O prefeito afastado de Bayeux, Berg Lima (PR), renunciou ao cargo na manhã desta terça-feira (14). O anúncio foi feito por meio de uma carta entregue na Câmara dos Vereadores da cidade localizada na Grande João Pessoa.
A carta de renúncia foi endereçada ao presidente interino da Câmara, Inaldo Andrade. Em entrevista à TV Cabo Branco, Berg justificou a decisão.
“A gente fez uma reflexão e para a paz política no município de Bayeux, depois de tantos momentos de perseguição no âmbito político e pessoal, eu tomei essa decisão”, declarou.
Na carta, Berg Lima afirma ter sido vítima de armação e diz ter sido perseguido. Confira o conteúdo da carta na íntegra no fim da reportagem.
O prefeito afastado tentou protocolar a carta renúncia no fim da tarde da segunda-feira (13). Mas segundo o presidente interino do Poder Legislativo Municipal, o expediente no local havia encerrado e, por isso, o documento não foi apresentado.
Conforme Inaldo Andrade, após o protocolo do pedido de renúncia, o edital de convocação para novas eleições podem ser marcadas em até 30 dias. Existe ainda o período de mais 30 dias para a marcação de uma votação interna.
Berg Lima foi afastado no dia 20 de maio após decisão judicial motivada por pedido do Ministério Público da Paraíba. Ele foi acusado de contratar servidores fantasmas para a prefeitura de Bayeux em 2017.
Além desta denúncia, o prefeito afastado foi denunciado pelo Ministério Público por suspeita de aplicar verbas em áreas diversas que seriam exclusivas para uso em melhorias no trânsito da cidade.
O gestor preferiu não se posicionar sobre as denúncias e disse que elas estão sob avaliação da Justiça.
Carta renúncia de Berg Lima
"Tive a honra e a felicidade de ser escolhido pelo povo de Bayeux para servir minha cidade na condição de prefeito. Por outro lado, desde então, as forças e os poderes que sempre tiveram interesses e dominaram a cidade sem cuidar do povo não se conformaram com a legítima decisão que cada cidadão e cidadã de Bayeux tomou nas urnas.
Vitima de uma armação jamais vista, fui afastado, perseguido, passei por uma verdadeira provação ao lado da minha família e dos poucos que querem realmente o bem da nossa cidade e da nossa gente. O justo prevaleceu e retornei à missão que me foi confiada pelo povo de Bayeux. Trabalhei dia e noite para honrar a confiança de cada cidadão, ainda mais quando tivemos que enfrentar bravamente uma pandemia sem precedentes.
Entretanto, ver Bayeux bem cuidada e no caminho certo incomoda muita gente, ainda mais em ano eleitoral. Arrumaram qualquer motivo para, numa clara perseguição pessoal, me afastarem mais uma vez e entregar a cidade na mão dos meus oportunistas algozes, verdadeiros tiranos que não guardam qualquer compromisso com nossa gente, numa trama medíocre e repugnante.
Não resta qualquer dúvida que há uma cruzada contra a minha pessoa e que essas pessoas não descansarão enquanto não tirarem da mão do povo o direito de escolher seu prefeito.
Não temo qualquer um deles, tampouco me acovardo na luta, mas minha missão maior sempre foi com o povo da minha amada Bayeux. Essa perseguição injusta e covarde já causou muito mais mal à nossa cidade até que a mim mesmo.
Sendo assim, para tentar dar à minha amada Bayeux uma última esperança de ter paz e poder seguir caminhos melhores, renuncio, em caráter irrevogável e irretratável, com muita dor, ao cargo que com muita honra recebi do povo para que o alvo passe a ser apenas eu e nosso povo e nossa cidade possam ter tempos melhores.
Cristão convicto, relevo as injustas acusações e perseguições assacadas contra mim, entregando nas mãos do Nosso Pai Celestial o Julgamento Maior e Final.
Bayeux- PB, 13 de julho de 2020."
GUTEMBERG DE LIMA DAVI
G1 PB
Portal Santo André em Foco
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