O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (26) que considera "difícil" para o Congresso aumentar o valor de R$ 500 por conta no saque imediato do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Nesta semana, Bolsonaro assinou medida provisória (MP) que criou novas possibilidades para os trabalhadores retirarem dinheiro de suas contas do FGTS. Uma das ações é o saque imediato, cujo calendário de retiradas irá de setembro de 2019 a março de 2020.
O governo definiu no saque imediato o limite de R$ 500 por conta ativa ou inativa, contudo, reportagem do jornal "O Globo" mostra que parlamentares avaliam modificar a MP. O líder do Podemos, José Nelto (GO), defendeu ampliar o valor para ao menos R$ 1 mil por conta, enquanto o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, considerou os R$ 500 justos.
As medidas provisórias têm força de lei ao serem publicadas no “Diário Oficial da União”, porém precisam ser aprovadas em até 120 dias por Câmara e Senado para não perderem a validade. Os parlamentares podem alterar o texto das MPs.
Bolsonaro foi questionado sobre o tema nesta sexta-feira ao deixar o Palácio da Alvorada para uma viagem a Goiânia. Para o presidente, não há “problema” em aumentar o valor do saque imediato, desde que fique comprovado que não haverá falta de recursos para construção de casas populares.
Parte do saldo das contas do FGTS é utilizada pelo governo para financiar linhas de crédito nas áreas de habitação, saneamento básico e infraestrutura.
“O Parlamento sabe muito bem. Acho difícil eles tomarem medida nesse sentido, mas têm todo o direito de tomar. Se bota na ponta do lápis e eles falarem que não será atingida a construção de casas populares no Brasil, não tem problema, está certo. Depende deles mostrarem, porque matemática não tem como fugir, né. Matemática, pelo o que eu aprendi até hoje, dois e dois são quatro e ponto final”, disse o presidente.
Bolsonaro frisou que é importante manter recursos suficientes no FGTS para não prejudicar o programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida.
"Nós temos que ter recursos para continuar o programa Minha Casa Minha Vida, que é muito importante pra quem não tem onde morar. Essa que é a nossa intenção", declarou.
Eduardo embaixador
Bolsonaro também afirmou nesta sexta-feira que não tem “pressa” para receber a resposta do governo norte-americano sobre a possibilidade do filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro, ser o embaixador do Brasil em Washington.
O presidente disse ainda não ter certeza se o agrément, a consulta formal feita ao governo do país que receberá o embaixador, foi enviada aos EUA nesta quinta (25) ou sexta-feira (26).
“Acho que foi mandato ontem o agrément. Acho que foi ontem se eu não me engano. Não tenho certeza. Eu acertei com o Ernesto, se não foi ontem foi hoje. A gente não está com pressa”, afirmou Bolsonaro.
O G1 questionou o Ministério das Relações Exteriores sobre a consulta formal aos EUA, porém ainda não houve retorno.
Bolsonaro já disse em outras oportunidades que não acredita que o governo norte-americano recusará receber Eduardo. Para ser efetivado como embaixador, o deputado terá de renunciar ao mandato e de ser aprovado pelo Senado Federal.
G1
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