Novembro 26, 2024
Arimatea

Arimatea

O Serviço Secreto dos Estados Unidos admitiu nesta sexta-feira (20) que falhas de comunicação prejudicaram a segurança de Donald Trump antes do atentado sofrido pelo candidato republicano à Presidência, em julho.

A informação foi revelada em relatório do Serviço Secreto sobre o atentado, divulgado nesta sexta. O documento aponta falhas tanto das autoridades locais quanto federais na segurança de Trump no comício --ambas eram responsáveis pela segurança de Trump no comício-- e destacou "deficiências na comunicação" e erros em sequência e de amplo alcance que antecederam o atentado.

Entre os erros, o Serviço Secreto citou uma série de oportunidades perdidas pelas forças de segurança para deter Matthew Crooks, de 20 anos, que subiu em um telhado com um fuzil AR-15 e acertou Trump na orelha. A polícia havia identificado o suspeito cerca de uma hora antes dele realizar os disparos, segundo apuração do jornal americano "The New York Times".

“É importante que nos responsabilizemos pelas falhas de 13 de julho e que usemos as lições aprendidas para garantir que não tenhamos outra falha de missão como essa novamente”, disse o diretor interino do Serviço Secreto, Ronald Rowe Jr. sobre o relatório divulgado pela agência federal de segurança.

Após ser atingido por um dos disparos, Trump foi retirado imediatamente do comício por agentes do Serviço Secreto. Crooks, que estava a cerca de 150 metros de onde o candidato republicano discursava, foi morto segundos após realizar os disparos por um sniper do Serviço Secreto. (Leia mais sobre o caso abaixo)

O documento deixa claro que o Serviço Secreto já sabia, antes do tiroteio, que o local do comício apresentava desafios de segurança.

Outro dos problemas listados pelo Serviço Secreto é que alguns policiais locais no local não estavam cientes da existência de dois centros de comunicação na área, o que significa que os oficiais não sabiam que o Serviço Secreto não estava recebendo suas transmissões de rádio.

As autoridades também comunicaram informações vitais fora das frequências de rádio do Serviço Secreto. Enquanto os oficiais procuravam Crooks antes do tiroteio, os detalhes estavam sendo transmitidos "via dispositivos móveis/celulares de maneira fragmentada", em vez de pela própria rede do Serviço Secreto.

"A falha do pessoal em transmitir via rádio a descrição do agressor ou informações vitais recebidas da polícia local sobre um indivíduo suspeito no telhado do complexo AGR para todos os funcionários federais no local de Butler prejudicou a consciência coletiva de todo o pessoal do Serviço Secreto", disse o relatório.

Essa falha foi especialmente problemática para a equipe de proteção de Trump, "que não foi informada sobre o quão focadas estavam as forças de segurança estaduais e locais, nos minutos anteriores ao ataque, em localizar o suspeito". Se soubessem, diz o relatório, poderiam ter decidido retirar Trump enquanto a busca estava em andamento.

O relatório levanta questões mais sérias sobre por que não havia agentes de segurança posicionados no telhado que Crooks escalou antes de abrir fogo.

Embora a resposta falha tenha sido bem documentada por meio de testemunhos no Congresso, investigações da mídia e outras declarações públicas, o relatório marca a tentativa mais formal do Serviço Secreto de catalogar os erros ocorridos no comício.

O relatório foi divulgado pelo Serviço Secreto em meio a um momento de pressão para a agência federal de segurança. No último domingo (15), Trump sofreu outra tentativa de assassinato enquanto jogava uma partida de golfe em West Palm Beach, na Flórida. Um suspeito levou um fuzil ao local e foi preso antes que conseguisse mirar no político.

Relembre o atentado
Em 13 de julho, o ex-presidente sofreu um atentado a tiros durante um comício, na cidade de Butler, estado da Pensilvânia. Trump foi atingido por um tiro de raspão de um fuzil AR-15 na orelha direita e levado para o hospital.

Na ocasião, um homem que assistia o comício morreu e outros dois foram socorridos em estado grave. O atirador, identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, carregava foi morto pelo Serviço Secreto.

Imagens do comício registraram o exato momento em que o comício foi interrompido. O candidato presidencial republicano se abaixou e pôs as mãos na orelha. Em seguida, com sangue no rosto, se levantou, ergueu o punho no ar e foi levado por seguranças a um carro que o aguardava.

"Eu levei um tiro que atingiu o pedaço superior da minha orelha direita. Eu soube imediatamente que algo estava errado quando ouvi um zumbido, tiros e imediatamente senti a bala rasgando a pele. Sangrou muito, e aí me dei conta do que estava acontecendo", escreveu Trump nas redes sociais.

Quem é o atirador?
Segundo o FBI, Thomas Matthew Crooks vivia no distrito de Bethel Park, na Pensilvânia. A região onde Crooks morava fica a cerca de 70 km de Butler, onde acontecia o comício de Trump. Ele aparentemente "agiu sozinho", de acordo com a corporação.

Ele era descrito como um rapaz tímido, que era vítima de bullying e havia sido rejeitado no clube de tiro na escola por não ser bom atirador.

O atirador se formou na Bethel Park High School em 2022. Em um vídeo da cerimônia de formatura da escola, Crooks pode ser visto cruzando o palco para receber seu diploma, parecendo magro e usando óculos.

Jason Kohler, que disse ter frequentado a mesma escola secundária, afirmou que Crooks era vítima de bullying na escola e ficava sozinho na hora do lanche. Outros estudantes zombavam dele pelas roupas que usava, incluindo roupas de caça, disse Kohler.

Ele tentou entrar na equipe de tiro da escola, mas foi rejeitado porque não era um bom atirador, disse Frederick Mach, capitão atual da equipe. No atentado, Crooks usou um fuzil AR-15, que as autoridades acreditam ter sido comprado por seu pai.

