Novembro 23, 2024

Governadores do Nordeste cruzam braços sobre reforma da Previdência

Deputados ouvidos pelo blog passaram a cobrar um maior empenho dos governadores para convencer as respectivas bancadas de não excluir da reforma da Previdência os regimes próprios de servidores estaduais e municipais.

"Esse movimento de cruzar os braços é mais forte entre os governadores do Nordeste. Eles defendem o mesmo regime previdenciário para todos os servidores, mas não demonstram o empenho necessário para cobrar o voto dos deputados", disse ao blog um deputado envolvido na articulação da reforma.

Essa defesa enfática da manutenção dos regimes de estados e municípios nas mesmas regras da reforma da Previdência tem sido feita por governadores do Sudeste e do Sul, como João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS).

Os governadores do Nordeste são mais pressionados pelas corporações de servidores públicos estaduais que integram a base eleitoral dos seus respectivos partidos. E sem envolvimento desses governadores, deputados se sentem mais livres para tirar da reforma esses servidores estaduais e municipais.

Nesta segunda-feira (3), o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, defendeu maior empenho dos governadores para pressionar os deputados no sentido de que os estados não sejam excluídos da reforma da Previdência.

Nas últimas semanas, ganhou força um movimento de deputados para excluir da reforma da Previdência os regimes próprios de servidores dos estados e municípios.

Esse movimento, acendeu a luz amarela na equipe econômica, que teme que a retirada dos estados da reforma dificulte de forma exponencial o ajuste das contas públicas nesses entes federados.

Isso porque cada estado e município teria que aprovar sua própria alteração de regras previdenciárias. E as maiores resistências estão justamente nas assembleias legislativas, onde o poder dos servidores estaduais costuma ser maior.

O relator da proposta de reforma da Previdência na comissão especial da Câmara, o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), já afirmou que o déficit previdenciário de estados e prefeituras soma R$ 96 bilhões por ano. Mas esse rombo pode crescer de forma significativa caso nos próximos anos não haja uma mudança de rumo nos estados e municípios.

G1
Portal Santo André em Foco

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