interesse pessoais".
Na chegada ao aeroporto de Amapá, em meio à aglomeração, sem máscara, o presidente cumprimentou apoiadores com apertos de mãos, abraços e tirou selfies.
Fabio Faria em defesa do presidente
É a terceira vez que Bolsonaro visita o Amapá. A última viagem foi em novembro de 2020. Na ocasião, o estado passava por um apagão de energia. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, criticou notícias jornalísticas sobre o uso de máscaras de autoridades e aproveitou para fazer uma defesa ferrenha da gestão do presidente na pandemia. Segundo ele, o chefe do Executivo não é contrário às vacinas, embora Bolsonaro tenha concedido diversas declarações afirmando o contrário.
"Disseram que o presidente era contra a vacina, não. Comprou 600 milhões de doses. Quem quis tomar tomou. E ele defende que quem não queira tomar, tenha o direito de não tomar. Querem mudar um pensamento para colocar na cabeça das pessoas. O que o presidente defende é a liberdade de cada um poder fazer as suas escolhas", alegou.
Faria citou ainda o auxílio emergencial e disse que o presidente não fez distinções entre 'verde e amarelo ou vermelho' para concessão da medida. No entanto, o dever do presidente é o de governar para toda a população, independentemente do viés político.
"No ano da pandemia, quando estava todo mundo desesperado, achando que ia perder o emprego sem dinheiro para comer, ele disse: 'Eu vou dar R$ 600 para comer a quem quiser'. Você não perguntou se a pessoa era do PT, do PSol, do PCdoB, se era verde e amarelo ou era vermelho. Perguntou se a pessoa queria comer e deu um cheque de R$ 600 para quem quisesse comer na pandemia".
Por fim, o ministro afirmou que 'não tem como comparar' o governo Bolsonaro com as gestões passadas.
"Não tem como comparar. Imprensa, não tem como comparar o governo passado com o governo Bolsonaro. Tem que ir para a superficialidade. Tem que discutir se usou máscara ou não usou. Se aglomerou ou não aglomerou. Se discutir vacina, perde. Se discutir recurso para auxílio, perde. Se discutir internet, perde. Se discutir obras, perde. Se discutir privatizações, perde. Então ficam no superficial porque não podem discutir governo vs. governo. Mas essa discussão vai ter".
"Vocês vão ter internet por causa de um homem. E vão falar dele. A notícia vai ser que ele aglomerou no Amapá, mas ele não aglomerou no Amapá. O presidente veio para entregar internet e o povo do Amapá veio aqui abraçar o PR. Essa é a verdade. É ele quem ficou no sol abraçando e apertando a mão de cada um", justificou o ministro, que também não usava máscara, assim como os demais integrantes do primeiro escalão do governo.
Segundo o Ministério das Comunicações, o programa Norte Conectado "tem a finalidade de expandir a infraestrutura de comunicações na Região Amazônica, por meio da implantação de um backbone em fibra óptica, visando atender às políticas públicas de telecomunicações, educação, pesquisa, saúde, defesa e do judiciário". O projeto receberá R$ 1,5 bilhão das empresas que venceram o leilão do 5G como contrapartida das radiofrequências adquiridas.
CB
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