A companhia aérea TAP, de Portugal, está suspensa por 90 dias de operar na Venezuela, anunciou o regime de Nicolás Maduro nesta segunda-feira (17). A medida foi tomada dias depois da detenção de Juan Márquez — tio do autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó —, acusado de levar explosivos no avião.
Em anúncio no Twitter, o ministro dos Transportes do governo chavista, Hipólito Abreu, disse que tomou a decisão devido às "graves irregularidades cometidas no voo TP173". Naquele voo, Guaidó e o tio, Juan Márquez, voltavam da Europa após uma série de encontros com líderes internacionais, com participação inclusive no Fórum Econômico Mundial em Davos.
Durante programa na televisão estatal, Diosdado Cabello — o número dois do chavismo na Venezuela — acusou Márquez de levar explosivos nos compartimentos da bateria de uma lanterna e em cápsulas de recargas de perfume.
O tio de Guaidó nega a acusação, e a própria companhia portuguesa rechaçou a hipótese de que Márquez tenha carregado material explosivo em uma das aeronaves.
Em Caracas, Guaidó garantiu, no sábado, que a prisão de seu tio materno é o preço que está pagando por voltar à Venezuela após a viagem internacional.
"Recebi a mensagem, e aqui está a resposta: seguimento em frente e com força. Não vamos nos mover nenhum centímetro de nossa posição", disse o líder parlamentar.
Governo dos EUA repudia prisão
No sábado, o governo norte-americano repudiou a detenção de Juan Márquez. "Os Estados Unidos condenam com firmeza a prisão de Juan José Márquez e exigem a sua libertação imediata", diz a nota do Departamento de Estado.
"As acusações absurdas apresentadas exemplificam o desespero crescente de Maduro e seus sócios corruptos", critica a nota americana.
"Fabricar provas para justificar prisões arbitrárias com motivação política são uma ferramenta comum do regime ilegítimo antigo de Maduro", assinala a nota americana, que acusa o presidente venezuelano e seus funcionários de "práticas mafiosas".
Neste mês, Guaidó assistiu em Washington ao discurso sobre o Estado da União de Donald Trump. Durante a fala, o presidente norte-americano citou o líder da oposição ao chavismo, em um dos raros momentos de aplauso tanto de republicanos quanto de democratas.
G1
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