O telhado onde Crooks estava deitado ficava a menos de 150 metros de onde Trump estava falando, uma distância na qual um bom atirador poderia razoavelmente atingir um alvo do tamanho de um humano. Essa é uma distância na qual os recrutas do Exército dos EUA devem acertar um alvo em forma de silhueta humana para se qualificarem com o fuzil M-16.

g1
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"Eles estão vindo atrás de você": segundo Edmundo González, candidato da oposição na Venezuela, esse foi o alerta que o fez decidir deixar seu país e buscar asilo político na Espanha.

Em entrevista à agência de notícias Reuters nesta sexta-feira (20), em Madri, o venezuelano, que recentemente foi reconhecido como o presidente eleito pelo Congresso espanhol e pelo Parlamento Europeu, contou que estava ameaçado pelas forças de segurança que apoiam Nicolás Maduro e disse acreditar que, se tivesse permanecido no país, estaria preso e, possivelmente, sob tortura.

"Um oficial de segurança que trabalhava comigo me chamou de lado para dizer que tinha recebido informações de que os órgãos de segurança estavam vindo atrás de mim e que era melhor me refugiar. Eu poderia ter me escondido, mas precisava ser livre para poder fazer o que estou fazendo, transmitindo ao mundo o que está acontecendo na Venezuela, fazendo contatos com líderes mundiais", disse ele.

González também contou que deixou a Venezuela depois de obter garantias de que sua família e seus bens estariam seguros e disse estar confiante de que uma transferência pacífica de poder ainda é possível no país, com ele como a pessoa para liderá-la.

"Quero garantir que a vontade dos 8 milhões de venezuelanos que votaram em mim em 28 de julho seja respeitada. Essa é uma decisão que já foi tomada e aspiro honrá-la totalmente", afirmou, sobre as alegações da oposição de uma vitória esmagadora com base nas atas de votação, que não foram divulgadas.

Maduro diz que González pediu 'clemência'
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou, nesta quinta-feira (19), que seu adversário nas eleições presidenciais lhe pediu "clemência" para conseguir sair da Venezuela e ir para a Espanha.

"Me dá vergonha alheia que o senhor Edmundo González Urrutia, que me pediu clemência, não tenha palavra com o que se empenhou e alegue sua própria inépcia e sua própria covardia para tentar salvar sei lá o que", afirmou Maduro.

A fala de Maduro foi uma resposta à denúncia feita pelo opositor na quarta, de que teria sido coagido por autoridades venezuelanas para assinar o documento de aceite à decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano, que deu vitória a Maduro em meio a uma polêmica de atas eleitorais.

A assinatura do documento, ocorrida na embaixada espanhola em Caracas, onde González estava escondido, ocorreu na presença do presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, e a vice-presidente, Delcy Rodríguez --ambos aliados de Maduro. (Veja na imagem abaixo)

González disse que o documento permitiria sua saída do país e que não teve opção senão o assinar. "Ou eu assinava ou sofria as consequências. Foram horas muito tensas de coação, chantagem e pressões", disse. Quando chegou à Espanha, González disse que deixou a Venezuela para evitar um conflito.

González foi rebatido por pelo presidente da Assembleia Nacional venezuelana, que o chamou de mentiroso e disse que o opositor assinou por vontade própria o documento reconhecendo a vitória de Maduro.

A decisão do TSJ - instância máxima do Judiciário venezuelano e alinhado a Maduro - que reafirmou a vitória do presidente na eleição, referendando o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral, é contestada pela comunidade internacional, que também exige a publicação das atas eleitorais.

No primeiro pronunciamento após González deixar o país, o presidente Nicolás Maduro falou sobre o opositor em tom de despedida, desejou a ele "sorte em sua nova etapa da vida" e disse que agora "o país está tranquilo". O presidente venezuelano acrescentou que ele participou pessoalmente das negociações para González deixar o país.

Perseguição após eleições
A Venezuela vive um impasse desde a eleição presidencial, ocorrida em 28 de julho. O Conselho Nacional Eleitoral venezuelano declarou o presidente Nicolás Maduro vencedor da eleição, em resultado contestado pela oposição e pela comunidade internacional por falta de transparência --as atas eleitorais, que comprovariam o resultado, não foram publicadas até o momento.

Dias depois, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) referendou o resultado anunciado pelo CNE e proibiu a divulgação das atas. Tanto o TSJ quanto o CNE são alinhados ao governo Maduro.

Edmundo González foi o candidato da oposição na eleição e enfrentou Maduro nas urnas. A oposição, liderada por María Corina Machado, garante que González ele venceu o pleito com ampla vantagem, com base em cerca de 80% das atas impressas pelas urnas eletrônicas e publicadas em um site.

A ONU apontou a veracidade das atas divulgadas pela oposição. Por outro lado, o Ministério Público venezuelano, também alinhado a Maduro, disse que as atas são falsas e abriu investigação contra a oposição. Após González faltar a intimações do MP para prestar depoimento, um mandado de prisão foi expedido contra o opositor.

Temendo ser preso pelo regime Maduro, González estava escondido há mais de um mês e era considerado foragido. Em uma carta enviada ao Ministério Público ele afirmou que não ia se apresentar, pois considera que o processo contra ele não tem fundamento legal.

Investigação contra González
Edmundo González é investigado por crimes como usurpação de funções da autoridade eleitoral, falsificação de documentos oficiais, incitação de atividades ilegais, sabotagem de sistemas e associação criminosa.

Segundo o MP, o pedido de prisão foi apresentado após González ignorar três intimações para prestar depoimento. O órgão é aliado do presidente Nicolás Maduro e controlado por chavistas.

O procurador-geral Tarek Saab afirmou que as intimações tinham como objetivo colher o depoimento de González sobre a publicação de atas impressas das urnas eleitorais em um site.

