O enviado dos Estados Unidos ao Irã, Brian Hook, declarou nesta quinta-feira (23) que o comandante militar que substituiu o general iraniano Qassem Soleimani, morto no dia 2 de janeiro, terá o "mesmo destino" se matar americanos.
Soleimani morreu depois de um ataque aéreo dos EUA em Bagdá, no Iraque. Ele era o principal general do Irã e comandava a Força Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã. Dois dias depois de sua morte, o aiatolá supremo iraniano, Ali Khamenei, nomeou Esmail Qa'ani para liderar a força.
A declaração de Hook foi feita em entrevista durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, ao jornal "Asharq al-Awsat", segundo a Reuters. O jornal é publicado em árabe e tem sede em Londres.
"Se [Esmail] Qa'ani seguir o mesmo caminho de matar americanos, ele terá o mesmo destino", disse Hook.
O enviado ao Irã lembrou que o presidente americano, Donald Trump, há muito tempo deixou claro "que qualquer ataque aos interesses americanos ou contra americanos teria uma resposta decisiva".
"Esta não é uma ameaça nova. O presidente sempre disse que sempre responderá decisivamente para proteger os interesses americanos", disse Hook. "Acho que o regime iraniano entende agora que eles não podem atacar os Estados Unidos e se safar".
Depois de ser nomeado, Qa'ani prometeu seguir o caminho de Soleimani, dizendo que "continuaria neste caminho luminoso" adotado pelo general morto e que o objetivo era expulsar as forças dos EUA da região - política declarada do Irã há muito tempo.
Crise
O Irã respondeu ao assassinato de Soleimani lançando mísseis contra bases no Iraque que abrigavam tropas americanas. Os ataques não deixaram vítimas. Pouco depois, um dos mísseis atingiu, acidentalmente, um avião ucraniano que saía de Teerã para Kiev, matando as 176 pessoas a bordo.
A crise entre Estados Unidos e Irã começou depois que uma base militar de aliados dos EUA no Iraque foi atacada com mais de 30 mísseis no dia 27 de dezembro. Um civil americano morreu, e outros quatro americanos e dois iraquianos ficaram feridos. Washington culpou a milícia iraquiana Kataib Hezbollah, que é financiada pelo Irã, pelo ataque.
Em resposta, os americanos realizaram ataques e mataram 24 pessoas em bases da milícia no Iraque e na Síria.
No dia 31 de dezembro, milicianos invadiram o complexo de prédios da embaixada dos Estados Unidos em Bagdá. O local ficou sitiado até que líderes das milícias ordenaram a liberação do lugar, pouco mais de 24 horas depois.
Dois dias depois (pelo horário de Brasília; madrugada de 3 janeiro no Iraque), o ataque aéreo dos EUA, ordenado por Trump, matou Soleimani na capital iraquiana.
Reuters
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