O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta sexta-feira (23/7), que a população não aceitará as eleições de 2022 sem o voto impresso. O mandatário ainda comparou os eleitores a um "exército" e voltou a criticar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso. Ele afirmou também que o Brasil não pode aceitar que aqui ocorra o mesmo que em outros países, como Cuba.
"O Barroso...sem comentários. Mas tudo bem. O nosso exército, que são vocês né, não vai aceitar acontecer o que ocorreu em outros países porque depois para retornar, pessoal... O que a gente quer é jogar dentro das quatro linhas da Constituição, e queremos eleições limpas. Eleições que não sejam limpas não são eleições. É uma coisa simples de entender isso daí. Até numa eleição de síndico de prédio, eleições da escola tem fraude. Isso não é eleição. Eleição fraudada não é eleição, isso não é democracia", alegou, ao conversar com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro também criticou pesquisas que mostram o ex-presidente Lula na liderança das eleições de 2022 e ironizou que o voto impresso serviria para garantir a vitória do petista. No entanto, reconheceu que se o projeto de voto auditável fosse colocado em votação hoje, "não passaria".
"Fico me perguntando porque não querem voto impresso. Se o Lula teve 49% de intenção de votos, é até bom que garanta a eleição dele, né?, ele não pode tomar uma pinga na esquina... Estava tudo pronto. De repente o Barroso foi para dentro do Congresso, conversou com líderes e eles trocaram as composições dos seus representantes nas comissões e hoje, na comissão, não passa."
O presidente repetiu que Barroso tem interesse nas eleições do próximo ano. "Qual o interesse dele? Ele tinha que ser o primeiro a dizer: presidente, o voto impresso é mais uma segurança", e dar um motivo qualquer para não ter. Não essa desculpa esfarrapada de "não tem dinheiro". O dinheiro quem trata sou eu, não é ele. Não vai faltar dinheiro para comprar a maquininha para imprimir o voto do lado ali", completou.
Candidatura à reeleição
Apesar de diariamente discursar em clima de campanha, Bolsonaro alegou que decidirá se concorrerá à reeleição apenas em março de 2022.
"Eu não posso falar que sou candidato agora, porque é crime eleitoral. E outra, só vou falar em eleição no ano que vem. Março, como último mês de filiações, daí eu decido o futuro aí."
Por fim, justificou que se tivesse morrido por ocasião da facada recebida em 2018, quem estaria no poder seria Fernando Haddad. "Qualquer coisa que acontece, tem um pessoal nosso que dá pancada em mim. Querem dar pancada? Tá bom. Quem é teu candidato para 2022? Não tem? Então cala a boca, pô. Para mim, não é meio de vida disputar Presidência ou ganhar a Presidência. Isso aí é uma missão, né? O pessoal não consegue entender que, se eu estivesse fora, tivesse morrido, o Haddad estaria na Presidência", concluiu.
Correio Braziliense
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