A líder da oposição, María Corina Machado, também está sendo investigada pelo Ministério Público. Na quinta-feira (5) ela se responsabilizou pela publicação das atas eleitorais em um site.

g1
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Donald Trump, disse na quinta-feira (19) que os eleitores judeus americanos serão parcialmente culpados caso ele perca as eleições de 5 de novembro para a vice-presidente Kamala Harris, a candidata democrata.

Durante um discurso na Cúpula Nacional do Conselho Israelo-Americano em Washington, o ex-presidente lamentou estar atrás de Harris nas intenções de voto entre os judeus americanos.

Em sua fala, Trump alegou que Israel "provavelmente" deixaria de existir dentro de dois anos caso Harris vença as eleições, e os judeus seriam parcialmente culpados por esse resultado porque tendem a votar nos democratas.

"Se eu não ganhar esta eleição — e o povo judeu teria realmente muito a ver com isso se isso acontecer, porque se 40%, quero dizer, 60% da população votar no inimigo — Israel, na minha opinião , deixará de existir dentro de dois anos", disse Trump à plateia.

O candidato republicano também lamentou ter conquistado menos de 30% dos votos entre os judeus americanos nas eleições de 2016, a qual ele venceu, e nas eleições de 2020, quando perdeu para o presidente democrata Joe Biden.

Não ficou clara qual pesquisa o ex-presidente estava citando, mas, em uma pesquisa recente da Pew Research, 65% dos judeus americanos diziam preferir Harris, e 34%, Trump.

Trump fez comentários semelhantes em um outro evento no início da mesma noite, também em Washington, dedicado ao combate ao antissemitismo na América.

Disputa em estados-pêndulo
A campanha de Trump fez da conquista dos eleitores judeus nos principais estados-pêndulo, que podem definir a eleição, uma prioridade. Os judeus dos EUA inclinaram-se fortemente para os democratas nas eleições federais durante décadas e continuam a fazê-lo, mas apenas uma pequena mudança no voto judaico, se ocorresse, poderia determinar o vencedor em novembro.

Na Pensilvânia, um dos estados-chave da campanha eleitora, por exemplo, existem mais de 400 mil judeus. Biden venceu por uma diferença de apenas 81 mil votos em 2020.

Em uma declaração antes do discurso, Morgan Finkelstein, porta-voz da campanha de Harris, criticou Trump por se associar eventualmente a apoiadores antissemitas. Trump rejeitou todas as acusações de antissemitismo, observando durante os seus discursos de quinta-feira que tem um genro judeu.

Durante seu discurso, Trump não mencionou uma reportagem da CNN publicada no início do dia sobre o candidato republicano ao governador da Carolina do Norte, Mark Robinson. Esse relatório alegou que Robinson certa vez se autodenominou um "nazi negro" em comentários postados em um site pornográfico e que afirmava defender o retorno da escravidão.

Reuters
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O Exército de Israel bombardeou Beirute nesta sexta-feira (20), no maior ataque ao Líbano desde o início da guerra em Gaza, segundo fontes do governo libanês. Mais cedo, o Hezbollah disparou 150 foguetes contra o norte de Israel, em resposta às explosões de pagers e "walkie-talkies" do grupo extremista.

Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, 12 pessoas morreram, e 59 ficaram feridas no ataque de Israel à capital libanesa. Já o porta-voz do Exército de Israel disse que cerca de dez comandantes do braço de operações militares do Hezbollah foram mortos no ataque.

Entre os mortos, está Ibrahim Aqil, um dos comandantes de operações militares do Hezbollah e o principal alvo do ataque a Beirute. Aqil era também procurado pelo governo dos Estados Unidos por ser suspeito de participar de um atentado à Embaixada dos EUA em Beirute em 1983 (veja imagem abaixo).

"Essa eliminação foi feita para proteger os cidadãos de Israel", disse o porta-voz.

Mas a imprensa local afirmou que há crianças entre as vítimas e que prédios residenciais e carros foram danificados (veja abaixo).

O ataque foi o maior ao Líbano desde o início da guerra com o Hamas, em outubro do ano passado, segundo disseram fontes do governo libanês à agência de notícias Reuters.

Os Estados Unidos pediram que seus cidadãos deixem o Líbano após o ataque. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, decidiu nesta sexta adiar uma viagem que faria aos Estados Unidos por conta do aumento das tensões com o Hezbollah.

Já o Hezbollah disse ter lançado 150 foguetes no norte de Israel em sete ataques separados, número bem maior que a média de ataques do grupo extremista ao território israelense. Segundo o grupo, um dos foguetes atingiu o centro de inteligência de Israel no norte do país.

O Hezbollah afirmou ter utilizado nos ataques os foguetes do tipo Katyusha, desenvolvidos na antiga União Soviética e que são capazes de driblar os sistemas de defesa de Israel.

"Em apoio ao nosso povo palestino resistente na Faixa de Gaza e à sua corajosa e honrada resistência, os combatentes da Resistência Islâmica bombardearam novamente na sexta-feira (20) a sede da inteligência principal na região norte com salvas de foguetes Katyusha", disse o grupo extremista em comunicado.

Tensões com Líbano
Antes do ataque a Beirute, Israel disse ter bombardeado também alvos do Hezbollah no sul do Líbano.

Desde o início da guerra, o Exército israelense e o Hezbollah têm trocado ataques quase diários na fronteira de Israel com o Líbano. O grupo extremista apoia o Hamas, alvo de Israel na Faixa de Gaza. Ambos os grupos são financiados pelo Irã.

Os ataques de Israel no Líbano alvejam integrantes do Hezbollah, que não fazem parte do governo do Líbano. No entanto, Beirute condenou os bombardeios. O primeiro-ministro libanês disse que o episódio desta sexta mostrou que Israel "não se importa com nenhuma questão humanitária, moral ou legal".

