A Câmara dos Deputados concluiu na noite desta terça-feira (20) a aprovação da proposta que obriga o agressor a ressarcir o Sistema Único de Saúde (SUS) em caso de violência doméstica.
O projeto já havia sido aprovado pela Câmara e enviado ao Senado, mas, como os senadores mudaram o texto, o projeto teve de ser analisado novamente pelos deputados. Na sessão desta terça, a Câmara rejeitou as mudanças.
Agora, caberá ao presidente Jair Bolsonaro sancionar, vetar parcialmente ou vetar a íntegra do texto.
De acordo com o projeto aprovado pela Câmara:
Dinheiro da vítima
A proposta determina também que o agressor não poderá usar no pagamento os recursos da vítima nem dos dependentes, somente o que for dele.
O ressarcimento também não poderá ser atenuante nem substituir a pena aplicada na esfera criminal.
G1
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A Câmara dos Deputados concluiu na noite desta terça-feira (20) a aprovação do projeto que define as regras para a prática da vaquejada.
Em julho, os parlamentares já haviam aprovado o texto-base do projeto. Na sessão desta terça, os deputados rejeitaram todas as propostas que visavam alterar a redação.
Como o texto já foi aprovado pelo Senado, seguirá para o presidente Jair Bolsonaro decidir se sanciona, veta parcialmente ou veta a íntegra do projeto.
Na vaquejada, um boi é solto em uma pista e dois vaqueiros, montados em cavalos, tentam derrubar o animal pelo rabo.
Regulamentação
O projeto aprovado pela Câmara regulamenta uma emenda constitucional sobre o tema. Pela emenda, em vigor desde 2017, não são consideradas cruéis:
Pela proposta, o rodeio, a vaquejada e o laço passam a estar enquadradas nessas condições.
Além disso, o texto afirma que são "atividades intrinsecamente ligadas à vida, à identidade, à ação e à memória de grupos formadores da sociedade brasileira".
Pelo texto aprovado pelo Congresso, os animais deverão ter:
Patrimônio cultural
Em outubro 2016, o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional uma lei do Ceará que regulamentava a vaquejada.
Na ocasião, a maioria dos ministros da Corte entendeu que a atividade impõe sofrimento aos animais e, portanto, fere princípios constitucionais de preservação do meio ambiente.
Um mês depois, porém, em novembro de 2016, o Senado aprovou um projeto que tornou a vaquejada manifestação cultural, e o presidente Michel Temer sancionou a lei, tornando a prática patrimônio cultural imaterial.
Modalidades
O texto aprovado pelo Congresso estabelece como modalidades equestres tradicionais:
G1
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A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (20), por 331 votos a 55, a urgência do projeto que permite a posse de arma em toda a propriedade rural.
Na prática, com a aprovação da urgência, o conteúdo da proposta poderá ser analisado mais rapidamente pelo plenário da Câmara (leia detalhes mais abaixo).
A proposta já foi aprovada pelo Senado e altera o Estatuto do Desarmamento, de 2003. Pela lei atual, quem tem posse de arma pode manter o objeto "no interior de sua residência ou domicílio".
O texto cuja urgência foi aprovada nesta terça-feira estabelece a chamada "posse rural estendida", ou seja, permite que a posse de arma se estenda por toda a propriedade rural.
O direito à posse de arma é diferente do direito ao porte de arma.
O direito ao porte é a autorização para transportar a arma fora de casa. O direito à posse só permite manter a arma dentro de casa.
Argumentos pró e contra
Durante a discussão desta terça-feira, 17 partidos orientaram voto a favor da urgência; quatro orientaram voto contrário; o PSB liberou a bancada; e PT e PDT anunciaram obstrução.
Na sessão, o relator da proposta, Afonso Hamm (PP-RS), defendeu ser necessário dar mais segurança a quem mora no campo. O deputado acrescentou que a medida, se entrar em vigor, acontecerá de forma responsável.
"É importante proteger a vida desses produtores e trabalhadores. É importante dar às pessoas condições de que permaneçam lá no meio rural, produzindo e trabalhando. Não se trata de armar as pessoas. É algo feito de forma responsável", declarou.
Segundo o relator, são critérios para a concessão da posse: o interessado não pode ter antecedentes criminais; precisa ter habilitação; precisa demonstrar capacidade; precisa realizar exames psicológicos, psicotécnicos; e ter treinamento.
