Donald Trump, disse na quinta-feira (19) que os eleitores judeus americanos serão parcialmente culpados caso ele perca as eleições de 5 de novembro para a vice-presidente Kamala Harris, a candidata democrata.
Durante um discurso na Cúpula Nacional do Conselho Israelo-Americano em Washington, o ex-presidente lamentou estar atrás de Harris nas intenções de voto entre os judeus americanos.
Em sua fala, Trump alegou que Israel "provavelmente" deixaria de existir dentro de dois anos caso Harris vença as eleições, e os judeus seriam parcialmente culpados por esse resultado porque tendem a votar nos democratas.
"Se eu não ganhar esta eleição — e o povo judeu teria realmente muito a ver com isso se isso acontecer, porque se 40%, quero dizer, 60% da população votar no inimigo — Israel, na minha opinião , deixará de existir dentro de dois anos", disse Trump à plateia.
O candidato republicano também lamentou ter conquistado menos de 30% dos votos entre os judeus americanos nas eleições de 2016, a qual ele venceu, e nas eleições de 2020, quando perdeu para o presidente democrata Joe Biden.
Não ficou clara qual pesquisa o ex-presidente estava citando, mas, em uma pesquisa recente da Pew Research, 65% dos judeus americanos diziam preferir Harris, e 34%, Trump.
Trump fez comentários semelhantes em um outro evento no início da mesma noite, também em Washington, dedicado ao combate ao antissemitismo na América.
Disputa em estados-pêndulo
A campanha de Trump fez da conquista dos eleitores judeus nos principais estados-pêndulo, que podem definir a eleição, uma prioridade. Os judeus dos EUA inclinaram-se fortemente para os democratas nas eleições federais durante décadas e continuam a fazê-lo, mas apenas uma pequena mudança no voto judaico, se ocorresse, poderia determinar o vencedor em novembro.
Na Pensilvânia, um dos estados-chave da campanha eleitora, por exemplo, existem mais de 400 mil judeus. Biden venceu por uma diferença de apenas 81 mil votos em 2020.
Em uma declaração antes do discurso, Morgan Finkelstein, porta-voz da campanha de Harris, criticou Trump por se associar eventualmente a apoiadores antissemitas. Trump rejeitou todas as acusações de antissemitismo, observando durante os seus discursos de quinta-feira que tem um genro judeu.
Durante seu discurso, Trump não mencionou uma reportagem da CNN publicada no início do dia sobre o candidato republicano ao governador da Carolina do Norte, Mark Robinson. Esse relatório alegou que Robinson certa vez se autodenominou um "nazi negro" em comentários postados em um site pornográfico e que afirmava defender o retorno da escravidão.
Reuters
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