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que as ações militares israelenses no Líbano continuarão "até o nosso objetivo final, o regresso seguro dos moradores do norte às suas casas". Eles foram removidos pelo governo por segurança após o aumento das tensões com o Hezbollah, após o início da guerra em Gaza.

O grupo extremista culpa Israel pela série de explosões de pagers e "walkie-talkies" de membros do Hezbollah entre terça (17) e quarta-feira (18) que mataram 37 pessoas e deixaram mais de três mil feridos no Líbano, segundo o Ministério da Saúde libanês.

Israel não se não se pronunciou, mas, um dia após as explosões, anunciou que estava transferindo o foco de suas ações militares para o norte do país, perto da fronteira com o sul do Líbano.

Baterias contaminadas
Também nesta sexta, fontes do governo libanês afirmaram à agência de notícias Reuters que as baterias dos "walkie-talkies" do grupo extremista Hezbollah que explodiram na quarta-feira (18) estavam contaminadas com PETN, um composto altamente explosivo, afirmaram nesta sexta-feira (20) .

Os equipamentos foram encomendados pelo próprio Hezbollah, que os usava como alternativa ao celular para evitar rastreamento por GPS por parte de Israel.

Na quinta-feira (19), o governo do Líbano afirmou, com base nas investigações sobre o caso, que os explosivos que estavam nos pagers e "walkie-talkies" de membros do grupo extremista Hezbollah foram implantados nos aparelhos antes de os dispositivos entrarem no Líbano.

As informações compõem uma investigação preliminar do Líbano sobre as explosões e foi comunicada à Organização das Nações Unidas (ONU) pela missão libanesa na ONU em carta à qual a agência Reuters teve acesso nesta quinta-feira (19).

O Conselho de Segurança do órgão bilateral se reunirá nesta sexta para discutir o caso.

g1
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O Brasil celebra o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência em 21 de setembro, data instituída pela Lei 11.133, de 2005, a partir de projeto proposto pelo senador Paulo Paim (PT-RS). Com o objetivo de conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de formas de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade, setembro é o mês oficial de luta pela inclusão social da pessoa com deficiência (PcD), movimento conhecido como Setembro Verde. 

Presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal, Paim destaca que o Brasil conta com uma das legislações mais avançadas do mundo nessa área. Contudo, para o senador, ainda é preciso mais. Ele afirma que, mesmo com várias legislações sobre o tema, a sociedade demora muito para incorporar as mudanças. Entre os inúmeros projetos propostos, o senador chama a atenção para um em especial: 

— No Senado apresentamos a PEC 19/2014, que agora está na Câmara como a PEC 33/2021. Ela visa colocar a acessibilidade entre os direitos fundamentais elencados no artigo 5º da Constituição. Os princípios da inclusão social e da acessibilidade universal devem ser incorporados ao dia a dia de todos. Precisamos de uma mudança cultural, de conscientização e de educação da sociedade para facilitar a vida das pessoas com deficiência — defende. 

Paim lamenta o fato de que “a acessibilidade no Brasil é ainda muito elitizada”. Para ele, o “sonho de uma sociedade diversa só é possível com acessibilidade e inclusão”. 

— É falsa a ideia de que não existem pessoas com deficiência preparadas para ocupar as vagas disponíveis no mercado de trabalho. O motivo para a baixa empregabilidade entre as pessoas com deficiência não é a falta de qualificação, mas o capacitismo. A desigualdade histórica entre pessoas sem e com deficiência precisa ser corrigida e isso é tarefa de toda a sociedade. Nesse sentido a lógica se inverte, não é qualificar para empregar, no caso das pessoas com deficiência é empregar para qualificar — argumenta o presidente da CDH.

O artigo 93 da Lei 8.213, de 1991 determina que empresas a partir de 100 empregados devem preencher as vagas disponíveis, com percentuais que variam de 2% a 5% dos cargos, empregando pessoas com deficiência ou beneficiários reabilitados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no início deste ano o Brasil contava com aproximadamente 45,7 milhões de postos de trabalho formais. Destes, apenas 545.940 eram ocupados por pessoas com deficiência e reabilitados do INSS, sendo que 93% desses trabalhadores estão em empresas com mais de 100 funcionários. Os homens são a maioria dos empregados com deficiência: 341.392 postos. Já as mulheres respondem por 204.548 dos postos de trabalho ocupados. Esses números indicam a baixa contratação de PcD pelas empresas apesar da lei existir há mais de 30 anos. Isso mostra as dificuldades para implementar as políticas públicas voltadas para essa parcela da população brasileira, como diz Paim.

Intercâmbio 
Entre 28 de agosto e 8 de setembro, Paris recebeu paratletas de todo o mundo para os XVII Jogos Paralímpicos. A delegação brasileira fez história nos Jogos, com o melhor desempenho em uma edição das Paralimpíadas que participou. Com o quinto lugar no quadro geral de medalhas, o país somou 89 medalhas distribuídas entre 25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes. 

Quem esteve na França durante esse período foi a senadora Mara Gabrilli (PSD-SP). Tetraplégica após sofrer um acidente de carro em 1994, a senadora representou o Senado em Paris. Eleita pela segunda vez para compor o Comitê da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CRPD), Mara acredita no intercâmbio de ideias e práticas bem-sucedidas com outros países. Ela faz um comparativo entre as ações desenvolvidas na França e no Brasil, por ocasião dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. 

— Por enquanto, tanto no Rio quanto em Paris, o maior legado que os Jogos Paralímpicos deixaram foi na mudança cultural e no respeito pelos talentos e capacidades das pessoas com deficiência. Nosso maior desafio continua sendo a acessibilidade, uma vez que nenhuma cidade sede dos Jogos conseguiu deixar esse legado de modo pleno, 100% acessível para todos os cidadãos — avalia Mara. 