A deputada Érika Kokay (PT-DF), no entanto, argumentou que a mudança na lei pode trazer mais violência para o meio rural. "Isso significa armar a população, substituir a função do Estado", disse.
"O segundo aspecto é que todas as evidências científicas dizem que posse de arma aumenta a violência", completou.
Próximos passos
Com a aprovação da urgência:
G1
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, se reuniu nesta terça-feira (20) com alguns senadores para detalhar as propostas da pasta sobre o chamado novo pacto federativo.
Na semana passada, os líderes partidários decidiram dar andamento a propostas que tratam do tema e já estão no Congresso. São propostas de emenda à Constituição (PECs) e projetos de lei.
De acordo com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o Senado quer aprovar descentralização de recursos para ajudar estados e municípios.
Após o encontro com Paulo Guedes, nesta terça-feira, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), afirmou que o documento com detalhes das propostas será entregue pelo governo ao Congresso na próxima segunda-feira (26).
Bezerra antecipou que o debate terá dois eixos principais:
Entre as propostas que compõem o novo pacto, estão:
Segundo Bezerra Coelho, o governo exigirá como contrapartidas:
'Cessão onerosa'
Mais cedo, nesta terça-feira, Davi Alcolumbre afirmou que a proposta sobre a "cessão onerosa" poderá ser votada na Casa já na próxima semana.
O acordo de cessão onerosa foi fechado pela Petrobras com a União em 2010 e permitiu à estatal explorar 5 bilhões de barris de petróleo em campos do pré-sal na Bacia de Santos (SP), sem licitação. Em troca, a empresa pagou R$ 74,8 bilhões.
O governo estima, porém, que a área pode render mais 6 bilhões de barris e quer fazer um megaleilão, que pode render R$ 100 bilhões aos cofres públicos.
Ainda segundo Davi Alcolumbre:
Repasse de R$ 500 bilhões
Na apresentação aos senadores, o Ministério da Economia estimou em R$ 500 bilhões o repasse, em até 15 anos, para estados e municípios.
Segundo Fernando Bezerra, essa é uma receita estimada a partir da projeção da exploração de petróleo.
"O que o governo está admitindo partilhar, transferir, é receita nova. É tudo aquilo que vem através de royalties e de participação especial da exploração de petróleo", afirmou.
Segundo o Ministério da Economia, desses R$ 500 bilhões:
Fundos de financiamento
No encontro desta terça-feira, também foi discutida a possibilidade de reduzir o número de fundos de financiamento. O líder do governo afirmou que hoje existem 248 fundos e que a ideia de Guedes seria, por exemplo, reduzir o número a 80 ou 90 e uma parte ser transformada em transferência direta para estados e municípios.
Outra possibilidade é que parte dos recursos dos fundos possa financiar o novo Fundeb (Fundo de Manutenção da Educação Básica).
Bezerra, porém, afirmou que se tratou apenas de uma discussão e que "não há nenhuma proposta concreta" a ser apresentada em relação aos fundos.
G1
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (21) que organizações não governamentais (ONGs) podem estar por trás de queimadas na região amazônica para “chamar atenção” contra o governo do Brasil.
Segundo dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia concentra 52,5% dos focos de queimadas de 2019 no Brasil. O G1 mostrou que o número de queimadas aumentou 82% em relação ao mesmo período de 2018 – de janeiro a 18 de agosto.
De acordo com Bolsonaro, o governo precisa fazer o possível para que esse tipo de crime não aumente, mas disse que sua gestão retirou dinheiro que era repassado para ONGs, o que poderia justificar uma reação das instituições.
“O crime existe, e isso aí nós temos que fazer o possível para que esse crime não aumente, mas nós tiramos dinheiros de ONGs. Dos repasses de fora, 40% ia para ONGs. Não tem mais. Acabamos também com o repasse de dinheiro público. De forma que esse pessoal está sentindo a falta do dinheiro”, declarou o presidente na saída do Palácio da Alvorada, ao ser questionado sobre a onda de incêndios na região.
“Então, pode estar havendo, sim, pode, não estou afirmando, ação criminosa desses 'ongueiros' para chamar a atenção contra a minha pessoa, contra o governo do Brasil. Essa é a guerra que nós enfrentamos”, acrescentou.
