O presidente da República, Jair Bolsonaro, minimizou nesta quarta-feira (12) a variante do coronavírus Ômicron, que se espalhou com rapidez pelo mundo.
"Ômicron não tem matado ninguém. Ela tem capacidade de se difundir muito grande, mas a letalidade é muito pequena. Dizem até que seria um vírus vacinal. Alguns estudiosos sérios e não vinculados a farmacêuticas dizem que a Ômicron é bem-vinda e pode sinalizar o fim da pandemia", afirmou o presidente.
A primeira morte no Brasil pela variante foi registrada em Goiás, no município de Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital. A vítima era um homem de 68 anos que tinha doença pulmonar crônica e hipertensão. O mandatário pontuou que o homem "já tinha problemas seríssimos".
As falas foram proferidas em entrevista ao site Gazeta Brasil e transmitida ao vivo pelas redes sociais do presidente. Apesar do que diz o presidente, a OMS (Organização Mundial da Saúde) tem alertado que a variante não pode ser descrita como branda, porque tem matado pessoas em todo o mundo, ainda que ela pareça menos grave que outras variantes.
A questão de que a Ômicron pode representar o fim da pandemia tem sido discutida entre especialistas, mas ainda não há este entendimento.
Ao longo da entrevista, ele voltou a criticar ações de distanciamento social e fechamento de comércio para conter a propagação do vírus. Alguns estados têm discutido e tomado decisões neste sentido diante do aumento de casos no início deste ano.
"Outro lockdown (fechamento completo) a economia não aguenta. O Brasil vai quebrar. Desde o começo da pandemia eu disse que tínhamos que enfrentar a pandemia", afirmou. Bolsonaro voltou a defender medicamentos ineficazes contra a Covid-19, sem dizer nomes, afirmou que não se vacinou contra o vírus e está "muito bem", frisando que o que tem salvado o Brasil é a "imunidade de rebanho".
Ao falar sobre a referida imunidade, Bolsonaro se refere à imunidade natural, não provocada pela vacina, algo que ele defende desde o início da pandemia. O país já tem quase 70% da população totalmente vacinada e a comunidade científica remete a isso a redução das mortes pela doença. A "imunidade natural", defendida pelo presidente, é criticada por especialistas, pois uma pessoa pode ser reinfectada, e sem a vacina, não há prevenção de óbitos.
Apesar disso, o presidente afirmou que "a pessoa que se imuniza com o vírus tem muito mais anticorpos do que aquela que se imuniza com a vacina". Pesquisa feita pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças nos Estados Unidos (CDC), divulgada no fim do ano passado, entretanto, apontou que pessoas vacinadas têm mais proteção contra um quadro grave da Covid-19 do que uma pessoa infectada uma vez pelo vírus.
R7
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