Para a senadora, acompanhar as Paralimpíadas na França foi uma grande oportunidade, uma vez que foi possível constatar que o processo de “acessibilizar uma cidade é sempre possível, desde que exista boa vontade e se dê prioridade no orçamento público para essa finalidade”, segundo ela. Mara, entretanto, demonstra preocupação com o cumprimento dos direitos das pessoas com deficiência no Brasil. 

— Avançar na acessibilidade não é uma questão que esbarra diretamente em nossa legislação. Temos a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146, de 2015), que tive a honra de relatar quando ainda era deputada federal, uma das legislações mais completas do mundo. Antes disso havia a Lei Federal de Acessibilidade (Lei 10.098, de 2000). As edificações, meios de transporte e de comunicação são obrigados a serem acessíveis há mais de duas décadas, mas é um longo processo para se reformar e adequar o que foi construído antes, sem acessibilidade. Ainda precisamos avançar em muitas questões que partem justamente do cumprimento destas leis — explica Mara. 

Dificuldades 
São muitas as leis que tratam especificamente de acessibilidade e inclusão no Brasil. A primeira e mais antiga delas data de 1962, quando a Lei 4.169 oficializou as convenções Braille para uso na escrita e na leitura dos cegos. Desde então o país avançou, em termos de legislação, na defesa dos direitos das pessoas com deficiência. Após a promulgação da Constituição Federal de 1988, por exemplo, já são mais de duas dezenas de textos – entre leis e decretos – que versam sobre o tema.  

A dificuldade, contudo, não está aí. É o que afirma o presidente da Federação Nacional das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae Brasil), Jarbas Feldner de Barros. Professor, Jarbas se dedica há muitos anos ao tema, principalmente por ser pai de uma menina, Maria Clara, que é deficiente intelectual. Ele ressalta que o Brasil é o país do mundo com mais leis e serviços em favor das pessoas com deficiência, mas esse quadro ainda é insuficiente. 

— As grandes barreiras que as pessoas com deficiência enfrentam, especialmente aquelas com deficiência intelectual, são culturais e atitudinais. As pessoas olham o outro, que tem uma deficiência, como um coitado e incapacitado. Elas não precisam de caridade, mas sim de oportunidade e respeito — sentencia. 

Jarbas vai além ao falar sobre o trabalho realizado pelas Apaes em todo o Brasil. De acordo com ele, o grande objetivo da organização é fazer com que a pessoa com deficiência não seja vista de uma forma que a diminua ou desqualifique. 

— Somos nós quem enxergamos a pessoa com deficiência de maneira diferente, que criamos as barreiras. Para eles a condição de vida em que se encontram é algo normal, nós é que precisamos nos incluir no mundo deles, não o contrário. A história nos ensina que o rompimento das barreiras culturais é mais lento, então esse é um trabalho que realizamos diariamente. É preciso mudar esse olhar, temos que ver as pessoas com deficiência pelo que elas são, não pelas deficiências que elas têm — afirma. 

Joab Mariano é intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Para ele, que trabalha na área, o Brasil ainda precisa avançar muito quando se trata da concretização dos direitos da pessoa com deficiência. Ele usa, como exemplo, as leis 10.436, de 2002, e 14.191, de 2021, que tratam da Libras e educação bilíngue de surdos.  

— Nas escolas há uma grande barreira, são poucas as escolas inclusivas e isso dificulta muito a interação social dessas pessoas que são surdas. Além disso, há poucos profissionais capacitados em Libras, existe essa dificuldade para se comunicar, já que aqui falamos de uma língua que exige letramento e aprendizado — lamenta. 

Para Mariano, há uma inversão no país quando se trata do ensino e da aprendizagem em Libras dentro de escolas bilíngues. 

— Os surdos precisariam, primeiro, aprender a língua deles, que é Libras, para aí partir para uma nova etapa. Normalmente o que ocorre é o inverso: os surdos são obrigados a aprender a linguagem oral a partir do português, onde eles não têm domínio algum. Essa falta de profissionais capacitados em Libras, que ensinam verdadeiramente e de forma pedagógica a língua de sinais com qualidade, resulta em um grande gargalo e empecilho para que as leis que tratam do assunto sejam colocadas em prática — resume. 

O senador Flávio Arns (PSB-PR), que preside no Senado a Comissão de Educação (CE), é reconhecido pelo trabalho que desenvolve em prol das pessoas com deficiência. Em 2023, o parlamentar perdeu o filho com esclerose tuberosa, doença rara que impacta o desenvolvimento intelectual e motor. De acordo com Arns, o maior problema enfrentado no Brasil acerca desse tema é fazer com que as leis sejam cumpridas. 

— A acessibilidade é prevista na legislação como uma ‘rampa’ para acesso a outros direitos. Precisamos garantir que saiam do papel e se tornem realidade para melhorar a vida das pessoas. Nossa luta a favor de dignidade e cidadania é permanente. A mobilização da sociedade em torno dessa causa é fundamental, pois quanto mais nos conscientizarmos sobre os direitos e desafios, mais avançaremos na direção de um país que respeite e dê oportunidades a todos — enfatiza. 

Na visão do senador, para que uma lei seja efetivamente cumprida é “preciso que todas as pessoas dela destinatárias sejam beneficiadas. Infelizmente, a maioria das cidades ainda descumpre a legislação”. Arns cita o transporte coletivo como exemplo para ilustrar a negligência de direitos na área. 

— Todos os ônibus deveriam ser acessíveis, notadamente com plataformas de embarque e desembarque. Considero que os gestores precisam assumir esta área como prioridade e agir concretamente, sobretudo na aquisição de ônibus escolares para o atendimento aos estudantes com deficiência motora, seja na zona urbana ou rural. É nosso desafio fazer com que todos cumpram a lei para, assim, transformar direitos em realidade. O papel do Legislativo e da sociedade é fundamental, pois temos como premissa a fiscalização das ações do poder público em todas as instâncias. Aqui no Senado promovemos a avaliação das políticas públicas em nível nacional e cobramos, permanentemente, que sejam efetivadas — ressalta Arns. 

