O clima segue tenso entre Congresso e Palácio do Planalto depois de o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, acusar o Legislativo de chantagear o governo no caso do Orçamento Impositivo.
Para esfriar a temperatura e criar um ambiente propício para um aceno de paz, a equipe do presidente Jair Bolsonaro aposta no feriado prolongado do Carnaval.
"Depois do Carnaval, nossa expectativa é que os ânimos estejam mais tranquilos e possamos fazer um novo acordo sobre a distribuição de verbas do Orçamento Impositivo", disse ao blog reservadamente um assessor direto do presidente Bolsonaro.
No Congresso, líderes até concordam que é necessário buscar um entendimento, mas não sem antes o ministro Augusto Heleno dar explicações sobre sua fala. No Senado, por exemplo, o senador petista Rogério Carvalho, com o apoio de colegas de partidos de centro, vai apresentar um requerimento para que o ministro do Gabinete de Segurança Institucional seja convocado para falar sobre o caso no plenário.
Interlocutores do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, dizem que, hoje, o requerimento seria aprovado e Augusto Heleno teria de ir explicar que tipo de "chantagem" o Congresso está fazendo contra o governo e, também, quais são as "insaciáveis reivindicações" que alguns parlamentares estariam fazendo - termos usados pelo ministro do GSI em dois momentos classificados por líderes como ataques ao Congresso.
Nesta quinta-feira (20), o ministro Paulo Guedes (Economia) abordou o tema em seu discurso, durante lançamento de uma nova modalidade de financiamento habitacional da Caixa, com juros fixos. Ele fez um pedido para que os dois lados sentem para negociar em nome da aprovação das reformas, mas também reclamou que os parlamentares teriam, segundo ele, exagerado ao aprovar as emendas do Orçamento Impositivo.
O governo reclama que as emendas de relator e de comissões somaram R$ 30 bilhões. Caso os parlamentares sejam os únicos a definir a prioridade sobre esses recursos, como estava previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada e cujo ponto foi vetado pelo presidente, a equipe econômica alega que alguns ministérios podem ficar sem recursos para bancar seus gastos de custeio. Ou seja, alguns serviços podem parar. O Congresso promete derrubar esse veto.
Paulo Guedes disse ser normal que os dois lados, de vez em quando, se estranhem, com o Congresso pisando no pé do governo. Mas que não pode haver exagero nisso. Só que os parlamentares avaliam que Augusto Heleno extrapolou em suas críticas, desrespeitando o Congresso.
G1
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