Bolsonaro disse que seu "sentimento" é de que os incêndios criminosos têm o objetivo de enviar as imagens para o exterior. Perguntado se há investigação sobre o tema, ele disse que esse tipo de caso não tem registros escritos.
"O fogo foi tocado, pareceu, em lugares estratégicos, imagens da Amazônia toda. Como é que pode? Nem vocês teriam condições de todos os locais estar tocando fogo para filmar e mandar para fora. Pelo o que tudo indica, foi para lá o pessoal para filmar e tocaram fogo. Esse que é o meu sentimento", afirmou o presidente.
Conforme Bolsonaro, o governo “não está insensível” para as queimadas e avalia medidas a serem adotadas com os ministérios da Defesa e do Meio Ambiente. Ele disse ainda que ONGs representam "interesses de fora do Brasil".
“Não estou afirmando [que ONGs são as responsáveis pelas queimadas]. Temos que combater o crime, depois vamos ver quem é o possível responsável pelo crime. Mas, no meu entender, há interesse dessas ONGs, que representam interesses de fora do Brasil.
Governadores
Bolsonaro ainda disse que há governadores na região Norte do Brasil que não movem "uma palha" para ajudar a combater os incêndios na Amazônia. Segundo ele, há governador que aproveita as queimadas para colocar a "culpa" no governo federal.
O presidente não citou nomes ou estados destes governadores, mas frisou que há governo estadual "que não fez nada, mas pode fazer".
"Tem governador, não quero citar nome, que está conivente com o que está acontecendo e bota a culpa no governo federal. Tem estados aí, que não quero citar, na região Norte, que o governador não está movendo uma palha para ajudar a combater incêndio. Está gostando disso daí", disse o presidente.
Fundo Amazônia
Bolsonaro ainda foi questionado se faz falta o recurso que Noruega e Alemanha deixaram de repassar para o Fundo Amazônia. O presidente declarou que não se pode acreditar na "infantilidade" de que os dois países europeus têm "coração grande".
“Com todo respeito a você, me aponte uma árvore plantada com esses recursos bilionários que vêm de fora para dentro aqui? Acha que é um coração muito grande desses países para nos ajudar? Não quer nos ajudar. Todo mundo sabe que não tem amizade entre países, tem interesse", afirmou.
Indicação do filho para embaixada
Na entrevista, Bolsonaro também disse que não recuará em relação à indicação do filho, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Segundo o presidente, o parlamentar vai definir o momento certo para oficializar a indicação ao Senado.
Bolsonaro destacou que Eduardo está se preparando para a sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Além de ser sabatinado, Eduardo terá de ser aprovado no plenário e ainda precisará renunciar ao mandato de deputado federal.
“O Eduardo vai ser apresentado no Senado. Vai ser. Não tem recuo. É o momento certo. O Eduardo está estudando, está se preparando. [...] Ele que vai sentir o timing. Eu apenas vou usar a caneta Bic, disse o presidente.
Ele declarou que o envio da indicação ao Senado poderá ficar para depois de 7 de setembro, dia em que se comemora a Independência do Brasil. O Senado é responsável por aprovar, em plenário, nomes para chefia de embaixadas.
O presidente deu a declaração um dia depois de admitir a possibilidade de desistir de indicar o filho para comandar a embaixada em Washington.
Na oportunidade, Bolsonaro foi indagado se poderia rever a decisão caso sinta o risco de o nome do filho ser rejeitado pelo senadores. O presidente disse na ocasião que não desejava submeter o filho a um "fracasso".
O governo dos Estados Unidos já deu o aval oficial à indicação de Eduardo para embaixada, contudo, Bolsonaro ainda não enviou a mensagem ao Senado.
G1
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) à embaixada de Washington está mantida e que não haverá "recuo". Na terça-feira, ele havia levantado a hipótese de retirar a indicação caso não houvesse apoio no Senado para aprová-la, dizendo que não queria submeter seu filho a um "fracasso".
— O Eduardo vai ser apresentado ao Senado. Vai ser. Não tem recuo. É o momento certo. E o Eduardo está estudando, está se preparando. Vai ser uma sabatina em que todos vocês estarão lá, todos sem exceção. É igual urubu na carniça, né. Vai estra todo mundo lá de olho. E ele tem de fazer uma sabatina melhor até do que se fosse o Ernesto Araujo — disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro disse que a formalização da indicação pode ser feita após o 7 de setembro, mas ressaltou que a data será decidida por Eduardo.
