O Irã está disposto a dialogar com o governo dos Estados Unidos, no âmbito multilateral, caso Washington suspenda as sanções que foram restabelecidas contra a República Islâmica desde a saída americana do acordo internacional sobre o programa nuclear de Teerã, afirmou o presidente iraniano.
"Se estiverem dispostos a deixar de lado as sanções, nós estamos prontos para dialogar e negociar, inclusive nas esfera dos líderes dos países do grupo 5+1", afirmou Hassan Rohani, em referência aos seis países (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China + Alemanha) que assinaram o acordo de 2015 com o Irã.
Em um discurso exibido pela televisão estatal, Rohani disse que fez "explicitamente" a oferta há algum tempo.
"Estamos sob sanções. Esta situação não é nossa culpa, e sim o resultado de um ato cruel da Casa Branca", declarou Roahni.
"Não temos outra opção a não ser a resistência e a perseverança contra os que nos impõem sanções. Ao mesmo tempo não fechamos a porta porta a negociações", completou o presidente iraniano.
"Eu digo à nação iraniana que a qualquer momento, se o governo dos Estados Unidos estiver disposto a suspender e deixar de lado suas sanções injustas, cruéis, ilegais, inapropriadas e terroristas, os dirigentes do 5+1 podem se reunir e nós não vemos nenhum inconveniente em participar", afirmou Rohani.
Impacto das sanções
A economia iraniana sofre um duro impacto das sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após retirar o seu país do Acordo Nuclear de 2015.
As medidas levaram ao colapso das exportações de petróleo do Irã, à desvalorização do rial (moeda local) e ao aumento dos preços de itens básicos.
Em novembro, o governo anunciou um aumento de 50% no preço da gasolina, limitado a 60 litros por mês — além de um reajuste de 300% para os litros adicionais.
Rouhani afirmou que tomou a decisão foi tomada "em prol do interesse público" e que o dinheiro gerado seria distribuído entre a população mais pobre. Porém, não conseguiu conter uma onda de protestos que já deixou mais de 200 mortos, de acordo com a Anistia Internacional. O governo nega esse balanço.
G1
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