Deputados da oposição ao regime chavista na Venezuela afirmam que foram impedidos por "coletivos" — nome dado às milícias favoráveis a Nicolás Maduro — de entrar no edifício do Parlamento nesta quarta-feira (15).
Os políticos afirmam que os milicianos dispararam tiros contra os carros onde estavam no centro da capital Caracas quando se dirigiam ao Palácio Legislativo. Não há feridos, no entanto.
Em uma rede social, a deputada Delsa Solórzano escreveu que estava no veículo que foi alvejado a caminho da Assembleia Nacional.
Por causa da confusão, os parlamentares decidiram se reunir em outro prédio, o anfiteatro de El Hatillo, informou o jornal venezuelano "El Nacional". O edifício sede da Assembleia Nacional estava cercado por militares, que tentam impedir a entrada de deputados contra o regime de Maduro.
O líder da oposição e autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, é um dos que participariam da sessão no Parlamento e que foram para o El Hatillo. Ele tem dito que a sede do Legislativo foi sequestrada por militares, policiais e grupos civis ligados ao chavismo.
Guaidó havia convocado a sessão por ocasião do Dia do Professor no país – essa categoria de trabalhadores reclama de baixos salários e condições ruins para exercer a profissão.
Dois parlamentos
A Venezuela tem dois órgãos legislativos: além da Assembleia Nacional, existe uma Assembleia Constituinte. O líder dessa última é Diosdado Cabello, que convocou uma sessão em sobre o mesmo tema no mesmo dia.
O governo não reconhece as decisões da Assembleia Nacional desde 2016, quando a oposição passou a controlar a casa.
"Se impedirem a nossa entrada, como tem acontecido, vamos fazer sessão em qualquer outro lugar", disse o parlamentar Carlos Prosperi.
Em 5 de janeiro deste ano houve duas votações para escolher o líder da Assembleia Nacional. Luis Parra foi proclamado como o presidente do Legislativo pelos chavistas, e Guaidó, pela oposição, que foi bloqueada na entrada.
Guaidó recebeu o voto de 100 deputados no dia 5 de janeiro para seguir como o líder da Assembleia Nacional. Ele está no cargo desde 2018. Ele diz que Maduro não venceu a eleição presidencial de forma legítima e que, por isso, ele, o líder do Legislativo, é também o presidente da Venezuela.
G1
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