Angela Merkel, a primeira-ministra alemã, e o presidente francês, Emmanuel Macron, discordaram nesta terça (28) sobre quem deverá ser o próximo chefe da Comissão Europeia.
Os líderes da União Europeia se reuniram para começar a barganhar por seus candidatos aos principais cargos do bloco nos próximos cinco anos.
Uma eleição em toda a UE que terminou no domingo (26) resultou em um Parlamento Europeu com um centro fragmentado e avanços de liberais pró-UE e Verdes, bem como nacionalistas eurocéticos e a extrema direita, dificultando o consenso em torno de uma agenda coerente para o bloco.
"Não escolheremos o sr. ou sra. Europa hoje, apenas traçaremos um equilíbrio após a eleição europeia", disse o premiê liberal de Luxemburgo, Xavier Bettel, antes da reunião dos 28 líderes em Bruxelas.
Principais chefes de instituições da União Europeia serão substituídos
Realizada uma vez a cada cinco anos, a eleição da UE significa que os chefes das principais instituições do bloco serão agora substituídos.
Merkel disse que apoia o parlamentar alemão de centro-direita Manfred Weber para ser próximo chefe da Comissão Europeia, o órgão executivo da UE, depois que Jean-Claude Juncker, de Luxemburgo, deixar o cargo, em 31 de outubro.
Minutos depois, a mesma pergunta foi feita a Macron, e ele, em resposta, listou três nomes, mas não o indicado por Merkel.
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, também aventado como concorrente, disse que a reunião desta terça era sobre "conteúdo, em vez de pessoas". Também era, disse ele, sobre concordar em prioridades políticas para os próximos anos, incluindo mudanças climáticas, economia e migração.
O Partido Popular Europeu (EPP, na sigla em inglês), de centro-direita, e o grupo de centro-esquerda Socialistas e Democratas (S&D) foram reduzidos a 326 cadeiras na nova câmara, de 751 assentos. São 50 parlamentares a menos do que a maioria necessária para determinar quem deve encabeçar a Comissão, como fizeram nos anos anteriores.
Outros grandes cargos que ficarão vagos no fim deste ano incluem o chefe do Parlamento Europeu e do Banco Central Europeu, o chefe de política externa do bloco e o chefe do Conselho Europeu, que representa os líderes dos 28 países membros da UE e ajuda a intermediar consensos entre eles.
A UE corre o risco de passar por um impasse institucional se as negociações se arrastarem, deixando-a incapaz de tomar decisões políticas no momento em que enfrenta uma Rússia mais assertiva, o poder econômico crescente da China e um presidente dos Estados Unidos imprevisível.
Líderes da maioria dos partidos na recém-eleita câmara pediram aos líderes dos governos nacionais que nomeiem um legislador para substituir Juncker.
Reuters
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