O ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, voltou a criticar o noticiário sobre coronavírus durante apresentação dos 500 dias do governo Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (15) no Palácio do Planalto.
Segundo ele, as notícias transmitem um "clima de terror". No último dia 22, Ramos criticou "imagens de caixão e corpo" nos telejornais e pediu à imprensa que mostrasse "coisa positiva".
Até esta sexta-feira (15), segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil acumulava 14.817 mortes provocadas pela covid-19, doença provocada pelo coronavírus, e 212.198 casos confirmados da doença.
"Como diz a Bíblia, não sabemos o dia e a hora. Mais um dado que não é covid – a pneumonia: 80 mil. Todo mundo aqui deve andar de carro, deve andar de ônibus, pratica esportes. A média de mortes por ano de queda, afogamento, acidente automobilístico, lesões provocadas por toda a ordem: 164 mil mortes. Os números são impactantes, mas nem por isso é instaurado um clima de terror", declarou o ministro.
Altamente contagiosa, a Covid-19, doença causada pelo coronavírus, já causou mais de 300 mil mortes no mundo. Não existe tratamento comprovado nem vacina contra o vírus. No Brasil, a taxa de contaminação é de 2,8 - ou seja, dez pessoas contaminadas infectam outras 28. Essa é a maior taxa de contaminação entre os 48 países analisados pelo Imperial College, de Londres. Ao contrário das mortes causadas por uma doença contagiosa, o número de mortes por acidentes como os de trânsito não crescem exponencialmente.
Enquanto não há vacina ou remédio para a Covid-19, é preciso adotar um conjunto de medidas - que incluem diversos níveis de isolamento social - para ganhar tempo até que o sistema de saúde tenha capacidade de atender a todos que necessitam. Com o aumento exponencial do número de casos da doença, além de se extrapolar a capacidade de atendimento aos pacientes com Covid-19, a mortalidade por outras causas que exigem UTI pode sofrer um aumento como consequência da sobrecarga dos hospitais e lotação dos leitos de UTI.
Para o ministro, é uma "questão de bom senso" – "Podem me criticar: 'O general, o ministro, só quer notícias boas'", disse.Para o ministro, "a imprensa tem que ter consciência que ela tem um peso muito grande com o que ela anuncia, com o que ela veicula".
Ramos disse que não minimiza as mortes, mas pediu mais destaque para os casos de pessoas que se recuperaram da doença ou estão em recuperação.
"Se somarmos os brasileiros salvos ou em recuperação, fiz a conta, 188,9 mil pessoas estão salvas. Mas o número para causar o terror, o número para assustar, é 202,9 mil. Se os senhores fizerem a matemática simples, essa diferença está dando 13,9 mil", afirmou.
G1 PB
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