— Talvez setembro, após a semana da pátria. Essa pergunta tem de fazer ao Eduardo. Ele que vai sentir o timing. Apenas vou usar a caneta Bic.
O Globo
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A Justiça Federal expediu nesta quarta, 21, mandados de prisão temporária e busca e apreensão em endereços dos investigados Maurício Ferro, ex-executivo do grupo e cunhado de Marcelo Odebrecht, e Nilton Serson, advogado. Bernardo Gradin, ex-presidente da Braskem, também é alvo de buscas.
Os mandados foram pedidos pela força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná, que disponibiliza as informações por meio de sua assessoria de comunicação.
O objetivo da operação é aprofundar a investigação de crimes de corrupção e lavagem relacionados à edição das medidas provisórias (MPs) 470 e 472, que concederam o direito de pagamento dos débitos fiscais do imposto sobre produtos industrializados (IPI) com a utilização de prejuízos fiscais de exercícios anteriores.
Na ação penal nº 5033771-51.2018.4.04.7000, Mauricio Ferro, Bernardo Gradin e Newton de Souza foram denunciados pela prática dos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro, ao passo que Guido Mantega foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e Antônio Palocci pelo crime de corrupção passiva.
A ação penal apurou que Antônio Palocci e Guido Matega agiram ilicitamente para favorecer os interesses da Braskem, sendo que Guido Mantega solicitou a Marcelo Odebrecht o pagamento de propina no valor de R$ 50 milhões como contrapartida para a edição das MPs 470 e 472.
O pedido teria sido aceito por Marcelo Odebrecht e pago pela Braskem, por meio do Setor de Operações Estruturadas, contabilizando-se o valor de propina na planilha Pós Itália.
Esta era uma espécie de contabilidade informal de propina da relação ilícita mantida entre a Odebrecht e Mantega, criada como continuação da Planilha Italiano, referente à relação ilícita que era mantida entre a Odebrecht e Palocci.
Continuidade das investigações
Informações obtidas em acordo de leniência firmado entre a Braskem e o MPF forneceram indícios de que Maurício Ferro, na condição de diretor jurídico da Braskem, teria comandado a celebração de pelo menos 18 contratos advocatícios fraudulentos com Nilton Serson entre 2005 e 2013.
Segundo o MPF, Nilton Serson não teria prestado os serviços advocatícios, e os contratos teriam servido apenas como repasse dissimulado de valores, coordenado por Ferro. Em decorrência desses contratos e por ordem de Ferro, a Braskem repassou mais de R$ 78 milhões para Serson.
Um dos contratos, que teve o repasse de valores efetivado, dizia respeito a discussões envolvendo o crédito de IPI, mesmo contexto em que ocorreram os crimes investigados na ação penal.
A nova fase da operação busca apurar novos atos de lavagem de dinheiro e quem foram os destinatários finais dos recursos.
Foi averiguado ainda que Ferro e Serson fizeram uso de contas por eles mantidas no exterior para o recebimento de outros valores, que foram transferidos a partir de contas controladas pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht.
Em 2010, por ordem de Ferro foram transferidos pelo Setor de Operações Estruturadas pelos menos US$ 10 milhões (R$ 40 mi) para contas que eram mantidas no exterior por Serson em nome de offshores. Na sequência, pelo menos parte dos valores recebidos por Serson foram repassados para contas mantidas por Ferro no exterior.
Além disso, com o aprofundamento das investigações, foram identificados indícios de que Ferro teria atuado para impedir o acesso do MPF às bases de dados do sistema “My Web Day”, que era empregado pelos agentes ligados às diversas empresas do grupo Odebrecht para pagamento de propina.
Estadão
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O ministro Sérgio Moro (Justiça e Seguraça Pública) defendeu ‘cárcere duro’ para o PCC e todas as facções criminosas violentas. Na noite desta segunda, 19, Moro participou de evento em Marília, no interior de São Paulo, e fez um longo pronunciamento sobre a estratégia do governo Bolsonaro para o combate ao crime organizado.
Ele citou a onda de ataques que o Ceará viveu no início do ano e o que considera melhor caminho para sufocar grupos que detêm o controle de prisões em vários Estados, como o PCC.
