Novembro 27, 2024

Senador diz que vai apresentar requerimento para Abin explicar guerra química mencionada por Bolsonaro

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse nesta quinta-feira (6) que pretende apresentar um requerimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid para que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) seja convidada a explicar na Comissão se existe ou não a guerra química mencionada pelo presidente da República Jair Bolsonaro nesta quinta (5).

Em um discurso no Planalto nesta quarta (5) o presidente insinuou, sem citar o nome do país, que o coronavírus poderia ter sido criado propositalmente na China e indagou se o mundo estaria vivendo uma guerra química.

“É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que estamos enfrentando uma nova guerra? Qual país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês”, disse Bolsonaro.

O requerimento foi apresentado verbalmente pelo senador Tasso Jereissati e, segundo ele, será enviado por escrito à Comissão. O pedido ainda precisa ser votado pelos integrantes da CPI da Covid.

"Eu gostaria de fazer o requerimento verbal agora, mas estou enviando por escrito para convidássemos a Abin, o responsável pela Abin, para vir a essa comissão e explicar essa questão de guerra química, se existe isso ou se não existe, porque, se não existe é um verdadeiro boicote intencional a compra de vacinas ou envio de vacinas por parte da China.

A CPI é responsável por apurar ações e omissões do governo federal e eventuais desvios de verbas federais enviadas aos estados para o enfrentamento da pandemia.

Jereissati disse que a declaração de Bolsonaro foi uma das "mais graves e sérias" que um presidente da República do Brasil já fez.

"Eu gostaria de colocar que ontem o presidente da república fez uma das declarações mais graves e sérias que eu já vi um presidente no Brasil fazer, de que haveria, que a pandemia, o coronavírus poderia fazer parte de uma guerra química provindo da sua origem, evidentemente ele não fala o nome, mas da China", afirmou.

O senador disse ainda que, caso o mundo não viva uma guerra química, a declaração do presidente é uma "injúria e uma calúnia" contra o "maior fornecedor de vacinas no momento".

"Isso é muito grave. Se nós estamos vivendo uma guerra química, é uma das piores situações mundiais desde a segunda guerra mundial. Senão, estamos fazendo uma injúria e uma calúnia contra o nosso maior fornecedor de vacinas no momento", disse Jereissati.

Nesta quarta-feira (5), o presidente, Omar Aziz, e o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros, lamentaram a declaração de Bolsonaro e ressaltaram que ela pode ter impacto na compra do principal ingrediente para fabricação das vacinas, que vem da China.

Segurança sanitária
No início da sessão desta quinta-feira (6), a cúpula da CPI fez um apelo para que haja maior segurança entre os membros e assessores da comissão para evitarem a contaminação com o coronavírus.

Vice-presidente da comissão, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu para que a CPI oficialize à presidência do Senado um pedido para que seja assegurado aos membros da comissão o teste periódico da Covid-19.

“Todos nós estamos frequentando esse ambiente diariamente e, além disso, estamos retornando aos estados em voos”, disse.

Randolfe explicou que atualmente há uma regularidade de testagem a cada duas semanas. A ideia é que os exames passem a ser realizados semanalmente.

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), acatou o pedido e disse que inclusive já solicitou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), um espaço maior para a realização das audiências. Isso porque, explicou, além da presença de parlamentares e técnicos, os convidados costumam estar acompanhados de assessores. “Tem muita gente aqui”, disse Aziz.

Na mesma linha, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) solicitou que haja um distanciamento maior entre os assessores. Já Ciro Nogueira (PP-PI) pediu que as medidas de segurança, como testagem, seja estendida aos funcionários da comissão.

“Até porque se um deles pegar, passa para a gente também”, concordou Omar Aziz.

G1
Portal Santo André em Foco

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