Agência Senado
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Mais de 155,9 milhões de eleitores vão às urnas no dia 6 de outubro para escolher prefeitos e vice-prefeitos de 5.569 cidades brasileiras, além de 58,4 mil vereadores. A campanha entra na reta final nas próximas duas semanas, e os políticos tentam conquistar o voto daquele último cidadão indeciso. Mas quem são esses candidatos? E quem é o eleitor brasileiro?

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou um banco de dados que ajuda a esboçar esses perfis. Os painéis com estatísticas sobre as candidaturas e o eleitorado reúnem 140 conjuntos de informações e curiosidades — das mais genéricas às mais específicas. Em qual cidade a disputa para vereador é a mais acirrada? Quantos candidatos se declaram gays? Quantos eleitores têm mais de 100 anos de idade? Está tudo lá.

O número de cidadãos aptos a votar neste ano é 0,31% menor do que o verificado na disputa presidencial de 2022, quando o TSE registrou 156,4 milhões de inscritos. Parte da diferença se explica pela ausência dos 2,2 milhões de eleitores do Distrito Federal, que não elegem prefeitos e vereadores. Quando comparado ao último pleito municipal, realizado em 2020, o contingente de votantes em 2024 é 5,4% maior.

Se o número de eleitores cresceu, o mesmo não aconteceu com a quantidade de candidaturas. Há 463,3 mil postulantes a cargos públicos neste ano — a marca mais baixa desde as eleições municipais de 2008, quando houve 381,3 mil.

Quem é o eleitor?
Se um aplicativo de inteligência artificial usasse os dados do TSE para construir a imagem da maioria do eleitorado brasileiro, a figura provavelmente retrataria uma mulher parda, entre 35 e 44 anos. Dos 155,9 milhões de votantes registrados no país, as mulheres somam 52%. Os homens são 48%.

Entre o público feminino, a faixa etária de 40 a 44 anos concentra 8,3 milhões de eleitoras, seguida do intervalo entre 35 e 39 anos (8,1 milhões). No caso dos homens, o segmento entre 25 e 29 anos têm o maior número de inscritos (7,7 milhões), à frente apenas da faixa etária de 40 a 44 anos (7,6 milhões).

Uma curiosidade sobre a idade do eleitorado: neste ano, 724,3 mil adolescentes com 16 anos votam pela primeira vez. No outro extremo, há 213,8 mil eleitores com 100 anos ou mais.

Os pardos são a maioria do eleitorado brasileiro (53,57%), seguidos de brancos (33,34%) e pretos (11,39%). Os indígenas somam 0,98%, e os amarelos, 0,72%.

Questionados pelo TSE, 10,8% dos eleitores optaram por declarar uma identidade de gênero. Dessa fatia, a maior parte (89,17%) se diz cisgênero — quem se apresenta e se identifica com o mesmo gênero do nascimento. Apenas 0,3% se dizem transgêneros, por adotarem uma identidade diferente do gênero com que nasceram. De acordo com o TSE, há 41.537 eleitoras e eleitores com nome social aptos a votar.

Os painéis também revelam o grau de instrução do eleitorado. A maior parte (27,04%) completou o ensino médio. Mas uma fatia importante não chegou a concluir o fundamental (22,48%) ou o médio (17,78%). O percentual de eleitores com superior completo é de 10,75%, seguidos daqueles que apenas leem ou escrevem (6,59%).

O número de votantes com algum tipo de deficiência saltou de 242,8 mil em 2012 para 1,4 milhão em 2024 — um incremento de 497,79%. Os estados de São Paulo (445,4 mil), Minas Gerais (123,4 mil) e Rio de Janeiro (99,5 mil) têm o maior número de pessoas com deficiência no eleitorado. As unidades com menor participação são Roraima (3,4 mil), Acre (4,7 mil) e Amapá (5,2 mil).

Colégios eleitorais
Os estados de São Paulo (34,4 milhões de votantes), Minas Gerais (16,4 milhões) e Rio de Janeiro (13 milhões) sustentam o título de maiores colégios eleitorais do país. Juntos, eles somam 40,98% dos brasileiros aptos a votar. As capitais — São Paulo (9,3 milhões), Rio de Janeiro (5 milhões) e Belo Horizonte (1,9 milhão) — são as cidades com mais eleitores inscritos.

Os estados com menores contingentes de eleitores ficam na Região Norte: Roraima (389,8 mil), Amapá (571,2 mil) e Acre (612,4 mil). A cidade com o menor colégio eleitoral do país é Borá (SP), com apenas 1.094 votantes. Em seguida, vêm Engenho Velho (RS) e Araguainha (MT) — com 1.192 e 1.253, respectivamente.

Os dados do TSE revelam ainda que 163 mil eleitores vão votar fora do local habitual neste ano. A maior parte é composta de mesários e convocados para trabalhar nas eleições (149,5 mil), além de juízes, promotores e servidores da Justiça Eleitoral (4.225).

Outro grupo importante em transferência temporária é formado por 6.322 presos provisórios. O TSE vai instalar seções eleitorais em estabelecimentos penais e unidades de internação de adolescentes.

Mais de 1,6 mil pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida devem ser deslocadas das seções de origem para unidades adaptadas. Militares em serviço, indígenas e quilombolas também têm direito à transferência temporária da seção eleitoral.

Quem é o candidato?
Os dados do TSE revelam que o perfil dos candidatos não reflete com exatidão as feições do eleitorado brasileiro. A maior parte dos postulantes se enquadra como homem branco, entre 45 e 49 anos. Enquanto 66% dos candidatos são dos sexo masculino, há apenas 34% de mulheres na disputa.

Os brancos representam 46,83% do total, seguidos de pardos (40,3%) e pretos (11,32%). Há um pequeno contingente de indígenas (0,56%) e amarelos (0,39%).

