A conversa entre Bolsonaro e o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), que foi gravada e divulgada pelo parlamentar, reforça a necessidade de abertura da CPI da Pandemia, avalia o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Para ele, o presidente fez "ameaças" contra Estados e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Na conversa, o presidente defende a inclusão de governadores nas investigações da CPI da pandemia e a abertura de processo de impeachment contra ministros do Supremo.
"Na conversa com o Kajuru, o presidente da República fez ameaças a governadores e ministros do Supremo. A gravação foi usada para intimidar o Senado e o STF, mais um motivo para se abrir imediatamente a CPI da Pandemia", afirmou ao blog o senador Renan Calheiros.
Calheiros é citado como um dos nomes para ser relator da CPI no Senado. Ele integra o grupo do MDB que se posiciona de forma independente ao governo Bolsonaro e defende uma ampla investigação sobre o enfrentamento ao coronavírus.
"Essa defesa de que o objeto da CPI seja ampliado, incluindo Estados e municípios, é redundante. Como a gestão é tripartite, entre União, Estados e municípios, na hora de investigar a CPI vai ter de analisar os recursos liberados pelo governo federal para governadores e prefeitos. Tudo será investigado", afirmou o senador.
A CPI da Pandemia será lida nesta terça-feira (13), às 16h, no plenário do Senado. A sua abertura foi determinada pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso. A liminar dele será apreciada no plenário do Supremo na quarta-feira (14). A tendência é que seja confirmada, principalmente depois dos seguidos ataques de Bolsonaro à decisão de Barroso.
O governo ainda tenta retirar assinaturas para derrubar a comissão, mas aliados do presidente estão pessimistas sobre o sucesso da operação. Falhando, a estratégia será controlar os trabalhos da comissão.
Para isso, porém, aliados dizem que o presidente da República terá de melhorar o relacionamento com os senadores governistas, insatisfeitos com o tratamento mais privilegiado dispensado a deputados.
Senadores lembram que há cinco deputados que são ministros, enquanto não há nenhum senador na Esplanada dos Ministérios. Ou seja, o preço do Senado governista subiu e Bolsonaro terá de atender pedidos de seus aliados se quiser controlar a CPI.
G1
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