Novembro 23, 2024

Evo Morales diz que sofreu atentado em 4 de novembro

O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, exilado no México, denunciou que está convencido de que em 4 de novembro sofreu um atentado fracassado, quando o helicóptero em que viajava apresentou um problema mecânico e fez um pouso de emergência.

"Surpreendentemente, o helicóptero baixou. Eu ainda estava pensando que era por um problema, mas agora estou convencido de que foi um ataque", disse Morales, em entrevista realizada pelo presidente equatoriano Rafael Correa para a rede de televisão russa RT e transmitida nesta sexta-feira (22).

Evo Morales acusou o comandante geral da Força Aérea, o general Jorge Gonzalo Terceros Lara, de estar por trás dessa tentativa de assassinato. "Terceiros cometeram este atentado. Porque nos últimos dias esse general já mudou", lembrou Morales.

Em 4 de novembro, a Força Aérea da Bolívia informou que o helicóptero que levava o presidente boliviano pousou de emergência por causa de "uma falha mecânica no motor de cauda durante a decolagem".

Morales explicou naquele dia que o incidente, após a inauguração de uma estrada ao sul de La Paz, seria "devidamente investigado".

O ex-ministro do Governo (Interior) Hugo Moldiz disse na época que havia sido um "atentado criminoso".

"Viajo muito de helicóptero todos os dias. Dos nove departamentos que a Bolívia possui, meu recorde é de cinco departamentos (em um dia). Viagens de helicóptero, avião, helicóptero, avião. Com ventania, chuva, às vezes nebulosidade. Desta vez (havia apenas) um pouco de garoa. Isso me surpreendeu", disse Morales em sua entrevista com Correa.

O ex-presidente boliviano lembrou que naquele dia o líder de direita Luis Fernando Camacho, um dos arquitetos de sua saída do governo, adiantou o fim da era de Morales a seus seguidores.

"Naquele dia, Camacho disse: 'Na segunda-feira, vão ver como Evo vai cair, vamos mostrar em vídeo'. E à noite, depois que sua vida foi salva, ele não mostrou nada. Ele queria mostrar como o helicóptero Evo caiu e como Evo morreu", disse Morales.

A Bolívia atravessa uma grave crise desde as eleições de 20 de outubro, nas quais Morales, no poder desde 2006, aspirava ser reeleito. A oposição denunciou fraudes e as Forças Armadas retiraram seu apoio ao então chefe de Estado, que renunciou e deixou o país. Até o momento, a violência causou 32 mortes.

France Presse
Portal Santo André em Foco

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