“Muitas organizações poderosas estão sediadas em presídios, funcionam como verdadeiras sedes do crime organizado. A resposta não é fácil, mas os criminosos têm que ficar presos. Não se resolve o problema da criminalidade simplesmente soltando criminoso, como esses que atentaram contra a população civil do Ceará”, disse o ministro.
Condecorado com o título de Doutor Honoris Causa da Unimar (Universidade de Marília), o ministro apontou o que chama de ‘remédio eficaz contra o crime organizado’.
Segundo Moro, existe a necessidade de ‘investigaões exitosas que demandam, não raras vezes, rastramento financeiro e patrimonial, siga o dinheiro, isolamento dos líderes e confisco (de bens)’.
Ele pregou o isolamento das lideranças das facções no regime que denominou ‘cárcere duro’.
“Temos instrumentos que vêm de outros governos, os presídios federais de segurança máxima, baseados naqueles modelos chamados cárcere duro na Lei de Execução Penal italiana, cárceres dos mafiosos, ou as superprisões dos Estados Unidos”, destacou Moro.
No Brasil são cinco presídios federais de segurança máxima. “(Esses presídios) Não têm histórico de fugas, rebeliões ou utilização de celulares lá dentro e nos fornecem meios de isolar as lideranças.”
Ele historiou que a crise no Ceará foi debelada em 30 dias, ‘com declínio significativo (da onda de crimes) e aquilo foi controlado’.
“Na esteira do prometido ao presidente seríamos firmes contra o crime organizado”, seguiu o ministro da Justiça. “Uma falha era a falta de enfrentamento adequado à maior organização criminosa brasileira. Tem gente que diz que não deve falar o nome, é o PCC.
Essas pessoas cometeram ataques, isso parece terrorismo, suas lideranças, em 2006, no Estado de São Paulo cometeram ato de ousadia criminosa, atacaram policiais. Foi um ato de ousadia criminosa e já naquela época eu entendia que (as lideranças) deveriam ser transferidas para presídios federais para se mandar uma mensagem. Não foram!”
Moro disse que, antes ainda de assumir o Ministério da Justiça, conversou com ‘o novo governo de São Paulo (João Doria)’.
“Em comum acordo concluímos que as lideranças (das facções) deveriam ser transferidas para se mandar uma mensagem. É importante mandar uma mensagem. Porque se lideranças criminosas da principal organização cometem crimes graves e não são tomadas atitudes mais severas e elas continuam comandando o crime dentro das prisões, passa um recado errado, ou seja, que o Estado não tem coragem de enfrentar essa organização.”
“O criminoso pensa o quê?, ‘bem, esse é o grupo que eu quero participar, integrar, eu vou estar protegido, o Estado não tem coragem’. Assim, mandamos um recado diferente. Em fevereiro, fizemos a ação conjunta com o governo do Estado, Ministério da Justiça e Segurança Pública, também com apoio das Força Armadas, e promovemos a transferência dessas lideranças criminosas do Estado de São Paulo para os presídios federais e mudamos as regras de visitação.”
Segundo o ministro, nos presídios federais de segurança máxima, ‘visita só por parlatório, sem mais visitas com contato físico’.
“Isso é importante porque nos possilbita controlar mais o contato dessas lideranças com o mundo externo. É um tratamento penal mais rigoroso? Sim, mas é tratamento destinado a lideranças de organizações criminosas, não ao criminoso comum, trivial, mas sim ao grande criminoso.”
Ele destacou outras medidas que estão sendo adotadas contra o crime organizado, como o corte de benefícios. “Olha, se você foi condenado por crime de pertinência a grupos organizados, por ser membro de organização criminosa, ou praticado crime através de organização criminosa, você não obtém benefícios prisionais, progressões de regime, saída temporária, livramento condicional. Então, enquanto houver elementos probatórios de que permanece vinculado (à organização) não terá benefícios. Buscamos como ideal a ressocialização do indivíduo, não queremos devolver um soldado do crime às ruas.”
Moro disse que ao condenado se coloca a escolha. “Permanece cumprindo toda a pena ou sai da organização e tem a possibilidade de obter benefícios. Queremos estimular a saída da organização criminosa, enfraquecer a organização criminosa. Queremos desestimular a permanência daquele indíviduo na organização.”
Estadão
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O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou nesta terça-feira (20) que, no Brasil, condenações judiciais em última instância são como um "unicórnio", que só existe nos "livros de fantasia".
