A Bolívia anunciou neste domingo (22) sua incorporação ao Grupo de Lima, instância regional formada em 2017 com o propósito de buscar uma saída para a crise na Venezuela. O país tem uma inflação estimada em 200.000% para o fim de 2019, segundo o FMI.
O Grupo de Lima, formado por países latinos e o Canadá, foi criado para adotar uma posição comum frente à situação no país. Até agora, a Bolívia havia se mantido ausente do bloco, devido à afinidade política entre o governo do ex-presidente Evo Morales, atualmente refugiado na Argentina, e o regime de Nicolás Maduro.
A situação mudou depois que a presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, afastou-se do governo venezuelano e reconheceu a liderança de Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional venezuelana reconhecido como chefe de Estado interino da Venezuela por meia centena de países, entre eles os Estados Unidos.
Os principais incentivadores do Grupo de Lima consideram que sua principal conquista foi ter criado consciência internacional sobre a gravidade da crise na Venezuela.
Crise na Venezuela
O presidente venezuelano Nicolás Maduro acusou neste domingo a União Europeia e a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, de pretenderem interferir na justiça de seu país. A Bolívia anunciou sua incorporação ao Grupo de Lima, com o propósito de buscar uma saída para a crise na Venezuela.
“Através de posições e ingerências”, as duas instâncias “pretendem interferir nos processos do sistema de justiça venezuelano”, afirmou o governo venezuelano em um comunicado. O documento também diz a Borrell e Bachelet que cuidem dos “problemas graves que ocorrem na região”, citando a situação do ex-presidente boliviano Evo Morales, que tem uma ordem de prisão contra ele por parte do governo de transição de seu país.
O alto representante da União Europeia para Assuntos Exteriores e Política de Segurança, Josep Borrell, condenou, no sábado (21), a Venezuela por ter suspendido o foro privilegiado de quatro deputados da oposição. Borell considerou o ato como uma grave violação da Constituição.
Já Bachelet, pediu na quarta-feira (18) ao governo e à oposição que retomem as negociações para encontrar uma solução para a crise que atravessa o país. Diante do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, Bachelet expressou preocupação com a situação, citando diferentes atos de violência, a desnutrição infantil e as ações de milícias armadas.
Maduro acusou a ex-presidente chilena de “mentir” no informe que apresentou em julho desse ano, denunciando supostas execuções extrajudiciais cometidas por membros da segurança do Estado venezuelano.
Em novembro, a União Europeia prorrogou por um ano as sanções, incluindo um embargo de armas, o congelamento de ativos e a proibição de viajar, para 25 pessoas próximas de Maduro, acusadas de abusos de direitos.
RFI
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