Provocados pelo TSE, 31,68% dos candidatos concordaram em divulgar a orientação sexual. Dessa parcela, 98,25% se dizem heterossexuais. Em seguida, vêm gays (0,73%), lésbicas (0,45%), bissexuais (0,32%), assexuais (0,13%) e pansexuais (0,05%). Um total de 348 candidatos se inscreveu com nome social.

A maior parte dos aspirantes aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador tem o ensino médio completo (38,98%). Os candidatos com curso superior somam 28,28%, seguidos daqueles com fundamental completo (11,02%) e incompleto (10,44%), ensino médio incompleto (4,56%) e superior incompleto (4,55%). Um grupo de 9.927 candidatos (2,14% do total) dizem saber ler e escrever.

No quesito “ocupação”, há empresários (7,63%), servidores públicos (6,83%), agricultores (6,77%), vereadores (5,76%), comerciantes (4,34%), aposentados (3,77%) e donas de casa (2,69%). Mas a maior parte dos candidatos (21,89%) declara exercer outras atividades, sem especificá-las.

Um dado que chama a atenção diz respeito às pessoas com deficiência. Enquanto o número de eleitores nesse segmento quase quintuplicou desde 2012, as eleições deste ano registram uma redução de 24,45% entre os candidatos. O número caiu de 6.657, em 2020, para 5.029. São postulantes que declaram ter algum tipo de deficiência física (55,04%), visual (25,53%), auditiva (8,69%) ou outra (8,07%). Há ainda 134 pessoas com autismo (2,66%).

Concorrência
A maior parte dos candidatos disputa uma vaga de vereador. Eles representam 93,22% do total de registros. A concorrência para uma cadeira nas casas legislativas municipais é alta: são 7,39 inscritos para cada mandato em disputa.

O confronto mais acirrado ocorre na cidade de Queimados (RJ), onde há 373 candidatos para apenas 17 vagas na câmara municipal. A dificuldade por lá fica bem acima da média nacional: são 21,9 postulantes para cada assento. A concorrência mais baixa ocorre em 12 cidades de Alagoas, Ceará, Goiás, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte, onde a proporção é de 1,11 candidato por vaga de vereador.

Considerando apenas as capitais estaduais, a disputa mais ferrenha para a vereança ocorre em Belo Horizonte (21,3 por vaga), Manaus (20,3) e Rio de Janeiro (20,1). A menor concorrência é registrada em Macapá (11,5), Maceió (11,6) e Boa Vista (12,9).

No caso dos prefeitos, a média em todo o país é de 2,8 inscritos por cadeira. Mas os políticos de Ubatuba (SP) e Araucária (PR) enfrentam um cenário mais desafiador: nesses municípios, são 11 aspirantes em disputa para cada vaga. Por outro lado, em 212 cidades brasileiras a corrida ao paço municipal é “mamão com açúcar”. Para essas prefeituras, as eleições têm candidato único.

Entre as capitais, Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo são as que têm mais candidatos a prefeito: são dez postulantes para cada cargo. No outro extremo, Rio Branco, Cuiabá e Palmas registram a menor concorrência, com apenas quatro aspirantes por vaga.

As estatísticas do TSE não são capazes de prever se os candidatos eleitos para prefeituras e câmaras municipais vão de fato refletir a imagem e os anseios da população. Isso é algo que só se define na hora do voto. Mas os números servem para apontar convergências e antecipar possíveis contradições — uma ferramenta a mais para estimular a identificação entre representantes e representados.

Agência Senado
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A Justiça concedeu, nesta sexta-feira (20), prisão domiciliar a Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos, uma das quatro mulheres presas, nesta quinta-feira (19), durante uma operação da Polícia Federal (PF) que visava combater o aliciamento violento de eleitores em João Pessoa. A decisão foi da juíza Virgínia Gaudêncio de Novais, da 76ª Zona Eleitoral.

A prisão domiciliar foi concedida à suspeita após um pedido da defesa, com a justificativa de que a mulher é responsável por cuidar de um irmão com necessidades especiais e saúde debilitada.

De acordo com a decisão, a mulher está proibida de sair de casa e será monitorada por tornozeleira eletrônica, garantindo assim que cumpra o que foi determinado pela Justiça.

Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos estava presa desde esta quinta-feira (19), na Penitenciária Júlia Maranhão. Ela foi alvo da operação "Território Livre" da Polícia Federal, com o objetivo de investigar aliciamento violento de eleitores em comunidades de João Pessoa.

Além de Pollyanna, foram presas suspeitas de participação no esquema a vereadora Raíssa Lacerda, apontada como a líder, Taciana Batista do Nascimento e Kaline Neres do Nascimento. Todas elas foram encaminhadas para a Penitenciária Júlia Maranhão após audiência de custódia.

De acordo com a Polícia Federal, elas são suspeitas de articular com chefe de facção para impedir outras campanhas em áreas dominadas por grupo criminoso.

A operação
As quatro mulheres foram presas na manhã desta quinta-feira (19), suspeitas de um esquema de aliciamento violento de eleitores. Conforme informações da Polícia Federal, a vereadora e candidata à reeleição Raíssa Lacerda é suspeita de liderar o esquema.

A operação teve ainda um quinto alvo de mandado de prisão, identificado como Keny Rogeus Gomes da Silva, marido de Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos. O suspeito já estava preso no Presídio PB1, em João Pessoa, e é apontado como chefe da facção Nova Okaida.

A assessoria de Raíssa Lacerda informou por meio de nota que acordou perplexa e consternada com a prisão da vereadora e reiterou a inocência dela. "Como dito anteriormente, Raíssa não possui nenhuma ligação com as pessoas que foram citadas no processo da operação 'Território Livre' e a verdade virá à tona e será esclarecida".

