Caso seja eleita presidente do Senado, Simone Tebet (MDB-MS) se tornará a primeira mulher a comandar a Casa, mas não a primeira integrante da sua família a sentar na cadeira da Presidência.
Em 2001, há exatos vinte anos, o pai de Simone, Ramez Tebet (MDB-MS), foi eleito presidente do Senado com 41 votos após a renúncia do então presidente Jader Barbalho (MDB-PA). Por ser da maior bancada, Tebet era candidato único, o que não tornou a eleição fácil. Na esteira da crise que levou à renúnica de Jader, houve 31 votos em branco e três nulos, além de um racha dentro do bloco da situação.
Duas décadas depois, sua filha Simone, a única entre os quatro filhos que seguiu a carreira política, enfrentará uma disputa igualmente difícil. Apesar de também ser do partido com maior bancada, tem como adversário na disputa o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), apoiado tanto pelo atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre, quanto pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.
Ao que tudo indica, Alcolumbre pretende manter o feito alcançado em 2019, de conseguir romper a tradição da Casa de que a maior bancada tem a prerrogativa de indicar o presidente. Com 15 senadores, o MDB pode novamente ficar sem a presidência, se não conseguir convencer a maioria dos senadores a apoiar a sua candidatura.
Tebet já conseguiu vencer a primeira batalha: a disputa dentro do MDB, que tinha outros três postulantes. Há dois anos, ela perdeu a disputa interna para Renan Calheiros (MDB-AL) e defendia que se o partido insistisse no nome desgastado do senador ficaria sem a presidência. A eleição de 1º de fevereiro de 2019 mostrou que ela estava certa.
Com perfil conciliador e mais independência do que seu adversário Rodrigo Pacheco, Tebet, assim como Pacheco, defende e já votou a favor de reformas econômicas, como a PEC do Teto , as reformas Trabalhista, da Previdência e autonomia do Banco Central. Para os próximos anos, defende a reforma tributária e a PEC Emergencial.
O discurso de posse do seu pai, Ramez Tebet, há vinte anos, traz pontos em comum ao que a senadora defende hoje: urgência na aprovação de uma reforma tributária e maior entendimento entre os senadores. Em 20 de setembro de 2001, Ramez Tebet disse:
"Há questões fundamentais no país (...). A reforma tributária é essencial para desafogar as empresas dessa penosa burocracia, sem falar na sufocante carga dos tributos. E essa reforma tributária não tem saído do papel. É mais do que hora de trocarmos a intolerância pela harmonia. É mais do que hora de trocarmos as inócuas disputas pessoais pelo entendimento, pela solidariedade e pela fraternidade. Isso não é essencial apenas para o Senado da República; é essencial para o Brasil".
R7
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