A declaração foi dada durante um seminário no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Entre outros pontos, o evento debateu o pacote anticrime apresentado por Moro ao Congresso que prevê dentre seus artigos a prisão após condenação em segunda instância.
Moro deu a declaração ao falar sobre a situação de presos provisórios no país, que são aqueles que ainda não foram julgados pela Justiça. Segundo ele, há uma dificuldade em se definir estatisticamente quantos são os presos provisórios no Brasil.
"O preso provisório é aquele não foi julgado. E, a partir de um julgamento, seja em primeira instância, tudo o que acontece depois é resultado de recursos da parte insatisfeita com a condenação. [...] Se formos considerar preso provisório aquele que não foi condenado ainda até o trânsito em julgado, então quase ninguém [é], porque o trânsito em julgado no Brasil as vezes é como um unicórnio, é algo que existe só nos livros de fantasia", afirmou o ministro.
Desde 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF) entende que a prisão após condenação em segunda instância é possível. A decisão mudou o entendimento anterior do tribunal, no qual era possível aguardar o julgamento de todos os recursos em todas as instâncias da Justiça antes da prisão, o chamado trânsito em julgado.
Para o ministro da Justiça, embora o entendimento do STF de que é possível o início do cumprimento da pena após a segunda instância, as discussões sobre o tema são "sempre bastante oportunas".
Por isso, Moro defendeu a tramitação do assunto no Congresso Nacional, classificando a discussão entre os parlamentares como "obrigatória".
Em fevereiro, ele apresentou o pacote anticrime do governo ao Congresso Nacional. Um dos pontos do texto prevê que a prisão após condenação em segunda instância seja a regra no processo penal.
Desde março, o texto vem sendo discutido por parlamentares em um grupo de trabalho na Câmara dos Deputados. Em julho, os deputados retiraram a previsão da prisão em segunda instância do texto, que será apresentado para discussão no plenário da Câmara.
"Entendemos que é obrigatória a discussão dessa questão pelo Congresso, é extremamente importante. Nós fizemos uma preposição no projeto anticrime que basicamente diz o seguinte: na linha da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a execução em segunda instância passa a ser a regra e o recurso extraordinário, recurso especial, não tem como regra efeito suspensivo", disse Moro.
G1
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta terça-feira (20) a aprovação de mudanças no sistema eleitoral para as eleições municipais de 2020. Maia disse que seria um “marco para a política” se houvesse um consenso em torno da aprovação de alterações no sistema eleitoral.
Para valer nas eleições municipais do ano que vem, qualquer mudança nas regras devem ser aprovadas pelo Congresso Nacional até outubro, um ano antes do pleito.
Ao deixar a Câmara para uma viagem a São Paulo, Maia citou diferentes propostas de mudanças no sistema eleitoral, mas defendeu uma, do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, que presidirá o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições municipais do ano que vem.
Pelo projeto, segundo Maia, seriam realizadas já no ano que vem eleições no modelo distrital misto em cidades com mais de 200 mil habitantes.
O voto distrital misto recebe esse nome porque contempla dois sistemas: o majoritário – hoje aplicado nas eleições para presidente, governador, senador e prefeito, que valeria para as escolhas nos distritos – e o proporcional, que privilegia os partidos como acontece hoje nas eleições para deputados e vereadores.
Nas cidades abaixo de 200 mil habitantes, as eleições seriam em sistema de lista fechada. Pelo modelo, vota-se na lista elaborada pelos partidos, e não diretamente no candidato, como é feito atualmente.
“Acho que seria um marco para a política a gente conseguir fazer as eleições municipais [de 2020] já nas cidades acima de 200 mil habitantes no sistema distrital misto e, abaixo, na lista fechada, como está proposto pelo TSE, a presidente Rosa [Weber], o ministro Barroso, e por todo o colegiado do TSE que acompanha o processo eleitoral do dia a dia”, disse Maia. “Eu espero ainda nesses próximos dias convencer o parlamento disso”, completou.
Segundo o presidente da Câmara, as discussões em torno de alterações no sistema seriam levadas diretamente ao plenário, sem passar por comissões da Casa.
Maia, no entanto, disse ser difícil construir maioria em torno da matéria. “Seria uma sinalização histórica do Congresso Nacional. A gente sabe que não é fácil, são mais de 23, 24 partidos aqui, tudo isso é difícil construir maioria”, declarou o presidente da Câmara.
G1
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