Kaline Neres é articuladora de Raíssa Lacerda no Alto do Mateus e suspeita de ter ligação com facções do bairro. O advogado Emanuel de Alcântara, responsável pela defesa de Kaline, informou que "não tem nenhum material comprobatório que incrimine e nem que caracterize os crimes incrutados a ela". A defesa comunicou também que entrou com um pedido de habeas corpus.

O g1 teve acesso aos documentos da investigação contra os alvos da Operação Território Livre. Na primeira fase foram apreendidos o celular da vereadora Raíssa Lacerda e mais de R$ 36 mil em dinheiro.

Ao analisar o celular da vereadora, a Polícia Federal encontrou uma conversa da funcionária pública Kaline Neres Do Nascimento Rodrigues com um líder da facção criminosa “Nova Okaida” na região do Alto do Mateus. Segundo a PF, Kaline enviou as conversas para a vereadora como forma de “prestação de contas”, no dia 22 de maio de 2024, por volta das 21h.

Kaline Rodrigues enviou para a vereadora uma série de mensagens de áudios que ela trocou com David Sena de Oliveira, apelidado de 'Cabeça', citado pela PF como “gerente do tráfico”, responsável pelo tráfico de entorpecentes na região.

Em um áudio, Kaline pede que o traficante apoie a candidatura de Raíssa Lacerda e que o homem impeça a entrada de outra candidata a vereadora na região. A funcionária pública cita uma discussão com a candidata concorrente nas eleições de 2020, com justificativa de desavença política.

g1 PB
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Bancários do Banco do Brasil de Campina Grande, na Paraíba, encerraram a greve e voltaram às atividades normais nesta sexta-feira (20). A decisão foi tomada durante a noite desta quinta-feira (19), em uma assembleia realizada na Regional de Campina Grande.

Durante a assembleia, os representantes da classe dos bancários aceitaram o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) aprovado pela Caixa Econômica Federal, que foi renovado após negociações. A greve tinha sido iniciada na quinta-feira (12), após a categoria nacional rejeitar a proposta de reajuste salarial apresentada pela Federação dos Nacional dos Bancos (Fenaban).

A reivindicação dos bancários era quanto ao piso salarial, a reposição das perdas salariais e da inflação, o fim de metas abusivas, reajuste na participação dos lucros e resultados e reajuste dos vales alimentação e refeição.

g1 PB
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne na manhã desta sexta-feira (20) com diversos ministros e presidentes de órgãos para discutir a visita do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil no mês de novembro, e as relações bilaterais entre o Brasil e o gigante asiático. O encontro ocorre no Palácio da Alvorada, em Brasília.

Estão presentes na reunião os ministros Rui Costa (Casa Civil), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) e Fernando Haddad (Fazenda), além de Celso Amorim (assessor especial da Presidência da República) e Aloizio Mercadante (presidente do BNDES). A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, também participou, mas por videoconferência.

No mês passado, o chefe da Casa Civil se reuniu com o embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, para tratar da visita do líder chinês ao Brasil. Na ocasião, as autoridades definiram medidas para que a vinda de Xi Jinping seja potencializada com a formalização de novas parcerias em projetos que visam elevar o patamar das relações diplomáticas. Temas como inteligência artificial, transição energética e infraestrutura são importantes para o lado brasileiro.

As relações diplomáticas Brasil-China começaram em 15 de agosto de 1974. Atualmente, o gigante asiático é o principal parceiro comercial do Estado brasileiro. Segundo dados do governo, O Brasil exportou US$ 28,44 bilhões em produtos agrícolas para a China no primeiro semestre de 2024. Os principais produtos exportados são soja, milho, açúcar, carne bovina, carne de frango, celulose, algodão e carne suína in natura.

Recentemente, em artigo escrito para um jornal chinês, Lula falou que quer discutir com a China a nova rota da seda, chamada em inglês de One Belt One Road. Lançada em 2013, a iniciativa chinesa visa formar uma rede global de infraestrutura, com ferrovias, hidrovias e rodovias. De um lado, o governo brasileiro quer a inclusão de empresas chinesas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), por meio de concessões ou fornecimento de materiais, por exemplo. Do outro, a China corteja o Brasil para aderir ao projeto, mas o tema ainda divide opiniões.

“Os chineses querem discutir conosco a rota da seda, nós vamos discutir a rota da seda, não vamos fechar os olhos não. O que tem para nós? O que eu tenho com isso? O que eu ganho? O Brasil precisa estar preparado porque depois do G20 eu tenho uma bilateral, aqui em Brasília, com a China. É uma reunião que vamos comemorar os 50 anos de relação diplomática, mas é uma reunião que a gente vai discutir uma parceria estratégica de longo prazo. Ou seja, queremos ser uma economia mais forte que já fomos e nós precisamos de buscar parceiros”, disse Lula.

R7
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Um crime de extrema violência foi registrado na madrugada desta sexta-feira (20), em João Pessoa. Uma mulher é suspeita de matar a facadas e depois degolar o filho de cinco anos de idade, dentro do apartamento onde morava, no bairro de Mangabeira IV.

Foram os vizinhos da mulher que escutaram gritos e barulhos vindo do imóvel e, rapidamente, chamaram a polícia. Quando os policiais chegaram, já encontraram a criança morta.

De acordo com a Polícia Militar da Paraíba, a mulher reagiu à prisão e por isso foi baleada. Ela foi levada para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa e está no local sob custódia.

O tenente-coronel Ferreira, comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar, disse que os policiais encontraram a mulher sentada numa cadeira, com a cabeça do filho no colo. Foi nesse momento que ela teria tentado atacar os policiais e foi baleada.

A suspeita morava no apartamento onde o crime foi cometido há cerca de um mês e não era uma pessoa conhecida pela vizinhança. Ninguém soube informar o que pode ter provocado o crime.

A Polícia Civil da Paraíba isolou a área, abriu investigação e está realizando no local. O caso é tratado como um homicídio com sinais de crueldade.

g1 PB
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