O Ministério das Relações Exteriores informou que o Brasil foi convidado a presidir um dos grupos que vão discutir na Organização das Nações Unidas (ONU) a criação do Estado da Palestina.
A informação sobre o convite ao Brasil foi divulgada pelo portal "UOL" e confirmada pela GloboNews.
O Brasil tem a posição histórica de defender a criação do Estado da Palestina e da convivência pacífica entre palestinos e israelenses. (leia mais abaixo)
De acordo com o Itamaraty, a França e a Arábia Saudita presidem a Conferência Internacional para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e a Implementação da Solução de Dois Estados e criaram oito grupos de trabalho para discutir o tema. A conferência acontecerá em junho deste ano.
Segundo o Itamaraty, os dois países presidentes da conferência convidaram o Brasil e o Senegal para presidirem conjuntamente o grupo de trabalho número 7, que tem como tema "Promoção do respeito ao direito internacional para a implementação da solução de dois Estados".
"Os oito grupos de trabalho convocados pelas copresidências da Conferência como parte do processo preparatório, assim como a Conferência propriamente dita, são abertos a todos os Estados-membros e a representantes do sistema ONU, incluindo programas, fundos, agências especializadas e comissões regionais, além das instituições de Bretton Woods", informou o Itamaraty.
Conforme o governo brasileiro, todos os países que compõem a ONU têm sido consultados pelos oito grupos de trabalho e poderão participar das discussões se quiserem.
Ainda segundo o Itamaraty, não há ainda informações sobre todos o países que deverão participar dos grupos.
Guerra Israel x Hamas
O convite para o Brasil integrar o grupo de trabalho que discute a criação da Palestina acontece num momento em que Israel e o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, estão em guerra. O Brasil tem condenado o conflito e defendido a existência pacífica de dois Estados, o de Israel e o da Palestina.
A guerra entre Israel e Hamas começou em outubro de 2023 e, naquele momento, o Brasil presidia o Conselho de Segurança da ONU. Na ocasião, o país tentou aprovar uma resolução que pudesse levar a um cessar-fogo na região e permitisse a entrada de ajuda humanitária para os palestinos.
A tentativa do Brasil, embora apoiada pela maioria dos membros do conselho, não foi aprovada porque os Estados Unidos vetaram a resolução. O governo americano argumentou, à época, que o texto não deixava claro o direito de Israel de se defender.
Desde então, o Brasil tem dito "deplorar" os ataques em Gaza e defendido que Israel e Hamas cheguem a um consenso, evitando mais mortes no conflito.
O governo brasileiro também tem:
"O Brasil exorta as partes envolvidas a respeitarem os termos do acordo e a continuarem as negociações para garantir a cessação permanente das hostilidades, a libertação de todos os reféns e a entrada desimpedida de ajuda humanitária em Gaza, assim como assegurar as condições necessárias para o início do processo de reconstrução da infraestrutura civil da Faixa", afirmou o Itamaraty em janeiro deste ano.
"Reitera, ademais, o apelo pela retomada urgente do processo de paz entre israelenses e palestinos, reafirmando o compromisso do Brasil com a solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital", acrescentou o ministério na ocasião.
Falta 'coragem' à ONU, diz Lula
No ano passado, ao discursar em um evento em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que falta "coragem" à ONU para criar o Estado da Palestina.
"O mundo está desgovernado. Ninguém respeita ninguém. A ONU, quando foi criada, tinha 51 países que eram sócios da ONU. Agora tem 193. Significa que mais de 140 não participaram quando ela foi criada. E a ONU, que quando foi criada, teve força para criar o Estado de Israel, não tem coragem de criar o Estado Palestino", afirmou o presidente no evento.
Para Lula, a ONU "não consegue, não tem força para decidir". O presidente disse também que, se a ONU "cumprisse com a sua tarefa", não haveria guerra em Gaza nem na Ucrânia.
g1
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