Milhares de manifestantes fizeram uma caminhada nesta sexta-feira (24) em Bagdá para pedir a saída das tropas americanas do Iraque. O protesto, que reúne simpatizantes do clérigo Moqtada Sadr, acontece semanas após o ataque americano que matou o general iraniano Qassem Soleimani na capital iraquiana.
A presença dos americanos no país passou a ser mais contestada desde que o incidente, que fez com que o temor de uma guerra entre EUA e Irã viesse à tona. Dias antes do ataque que matou Soleimani, dezenas de milicianos xiitas iraquianos e seus apoiadores tinham invadido o complexo da embaixada dos Estados Unidos em Bagdá.
Moqtada Sadr é do partido que conseguiu o maior número de cadeiras no Parlamento iraquiano nas eleições de maio de 2018. Seus seguidores combateram os militares americanos que invadiram o país em 2003 para derrubar o então presidente Saddam Hussein.
Em um comunicado, ele divulgou uma série de condições para a permanência dos americanos, como o cancelamento de acordo de segurança existentes, o fechamento de bases militares, o fim da atuação de empresas de segurança americanas e do acesso dos EUA ao espaço aéreo iraquiano.
Conversa entre Trump e Salih
Na quarta-feira (22), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encontrou-se com o chefe de estado iraquiano, Barham Salih, em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial. Eles conversaram sobre o futuro da missão americana no país. Segundo Salih, haverá uma redução do número de tropas.
Atualmente, cerca de 5.000 soldados EUA estão no Iraque. Os americanos foram convidados em 2014 pelo governo de Bagdá para ajudar a combater o Estado Islâmico.
Após a morte de Soleimani, o parlamento do Iraque aprovou a saída das forças americanas. Trump, então, chegou a ameaçar de impor sanções econômicas ao país, mas, nesta quarta, ele adotou um tom mais conciliatório.
O tom do líder americano foi mais conciliatório na quarta-feira (22). Ele disse que o número de tropas no país hoje é muito menor do que o da época da ocupação, entre 2003 e 2011.
“Estamos com apenas 5.000, então é um número muito baixo, historicamente baixo, e veremos o que acontece”, disse Trump. Ao ser perguntado sobre sanções, ele respondeu: “Veremos o que acontece”.
G1
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