O novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira (25) que a educação não pode ser "capturada pela mediocridade".
Barroso fez afirmação no discurso de posse como novo presidente da Corte. Ele presidirá o tribunal pelos próximos dois anos, no lugar de ministra Rosa Weber. O ministro Luiz Edson Fachin foi empossado como vice-presidente do TSE na mesma solenidade.
"A falta de educação produz vidas menos iluminadas, trabalhadores menos produtivos e um número limitado de pessoas capazes de pensar criativamente um país melhor e maior. A educação, mais que tudo, não pode ser capturada pela mediocridade, pela grosseria e por visões pré-iluministas do mundo. Precisamos armar o povo com educação, cultura e ciência”, disse Barroso.
O magistrado fez a afirmação três dias depois da divulgação de vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril.
Na gravação, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, defendeu a prisão de "vagabundos", "começando no STF".
Nessa mesma reunião, o presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa do armamento da população.
No pronunciamento, o novo presidente do TSE não citou a reunião ministerial, cujo conteúdo se tornou público depois de decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello.
'Aparente prática criminosa'
Celso de Mello viu "aparente prática criminosa" de Weintraub no vídeo e mandou comunicar os demais ministros do STF sobre o caso.
Para o ministro do STF, há possível crime de injúria na fala do ministro da Educação. ““Constatei, casualmente, a ocorrência de aparente prática criminosa, que teria sido cometida pelo ministro da Educação”, disse o decano do STF no despacho.
Para Celso de Mello, a fala de Weintraub a declaração “põe em evidência, além do seu destacado grau de incivilidade e de inaceitável grosseria, que tal afirmação configuraria possível delito contra a honra”.
Outros pontos do discurso
Além de dizer que a educação não pode ser ‘capturada pela mediocridade’, Barroso, em seu pronunciamento de posse na presidência do TSE, fez uma defesa enfática da Constituição e do estado democrático de direito.
Barroso também destacou que o Brasil já completou três décadas de estabilidade institucional, que “resistiu a chuvas, vendavais e tempestades”.
“O ataque destrutivo às instituições, a pretexto de salvá-las, depurá-las ou expurgá-las, já nos trouxe duas longas ditaduras na República. São feridas profundas na nossa história, que ninguém há de querer reabrir”, disse o novo presidente do TSE.
O ministro defendeu ainda o estabelecimento de pontes e não o erguimento de muros; o diálogo em vez do confronto; e a razão pública no lugar do que chamou de “paixões extremadas”.
Em outro momento do discurso, o magistrado falou sobre a necessidade de enfrentamento às notícias falsas, especialmente no período eleitoral.
"Os principais atores no enfrentamento às fake news hão de ser as mídias sociais, a imprensa profissional e a própria sociedade”, declarou Barroso.
“E, mais que nunca, nós precisaremos de imprensa profissional, que se move pelos princípios éticos do jornalismo responsável, capaz de separar fato de opinião, e de filtrar a enorme quantidade de resíduos que circula pelas redes sociais”, acrescentou o ministro.
G1
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