O senador Renan Calheiros (MDB-AL), cotado para assumir a relatoria da CPI da Covid, defendeu nesta quinta-feira (22) que a comissão inicie os trabalhos se debruçando sobre o processo de aquisição de vacinas contra o coronavírus.
Em entrevista à GloboNews, Calheiros afirmou que a comissão não vai tratar unicamente sobre o desvio de dinheiro público.
“O nosso objetivo é demonstrar se houve omissão de alguém ou erro de alguém na condução da pandemia. Nós temos já muita coisa conversada, postada, muita coisa também publicizada, e nós vamos fazer o exame criterioso mesmo dessas provas”, disse.
“Acho que inevitavelmente nós vamos ter que começar pela investigação da aquisição de vacinas, se é verdade ou não que o governo negligenciou”, disse.
A CPI da Covid está prevista para ter início na próxima terça-feira (27). No encontro, os 11 membros titulares devem eleger o presidente e o vice-presidente do colegiado.
A maior parte dos integrantes da CPI já fechou acordo para que a presidência fique com Omar Aziz (PSD-AM) e a vice-presidência, com Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos autores do pedido de criação da comissão. Pelo entendimento, Renan Calheiros (MDB-AL) será designado relator.
Oposição
Renan Calheiros é considerado um parlamentar de oposição e, por isso, o governo tentou barrar a sua indicação para a relatoria. Cabe ao relator, ao fim dos trabalhos, elaborar um parecer e encaminhá-lo ao Ministério Público ou à Advocacia-Geral da União com conclusões sobre possíveis infrações e com eventuais pedidos de indiciamento.
Nesta terça-feira (20), o presidente Jair Bolsonaro telefonou para Renan Filho (MDB), governador de Alagoas e filho do senador.
Na conversa, breve, segundo interlocutores do governo, o presidente demonstrou preocupação com a instalação da CPI neste momento e sinalizou interesse em dialogar com o provável relator do colegiado.
Na entrevista à GloboNews, Renan Calheiros disse que “é evidente” que o presidente da República mantém uma relação administrativa com o governador de Alagoas e que eles conversam sempre por telefone.
Ele contou que Bolsonaro nunca lhe telefonou, mas ponderou que recentemente recebeu um "aceno" do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE).
“Do ponto de vista da CPI, o nosso propósito é fazer uma investigação profunda, criteriosa, absolutamente isenta em busca da verdade para darmos as respostas que a sociedade toda cobra. De modo que não haverá nenhuma dificuldade de conversar com ninguém", disse Calheiros.
"Conversarei com qualquer um, sobretudo com o presidente da República, se ele entender que é o caso. O presidente nunca me telefonou, eu recebi um aceno através do líder Fernando Bezerra e, nas últimas horas, teve esse telefonema para o governador”, afirmou.
“Mas ele não precisa ter nenhuma preocupação, porque o inimigo da comissão parlamentar de inquérito é a pandemia. Nós não vamos predefinir qualquer alvo da investigação”, disse Renan Calheiros.
G1
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