Em um rápido discurso no plenário da Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro sinalizou que deve, sim, adotar duas medidas polêmicas aventadas por ele mesmo nas últimas semanas. Nomear seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), embaixador do Brasil nos Estados Unidos e indicar um ministro "terrivelmente evangélico" para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
Desde que passou a fazer essas sinalizações, Bolsonaro tem recebido críticas até de aliados. Em sua fala desta segunda, ele mostrou, como já havia dito, que não se importa com essas avaliações negativas sobre suas decisões. Ele, porém, ainda não formalizou nenhuma delas. A indicação do filho pode ocorrer nos próximos dias. A do ministro do STF só pode ocorrer no próximo ano, quando o ministro Celso de Mello irá se aposentar abrindo uma vaga na Corte.
Na semana passada, o presidente da República foi muito criticado no mesmo plenário da Câmara dos Deputados por lançar o nome do deputado Eduardo Bolsonaro para a vaga de embaixador em Washington, posto considerado um dos mais importantes da diplomacia brasileira.
Deputados, inclusive aliados do governo, reclamavam que a notícia prejudicava as articulações para aprovação em primeiro turno da reforma da Previdência. Os interlocutores de Bolsonaro afirmavam que ele deveria estar focado na votação mais importante de sua administração, em vez de lançar uma polêmica no ar. Além disso, parlamentares destacavam que o filho do presidente não teria as qualificações para assumir o posto em Washington e correria, inclusive, o risco de ter o nome rejeitado pelo Senado.
No caso da indicação de um ministro "terrivelmente evangélico" para a próxima vaga no Supremo, Bolsonaro acabou falando publicamente o que está sendo comentado nos bastidores: de que o advogado-geral da União, André Luiz Mendonça, pode ser o escolhido, por ele ser, como disse o presidente nesta segunda, "terrivelmente evangélico".
Ao colocar a religião como principal credencial para indicação de um nome para o STF, Bolsonaro foi criticado dentro do próprio Supremo, onde há ministros religiosos, a maioria católicos. Segundo eles, um evangélico pode, sim, ser nomeado, mas esse não deve ser um critério para a escolha do nome. Afinal, um ministro deve votar processos de acordo com a legislação e não por suas convicções religiosas.
André Mendonça vem sendo citado como cotado a ser escolhido por Bolsonaro por ocupar uma posição – ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU) – já ocupada por dois atuais ministros do STF: Dias Toffoli e Gilmar Mendes. E por ser evangélico.
G1
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