O presidente iraniano, Hassan Rouhani, afirmou nesta quinta-feira (16) que o seu país está enriquecendo mais urânio do que antes da assinatura do acordo nuclear de 2015.
“Estamos enriquecendo mais urânio do que antes de chegar ao acordo [nuclear]. A pressão está crescendo sobre o Irã, mas nós estamos progredindo”, declarou.
Rohani não especificou se isso significa que seu país produz atualmente uma quantidade maior de urânio enriquecido em comparação com o estágio anterior à conclusão do tratado ou se esse enriquecimento for realizado em um nível superior ao praticado antes de 2015.
O tratado determinava que o Irã não poderia superar um limite de armazenamento de urânio de 300 kg, e o nível máximo de enriquecimento era de 3,67%, em troca da suspensão de sanções econômicas.
O acordo nuclear (JCPOA, na sigla em inglês) foi assinado em 2015 pelo Irã e pelo grupo 5 + 1 (China, Estados Unidos, França , Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha).
O presidente Donald Trump retirou o país do acordo nuclear alegando que o país não cumpria o acordo e apoiava grupos terroristas.
Desde então, o Irã voltou a ser alvo de duras sanções econômicas americanas. Em retaliação, o país foi retomando aumentando o enriquecimento do urânio, que pode ser usado em armas químicas.
Em 5 de janeiro, Teerã anunciou que na prática não vai limitar seu programa nuclear –vai ignorar, inclusive, as limitações ao enriquecimento.
Dias depois, Alemanha, França e Reino Unido protocolaram uma queixa sobre os descumprimentos por parte do Irã e disseram ser inaceitável que ele não atinja seus compromissos.
Impedir a guerra
Rouhani afirmou ainda que trabalha "diariamente para impedir a guerra", enquanto as relações entre o Irã e os Estados Unidos atravessam um novo período de tensão máxima. A situação se deteriorou rapidamente após o bombardeio americano que matou o general iraniano Qassem Soleimani na capital iraquiana, Bagdá.
"O governo trabalha diariamente para impedir um confronto militar, ou a guerra", garantiu Rouhani, acrescentando que o diálogo entre o Irã e o mundo é difícil, mas "possível".
G1
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